sábado, 21 de março de 2009

Entrevista com Marcos Coimbra

Reservas indígenas podem dividir território do Brasil

A preocupação com a fragilidade do país para enfrentar os desafios do desenvolvimento e da autodefesa no mundo dito globalizado levou o economista e professor Marcos Coimbra, integrante do Centro Brasileiros de Estudos Estratégicos (Cebres), a reunir no livro Brasil Soberano, seus melhores artigos da última década, muitos deles publicados no MM, para reiterar denúncias e relembrar previsões acertadas, entre elas, respectivamente, o risco de fragmentação do território nacional e as consequências nefastas das políticas neoliberais.
"Minha maior preocupação é com a balcanização do Brasil", declara Coimbra, usando expressão que vem das guerras na região dos Bálcãs, em 1912 e 1913, e que resultaram na divisão de nações em unidades políticas distintas. No entanto, o exemplo citado para mostrar a fragilidade do Brasil, um pouco mais recente, é o da antiga Iugoslávia. "No final da Segunda Guerra, a Iugoslávia era um país desenvolvido, mas foi balcanizada pelos donos do mundo e tornou-se uma miríade de pequenas nações inexpressivas".
Para Coimbra, "os donos do mundo" estão no sistema financeiro privado e, segundo o economista, têm o poder de emitir a moeda padrão, o dólar, já que controlariam o Federal Reserve (FED, o banco central americano). "São os mesmos que causaram a crise ao impor uma globalização ligada apenas à perda de soberania e do direito ao desenvolvimento". Coimbra enfatiza que a Amazônia sempre foi cobiçada pelos "donos do mundo" e afirma, nesta entrevista exclusiva, que não é mera coincidência a visita do príncipe Charles às vésperas da decisão final, pelo Superior Tribunal Federal (STF), sobre o caso da reserva indígena de Raposa Serra do Sol.
"A serra é o que falta para que o Reino Unido controle todo o maciço guianense", denuncia o economista. O livro será lançado, no Rio, na próxima semana.
Não deixe de ler a entrevista...

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