quarta-feira, 11 de março de 2009

Fernando Collor de Mello

Eliminado da História pelos “mensaleiros” do Congresso e pela Mídia, agora está na frente das pesquisas para 2010
Por Said Barbosa Dib*

E atenção! Está explicada a razão pela qual os institutos de pesquisa já manjados não colocam o ex-presidente Collor de Mello entre os “presidenciáveis” a serem avaliados: o homem está na frente nas pesquisas preliminares sérias, feitas apenas para consumo interno dos partidos. É verdade. Dilma? Serra? Nada disso. O povão, a massa, a raia miúda, o mesmo povão dos grotões e do “Bolsa Família” do Lula (classes C e D), quer mesmo é a volta de Fernando Afonso Collor de Mello na Presidência da República a partir de 2011. E isto está causando um alvoroço danado em Brasília. Os políticos estão batendo cabeça que nem cachorro que caiu de mudança. O cenário avaliado é o seguinte: Collor sairia na frente na disputa pelo Palácio do Planalto com um percentual de 15% a 30% de aceitação ou preferência entre os eleitores.
Este desempenho, que embola a sucessão presidencial, vem sendo comparado com o fenômeno Roseana Sarney em 2002. Por isso, sua campanha já começa a ser trabalhada nos bastidores com os devidos cuidados para que não seja sabotada, como ocorreu com Roseana. O encarregado da missão nada impossível é o ex-deputado Roberto Jefferson, que comanda do PTB, partido de Fernando Collor. A recente intervenção do próprio Lula na eleição para a Comissão de Infra-estrutura do Senado, apoiando Collor em detrimento da senadora “Ideli “Cocoricó” Salvati, do PT, faz parte da estratégia do Planalto em manter, pelo menos, o ex-presidente na base governista. O medo é de que, no momento em que não se conseguir mais evitar a divulgação das pesquisas, Collor aglutine forças de todos os partidos que não estão satisfeitos com Lula. Collor vai fiscalizar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujas obras têm orçamento de R$ 646 bilhões até o fim de 2010. Pessoas próximas de Collor garantem que ele tem ambição, sim, de voltar a presidir o País. Collor conta que usará como trunfo o fato de nada ter sido comprovado contra ele, depois de inúmeras acusações. E o ex-presidente tem toda razão, pois foi realmente deposto.

Você se lembra porque, efetivamente, Collor foi deposto?

Quando o motorista Eriberto França foi usado como respaldo para as denúncias sobre o esquema PC Farias, o PT automaticamente encampou a história, a CPI tomou força e Collor acabou deposto por um “golpe de mestre” das elites políticas, simplesmente porque, pelo seu caráter forte (arrogância de um jovem de 41 anos), nunca aceitou se submeter aos esquemas e “mensalões” do Congresso que, em 2006, assistimos estarrecidos na TV. Tudo rápido e simples, tiraram o homem de cena sem choro nem vela. Agora, quando surgiu o caseiro Francenildo Costa, o Nildo, detonando o esquema Buratti-Adermirson, o governo de Lula automaticamente desmentiu a história, o PT entrou com mandado no Supremo, a CPI não conseguiu ouvir a testemunha. E o tecnocrata de Wall Street, o Patetalocci, continuou "imexível" (nas royalties para Magri) para Lula.
O primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após 29 anos, Fernando Collor de Mello, teve seus atos “ilícitos” julgados publicamente e, de acordo com o depoimento do senador Pedro Simon (PMDB-RS), “nunca criou nenhum obstáculo para que a CPI que investigou seu tesoureiro PC Farias” os apurasse, fornecendo-lhe, ao contrário, o apoio necessário do aparelho policial a ele subordinado. O então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Sydney Sanches (o Jobim da época, no sentido de politização do Judiciário), comandou a sessão do Congresso em que o chefe do governo foi cassado - e fez vista grossa para a ilegalidade flagrante da recusa em aceitar a renúncia do presidente, encaminhada em texto de próprio punho antes do julgamento. Collor foi impedido (sofreu golpe de Estado), perdeu os direitos políticos por oito anos e nunca foi condenado a coisa alguma pelos crimes pelos quais foi punido com a perda do mandato. Mas, ainda hoje, muita gente execra o ex-presidente Collor sem nem bem saber o porquê, acusando-o de modelo e exemplo de uma grande “corrupção institucionalizada”, mas ao mesmo tempo, estranhamente, não sabem identificar um único exemplo de corrupção, esquecendo até que Collor ganhou, repito!, todas as ações contra ele na Justiça, sendo inocentado de todas as acusações que lhe foram imputadas. E quando muito restou somente uma única e irrefutável acusação e "grande" exemplo de corrupção: um Fiat Elba. Não se trata aqui de tentar inocentar o ex-presidente Collor - quem, aliás, nunca suportei ideologicamente por seu discurso privatista, monetarista e de abertura imbecil do mercado interno -, mas tão somente de fazer justiça histórica e uma constatação: todo o alarde em torno de um propalado “mar de corrupção” da administração Collor resume-se a uma grande campanha de mídia cujo único dado concreto seria um reles Fiat Elba. É isso mesmo. Todo esse alarde de "mar de corrupção" só por causa de um reles Fiat Elba, acusação feita a um homem rico desde o nascimento que, com certeza, não iria se sujar por tão pouco.

