segunda-feira, 16 de março de 2009

Carta para Helio Fernandes no Tribuna de hoje

País das sobras

O Brasil é o país das sobras. Consumimos apenas o que é rejeitado pelos chamados países desenvolvidos. As mesmas montadoras que fabricam aqui (talvez até com financiamento do BNDES - o nosso dinheiro!) carros com ABS, "airbags", etc para exportar, essas mesmas empresas vendem em nosso país carros praticamente "pelados" em termos de segurança.
Ficamos com a sobra, o refugo. Quando houve o desastre de Chernobyl, recebemos alimentos contaminados da Europa. Agora estamos com o filé mignon a preços baixos. Os EUA e a Europa, em uma tremenda crise, (crise que, segundo o nosso sábio e exemplar presidente, chegaria aqui apenas como uma marolinha), que baixou o consumo lá.
O filé mignon que o Brasil exportava a custa da fome de nosso povo está acessível para uma parcela da população. É sempre assim. Exportar soja, exportar carne, exportar jogadores, exportar...bem deixa pra lá. O país não evolui nunca!
Deixamos de consumir para exportar. Agora temos no governo um...vá lá, trabalhador e tudo continua na mesma, ou pior. O PT quando era oposição passou o tempo todo pregando o que não pratica agora. Muitos de nossos intelectuais e jornalistas também se tornaram cegos e mudos.
Por exemplo, só como exemplo, a maioria daqueles jornalistas que escrevia no Pasquim, criticando tudo naquela época, vive por aí indecentemente calados. Por que o silêncio? Por estarmos em uma democracia? Desde quando optar em eleições entre um monte de políticos corruptos significa democracia? Será que um dia nós vamos acordar?

Sílvio da Rocha Corrêa – Juiz de Fora (MG)

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