O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou ontem, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Casa Branca, que os EUA "têm muito a aprender com o Brasil" no campo da energia renovável e afirmou que pretende usar o vínculo com o país para "fortalecer" a relação com a América Latina.
"Eu tenho uma admiração muito grande pelos passos que foram dados pelo governo brasileiro para o desenvolvimento do biocombustível. É um investimento que o Brasil vem fazendo há muito tempo. Minha política em relação a isso é dobrar os esforços dos EUA para encontrar também aqui dentro uma energia limpa. Temos que aprender muita coisa com o Brasil", afirmou Obama.
De acordo com Lula, a cada dia o Brasil está provando que o biocombustível é uma alternativa "extraordinária" e aos poucos os países estarão utilizando os biocombustíveis também. "Eu acredito nisso", afirmou.
O presidente brasileiro disse que a eleição de Obama dá uma "oportunidade histórica" para que os Estados Unidos melhorem suas relações com a América Latina, que afirmou que pretende "fortalecer". O presidente americano prometeu "redobrar" os esforços de seu país em favor das energias limpas.
Lula, que se tornou o primeiro presidente latino-americano a se reunir com Obama na Casa Branca, convidou o presidente dos EUA a andar em um carro brasileiro do tipo "flex" - que usa tanto álcool quanto gasolina - quando vier ao Brasil, o que ele disse que acontecerá "em breve".
Além da energia, o assunto principal do encontro foi a crise econômica. Nesse sentido, Obama disse que não há conflito entre os EUA e a Europa quanto à agenda da cúpula presidencial do G20 (grupo dos países ricos e os principais emergentes), marcada para o próximo dia 2 de abril, em Londres.
Obama afirmou que os EUA colocarão a reforma financeira "no centro" de suas prioridades e que o estímulo fiscal é só "um pé (dos quatro) do banquinho".
Os dois também abordaram o protecionismo, um tema que preocupa o Brasil, que se queixou da inclusão no pacote de estímulo nos Estados Unidos da cláusula "Buy American" (compre produtos americanos, em tradução livre) que privilegia a compra de produtos nacionais.
Obama disse reconhecer a importância do comércio como motor econômico e afirmou que o "objetivo deveria ser pelo menos não regredir" na abertura comercial.
Apesar da delicada situação econômica, o encontro entre os dois presidentes foi descontraído e marcado por brincadeiras. Lula disse a Obama que, dados os problemas herdados, "não gostaria de estar em seu lugar". "Parece que você tem falado com minha mulher", respondeu o presidente americano, que se desculpou em certo momento por se estender em uma resposta, como frequentemente faz.
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