(Alerta em Rede) – Nota do Ministério do Meio Ambiente informa que, na esteira da reunião do G-20 realizada semana passada em Londres, passou quase despercebida uma outra reunião paralela, de alto nível, onde foi debatida a idéia de se criar um mecanismo internacional financeiro que levante entre US$ 10 e 20 bilhões POR ANO, entre 2010 e 2020, para bancar a conservação e uso sustentável das florestas tropicais. [1]A reunião foi organizada por ninguém menos que o príncipe Charles, da Inglaterra, e contou com as presenças dos primeiros-ministros do Japão, Austrália, Noruega e Itália; dos presidentes da França e da Indonésia, do rei da Arábia Saudita; da chanceler alemã Ângela Merkel e da secretaria de estado americana, Hillary Clinton. Participaram ainda o secretario geral do ONU, Ban Ki-moon, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoelik, e o presidente da Comunidade Europeia, Durão Barroso. O Brasil foi representado pelo chanceler Celso Amorim, acompanhado pelo diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo. Diz ainda a nota que esses recursos seriam repassados aos países tropicais com base em resultados alcançados na conservação das florestas usando os mesmos princípios que o Brasil aplica no Fundo Amazônia. Os lideres concordaram em estabelecer um grupo de trabalho internacional que deverá apresentar um modelo de operacionalização da ideia até julho deste ano, com vistas a buscar um modelo passível de consenso antes da conferência das partes da Convenção de Mudanças Climáticas, a ser realizada em Copenhague, no final do ano.O fato é que os países da União Européia se jogaram de cabeça na política para conter o aumento do suposto aquecimento global antropogênico e impuseram metas pesadas para controlar a emissão de CO2, tido como o principal causa do fenômeno. Isso, naturalmente, acarretou em custos econômicos e financeiros adicionais que começaram a se refletir nos preços da cadeia produtiva desses países, situação essa que tende a se agravar geometricamente em decorrência da atual crise financeira mundial. Em tal quadro, surgiram enormes pressões na Europa para que seus governantes exigissem uma espécie de “isonomia do carbono” de países emergentes como a China, Brasil, Índia e outros que, segundo o Protocolo de Kyoto, não estão obrigados a cumprir metas para reduzir suas emissões de CO2. Sob o Protocolo, como é sabido, uma das formas para compensar essas emissões é a compra de “créditos de carbono” oriundos de florestas plantadas, mas não das nativas, como as da Amazônia e as da bacia do rio Congo, na África. À época, prevaleceu o argumento que, se as nativas fossem incluídas, os grandes “poluidores” poderiam continuar a emitir CO2 por meio da compra de créditos de carbono lastreados nas imensas quantidades do gás incorporado nas árvores dessas florestas. Porém, como o então maior emissor mundial de CO2, os EUA, se recusaram a referendar o Protocolo, este tornou-se letra morta para efeitos práticos, excetuando-se nos países da União Européia que, mesmo sem sucesso (salvo a Alemanha), vinham tentando alcançar suas metas redutoras de CO2.
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