quinta-feira, 12 de março de 2009

Pilantragem do Carbono

Mercado de CO2 vira pó
Nilder Costa

A compra de permissões de emissão de CO2, um dos principais mecanismos de países da União Européia para contornar o propalado aquecimento global antropogênico, desabou: o preço da tonelada do gás negociada no mercado europeu caiu de 30 para menos de 10 euros nos últimos seis meses.[1] Nada mais lógico diante da crise econômica mundial que levou as grandes indústrias européias a reduzirem sua produção drasticamente e, por via de conseqüência, se viram desobrigadas a comprar os chamados “direitos para poluir”. “Não é uma boa notícia para os investimentos verdes. Enquanto preço do CO2 estiver baixo, os industriais, por visão a curto prazo, não farão os investimentos necessários a médio e longo prazo. A instabilidade dos preços do CO2 é uma das fragilidades do sistema”, disse um desolado Damien Demailly, dirigente do WWF. Um dos maiores temores do WWF e aliados é que os baixos preços do CO2 venha a eliminar os incentivos fiscais que têm permitido, na Europa, o florescimento das fontes “limpas” de energia, com destaque para a geração eólica e solar. Na Inglaterra, por exemplo, os britânicos estão pagando duas vezes pela eletricidade que consomem: uma para os fundos de incentivos fiscais e outra para a própria eletricidade que consomem como usuários finais.Esse quadro mostra claramente quão anacrônica – para dizer o mínimo – é a pretensão do Ministério do Meio Ambiente de criar mecanismos para taxar o setor elétrico brasileiro por supostas emissões de carbono. A notícia, como analisada no Alerta passado, foi dada pela secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Suzana Kahn, que não escondeu que a pretendida taxação visa tornar as fontes consideradas limpas (eólica e solar) mais “competitivas”. [2]

Notas:

[1]Crise derruba preço de emissão do CO2, Folha Online, 27/02/2009
[2]Taxação do setor elétrico por "efeito estufa" é manobra geopolítica, Alerta Científico e Ambiental, 28/02/2009
Alerta em Rede

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