Mas... e o PC Farias?

A verdade é que PC Farias não tomou um único centavo do governo ou de verbas públicas. Nada que se aproxima do que ocorreu com a compra descarada de votos para a emenda da reeleição de FHC ou o “mensalão” de Lula. O grande crime de PC foi realmente tomar dinheiro de particulares, de empresários. Todo o dinheiro que ele arrecadou e amealhou antes, durante e depois da campanha era dinheiro de empresários, que deram a Collor para ter seus interesses protegidos, mas que Collor simplesmente ousou atropelar, a começar por Roberto Marinho, e por isso foi sacrificado, vilipendiado, execrado e tirado à força da Presidência da República. Assim como a Globo e a Veja construíram a candidatura Collr para ser o anti-Lula, logo que perceberam que o presidente não iria comer em suas mãos, começaram a campanha para apeá-lo do poder. Quer dizer. No caso de Collor não houve o aparelhamento do Estado, a utilização de verbas públicas para comprar parlamentares, a utilização e desvio de dinheiro dos institutos de pensão e toda a atual ignomínia petista. E tudo isso é solenemente esquecido até hoje. É por isso que, quando se comemorou os 15 anos do “Código do Consumidor” (a única coisa realmente importante do governo Collor) não se ouviu ninguém dizer que foi Collor que o instituiu. Parece coisa de “progroms” soviéticos que eliminavam os nomes indesejáveis do partido comunista dos livros de História e das fotografias oficiais. Mas, pelo que se vê, o povão não concorda. Sabe que Collor foi deposto. Que pagou os “pecado” de não ter se submetido às negociatas.
Para pensar no travesseiro...

E não custa lembrar algumas questões levantadas por Paulo Henrique Amorim:

Já imaginaram um debate de Collor com outros presidenciáveis na televisão?
Os tucanos poderão falar de Daniel Dantas num debate com Collor?
José Serra falaria com ele sobre o financiamento que a irmã de Dantas fez a uma empresa da filha dele?
Como Serra defenderia o que FHC acertou com Dantas num jantar, domingo, no Alvorada, antes de provocar a degola da diretoria da Previ?
Aliás, Collor sabe umas historias de Daniel Dantas e André Lara Rezende.
Os tucanos podem falar da compra de ambulâncias?
O candidato (ou candidata) do PT vai defender José Dirceu e Waldomiro Diniz?
Um candidato do PT terá condições, frente a frente com Collor, de responder a três perguntas consecutivas sobre Daniel Dantas e Marcos Valério?
O candidato do PT tem como explicar a tentativa de “comprar” uma reportagem na revista IstoÉ, com uma mala cheia de dinheiro?
Os petistas acreditam que o Governo Lula será um sucesso e haverá o “dedazo” mexicano: Lula vai escolher o futuro presidente que quiser.
E quem tem aí para enfrentar Collor num palanque?
Ou você acredita no Estadão, na Folha e na Miriam Leitão e acha que o povo abomina “o populismo”?

Aproveite e leia também:

Ódio plantado contra o ex-presidente Collor - O Globo

Um comentário:

  1. A verdade é uma só.
    É uma vergonha o que a maioria dos politicos desse pais são capazes de fazer. Não sabemos na verdade se o fernando collor seria um bom presidente pois não deu nem tempo aquecer a cadeira. Porem temos certeza que ele mexeu com peixe grande e ai foi para o paredão.Isso aqui tinha tudo para ser um grande pais, mas já nem tem mais. Logo a petrobras vira casa da sogra. Escutem só, é questão de tempo.

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