Imprensa sem mordaça, tudo bem. Mas a liberdade de expressão não dá o direito a ninguém de insultar ou caluniar as pessoas.Nesta linha, concordo com o ministro Gilmar Mendes quando defende a manutenção do amplo direito de resposta. Ora, se o acusado não puder retrucar, se manifestar, defender sua honra, a lei estará incentivando a leviandade, a chacota, a mentira, a perseguição, as campanhas sórdidas, que hoje acontecem muito e a irresponsabilidade.
Não conheço o governador da Bahia, nem de vista nem de chapéu, diria Machado de Assis. Já discordei dele uma vez numa "bronca". Mas acho digno e desprendido que o governador se manifeste neste precioso espaço das broncas do Cláudio Humberto para esclarecer temas relacionados com sua gestão. Pena que os outros não façam o mesmo. Preferem a arrogância ou a prepotência.
Gostei de ver e ler, no Estadão, fazendo excelente suite do furaço do Cláudio Humberto, sobre a enxurrada de inúteis diretorias da Presidência da República, gastos abusivos, etc. Parabéns pelo jornalismo. Ontem mesmo, fiz uma "bronca geral" protestando e estranhando porque só batem firme no Legislativo, esquecem as mazelas do Judiciário e do Executivo. O castigo veio à cavalo. Espero, agora, e torço, para que outros jornalões e revistinhas tenham a mesma coragem de Cláudio Humberto e Estadão.
Numa matéria encomendada para encher a bola do treineiro Dunga, outro treineiro, Leão, com raivinha, disse que não opinava sobre seleção enquanto o presidente da CBF for Ricardo Teixeira. Creio, então, que Leão vai ficar calado ainda durante muito tempo. Ele e outros rebotalhos, recalcados com o êxito da gestão Teixeira. Mesmo porque, quem em sã consciência se importa ou quer saber das opiniões do Leão?
É impressionante a crescente escala difamatória contra o Senado Federal. Mais incrível ainda porque ninguém fala das mazelas do Executivo ou do Judiciário. É porque o Legislativo é um poder desarmado. Creio que toda crítica apressada ou injusta ao Legislativo é prejudicial à democracia. A pergunta é oportuna e grave: a quem interessa a campanha desmoralizadora contra a Câmara alta? Quem está por trás da enxurrada de denúncias? Será que há interesse do Executivo em minar a força e a estrutura política do PMDB, que tem 6 ministérios e preside o senado e a Câmara Federal.
Creio que o diploma não é o fundamental para o bom jornalista. Nunca foi, jamais será. Os melhores e mais respeitados jornalistas brasileiros não têm diploma. Conhecem tudo do ramo, porque têm o dom, a sensibilidade, a experiência das redações e das coberturas. E, principalmente, sabem escrever.
Linchamento covarde
Não acredito que o jovem, operoso e correto servidor da Fiesp, Luis Henrique Campelo, tenha cometido algum ato irregular em suas funções. Conheço Luis Henrique desde menino. Foi criado com esmero e lições de decência pelos pais, Marizalva e Valmir Campelo. Seguindo a linha de outros países, o Congresso brasileiro deveria apressar a aprovação do projeto que regulamenta a profissão do lobista. Evitar-se-ia, assim, campanhas sensacionalistas que desmoralizam pessoas de bem. É preciso dar um basta no torpe e covarde esporte nacional de linchar e condenar as pessoas, antes de julgá-las, com isenção e responsabilidade, como manda a lei dos países realmente democráticos.
Um grande escárnio
Aposto um sorvete de açai, com quem quiser, que ninguém da Camargo Correa será preso ou condenado. Sabem por que? O advogado poderoso da empresa CC é o ex-ministro da Justiça Márcio Thomas Bastos, aliás, também advogado do canalha e assassino Pimenta Neves, igualmente solto, rindo da nossa cara, embora condenado pela "justiça" a 15 anos de prisão. Apelar a quem? Aos brancos de olhos azuis? O Brasil virou um grande escárnio.
Liberdade de expressão, sim. Irresponsabilidade e covardia, jamais.
Claro que defendo a liberdade de expressão. O debate e a polêmica fazem parte da minha vida. Tenho desprezo pelos que se acham donos da verdade. Não passam de venais e hipócritas. Enfrento todos eles de frente, com as armas que quiserem. no tom que desejarem. Sou do tempo que a ditadura e os censores da burrice botavam banca nas redações. A estupidez dos censores era total e absoluta. Além da coragem, era preciso inteligência e ironia para driblar os censores. Hoje, com a internet, as redações estão cheias de machões. Claro, na frente dos computadores. Fazer o quê. É apenas uma constatação. Nesta linha, concordo com o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, quando defende a permanência do direito de resposta na nova lei de imprensa. Caso contrário estará se incentivando a baderna, a mentira, a leviandade, a perseguição, as campanhas torpes, tão em moda hoje no país. Quem vencerá será a irresponsabilidade e a covardia.
Blog do Limongi
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