Mercado de trabalho discrimina pessoas formadas em cursos ministrados à distância
ANDRÉIA BAHIA
De 2003 a 2006, a oferta de cursos superiores à distância no Brasil cresceu 571 por cento e o número de alunos, 356 por cento em três anos. Uma expansão descontrolada, segundo Hélio Chaves Filho, diretor de Regulação Superior do Ensino a Distância da Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação e Cultura (MEC), e que repercutiu na qualidade dos cursos oferecidos. É o que aponta uma avaliação que os inspetores do MEC vêm fazendo nas instituições que oferecem cursos à distância. Até agora, oito instituições receberam a visita surpresa dos inspetores do MEC, uma pública, a Fundação Universidade de Tocantins (Unitins), e sete privadas. Estas oitos instituições reúnem 60 por cento dos 760 mil alunos dos cursos à distância ministrados no país. “Nessa primeira rodada de avaliações estamos fazendo uma operação padrão em todas as instituições, passando um pente fino em todas elas, e começamos por aquelas que têm o maior número de denúncias e que são também as que têm o maior número de alunos”, explica Hélio Chaves. Todas as instituições avaliadas até agora apresentaram problemas. “As instituições estão precarizando o ensino com a redução do conteúdo e do tempo de atendimento ao aluno”, observa o diretor do MEC. Em alguns casos, diz ele, foi observada uma redução de um terço do conteúdo. Além das reclamaçóes em relação a qualidade do ensino, pesou contra a Unitins a denúncia de cobrança de mensalidade. As instituições públicas são proibidas de cobrar pelos cursos oferecidos. O MEC não pretende, com a supervisão dos cursos à distancia, cercear a liberdade das instituições na criação de seus modelos metodológicos, todavia, afirma o diretor do MEC, não vai permitir distorções como constatadas em uma instituição, onde o número de alunos por professor passava de mil. O MEC recomenda que a educação à distância tenha como referencia a relação aluno-professor das boas instituições de ensino presencial, onde o número de alunos por professor não passa de 40 ou no máximo 50. Em Goiás, apenas três instituições de ensino superior têm a autorização do MEC para ministrar cursos à distância: a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Estadual de Goiás (UEG), ambas em caráter experimental, e a Universidade Católica de Goiás (UCG). Nenhuma passou pela avaliação do MEC, que está priorizando as instituições com mais de 20 mil alunos. A UEG tem 1.400 alunos matriculados em seus três cursos à distância: 1.100 em dois cursos de extensão e 300 no de licenciatura em Biologia. A UFG oferece cinco cursos de licenciatura e dois de pós-graduação e a UCG, 12 de extensão.
Leia a matéria completa no excelente semanário “Jornal Opção”, de Goiânia...
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