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Outra revelação importante de Oliva foi a de que, sem muito alarde, as diretorias da ANTAQ e da Agência Nacional de Águas (ANA) decidiram que novas hidrelétricas somente seriam aprovadas se forem acompanhadas de eclusas, no âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos (de 1997), que estabelece o uso múltiplo dos rios. Segundo ele, a determinação já valerá para as duas usinas do rio Madeira - Jirau e Santo Antônio -, o que, se confirmado, seria um fato dos mais auspiciosos, uma vez que as obras foram formalmente anunciadas sem as eclusas.
"Com isso, será incorporada a bacia do Guaporé-Mamoré e ainda a bacia da Bolívia, o que abrirá a alternativa de se ampliar a hidrovia do Madeira até o fim de Rondônia, com uma parte de Mato Grosso. Foi feito novo lay-out, já incluindo as eclusas", afirmou.
A construção das eclusas de Santo Antônio e Jirau possibilitará a navegação plena pelo rio Madeira desde a sua foz no rio Amazonas até pelo menos Abunã (RO), a 340 km a montante de Porto Velho (RO). Posteriormente, a eventual construção da usina binacional Ribeirão, no rio Guaporé, na fronteira Brasil-Bolívia, com as respectivas eclusas, criará uma via de navegação livre Vila Bela da Santíssima (MT), a apenas 268 km de Cáceres (MT), ponto inicial da hidrovia Paraguai-Paraná. Neste caso, com apenas algumas melhoras na ligação rodoviária entre as duas cidades, estaria criado um precioso corredor bimodal Norte-Sul de enorme importância para o Brasil e os países vizinhos, interligando as bacias do Amazonas e do Prata.
Da mesma forma, Oliva ressalta que as três hidrelétricas que serão construídas no eixo da hidrovia Teles Pires-Tapajós terão as devidas eclusas, permitindo uma extensão navegável de mil quilômetros, que atingirá Sinop (MT). Um estudo prevê potencial de 40 milhões de toneladas de grãos nessa rota. O potencial hidrelétrico da bacia, estimado em estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), é da ordem de 15 mil megawatts.
Oliva concluiu ressaltando que tais iniciativas estão em consonância com o que ocorrerá na Europa, onde está em vigor projeto que se destina a transferir 40% da carga rodoviária para cabotagem ou hidrovia até 2015, por razões ambientais e com bons efeitos no gasto com combustíveis.
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