O 7 de Setembro, todos sabemos, é o dia consagrado à Pátria. As nossas gloriosas Forças Armadas festejam nesse dia sublime o aniversário da Independência do Brasil, promovendo garbosos desfiles nas ruas das principais cidades deste país.
É dia nobre, em que o ar parece ficar misteriosamente tomado por forte sentimento de brasilidade excitado pelos sons gritantes dos clarins e dos tambores das bandas militares. A evocação do patriotismo chega ao natural e invade indistintamente a alma dos verdadeiros patriotas, fazendo crescer o desejo desmedido de servir e defender a Pátria, com sacrifício da própria vida, em caso de perigo.
Ocorre que o perigo ronda realmente os lares de todos os brasileiros que vivem nesta bela terra auriverde. O Brasil passa verdadeiramente por dias de grande angústia dentro da atual conjuntura econômica que atravessa.
Nestas últimas décadas, acontecimentos graves, de considerável envergadura, vêm se sobrepondo uns aos outros, resultando em enormes perturbações. São de tal magnitude que parecem desafiar e ameaçar a própria soberania.
Destaca-se, pela periculosidade, a infiltração crescente de flibusteiros alienígenas no nosso Amazonas. Mas, é sem dúvida alguma, o desemprego em massa da nossa população o que deve infundir maiores cuidados, porque causa grande desalento aos moços que precisam trabalhar para conseguirem o próprio sustento.
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As forças antinacionais da desagregação também atentam ferozmente noutros setores importantes. Há décadas a economia brasileira vem sendo dirigida de fora para dentro, em ritmo de protetorado econômico e, ninguém, nesse Congresso impatriota, se dispõe a protestar contra a infâmia.
Existe, neste país, um banco central que atua, ao arrepio da Constituição, independente do Poder Executivo, impedindo o dinheiro fabricado na Casa da Moeda de ser aplicado em investimentos de produção e impondo juros de altíssima agiotagem à sociedade indefesa.
A soberania econômica da Pátria foi usurpada, há décadas, na calada, sem que o nosso povo percebesse. A indexação dos juros impede nossa economia de prosperar; é uma situação desoladora e anticristã.
Haveria que arrolar ainda muitos outros infortúnios. Entretanto, seria ocioso nesta hora ficar enumerando todas essas desventuras, porque a data é de júbilo e sobretudo de esperança.
Esperança inabalável na certeza de que os verdadeiros filhos desta Terra generosa conseguirão superar todas as dificuldades inspirados no forte espírito de nacionalidade que se revigora sempre em cada 7 de Setembro, quando observamos orgulhosamente a determinação com que marcham nossos irmãos militares.
Soldados do Brasil! Quisera eu ter o dom poético esplêndido para em estrofes magníficas dizer todo o carinho que o nosso povo patriota devota aos seus soldados. Mesmo não tendo essa virtude excelsa, eu vos saúdo, nesta data gloriosa, com muita humildade e veneração.
Faço preces fervorosas para que desfilem bravamente, como o fizeram antes nossos queridos antepassados, com todo o garbo e o fulgor dos outros anos: o mosquete ao ombro forte, o mesmo ardor, o mesmo sentimento de brasilidade em continência ao Pavilhão Nacional; o olhar sincero fixo na nossa Bandeira, símbolo da Terra Brasileira; e o coração solidário com os vossos irmãos civis que, longe do troar dos canhões, cobrindo a retaguarda logística, na agricultura, nas fábricas, nas empresas, no funcionalismo público e em outras atividades essenciais, travam em silêncio cruente e decivo batalha objetivando o progresso da economia nacional.
Ney Bassuino Dutra é economista.
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