Gigante do varejo Com promessa de preços menores, Pão de Açúcar se une à Casas Bahia e torna-se um dos 50 maiores grupos de comércio do mundoNatália Leão e Yan Boechat (Revista “IstoÉ”)FECHADO Diniz (à dir.) e Klein: empresa de R$ 40 bilhões A operação que cria o maior grupo de varejo brasileiro ainda precisa de aprovação do governo. Nos próximos meses o negócio será analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, que decidirá se a união das duas empresas não causará prejuízos aos consumidores e às outras companhias do setor. A tendência, acreditam analistas, é de que o órgão não faça restrições à operação, principalmente porque o segmento varejista ainda é muito pulverizado no País. “Pão de Açúcar e Casas Bahia juntos detêm cerca de 20% do mercado, o que ainda é pouco. Serão cerca de mil lojas de eletrodomésticos e a participação ainda é baixa”, afirmou Abilio Diniz, dando o tom do discurso que o grupo deve assumir junto ao Cade. “Nossa ideia é ter os preços mais baixos. Quanto maior a capacidade de distribuição e a eficiência produtiva, a tendência é que o preço baixe ainda mais para o consumidor final”, disse o executivo. A expectativa é de que as operações sejam unificadas em 120 dias. A princípio não há a intenção de que nenhuma das marcas que agora pertencem a este gigantesco grupo desapareça. Nem mesmo o Ponto Frio, adquirido pelo Pão de Açúcar na metade deste ano e que concorre diretamente com a Casas Bahia, deve sair do mercado. “Vamos ter a liberdade de escolher entre todas as marcas para aproveitar melhor a capacidade de cada local”, disse Klein. Outra ideia é unificar lojas que atuem em uma mesma região. De acordo com Klein e Diniz, uma opção pode ser a ampliação de uma loja, aproveitando o espaço da antiga concorrente. Apesar do discurso de união total, poucos acreditam que todos os 137 mil postos de trabalho sejam mantidos. Em uma operação dessa proporção, atividades sempre são duplicadas e o desligamento de uma parcela dos funcionários é praticamente inevitável.
Inevitável também foi a antecipação do anúncio do após a valorização repentina das ações na semana passada. Nos dois dias que antecederam o comunicado oficial, as ações da Globex, a empresa do grupo Pão de Açúcar que formalizou a fusão, subiram mais de 50%. Só na quinta-feira 3, véspera do anúncio, os papéis da companhia, que também controla o Ponto Frio, tiveram uma valorização superior a 35% e um volume de negociações na Bovespa sete vezes maior do que a média. No dia do anúncio, na sexta-feira 4, as mesmas ações subiam mais de 30% às 13 horas. A movimentação atípica dos papéis leva a crer que houve tráfico de informações entre pessoas que sabiam do negócio e, com dados privilegiados, tiveram ganhos muito acima da média. No jargão do mercado financeiro o caso ganha o nome de “inside trading” e, assim como aconteceu em casos recentes, deve ser investigado pela Comissão de Valores Mobiliários, o órgão do governo que fiscaliza as operações na Bovespa. |
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Economia cada vez mais oligopolizada...
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