Dendê na Amazônia
Como a graça divina que tarda mas não falha, o aproveitamento racional e sustentável do ecossistema e recursos naturais amazônicos em favor de sua gente volta a ocupar a agenda de providências e prioridades do governo federal. O óleo de palma - com fins energéticos e industriais - terá uma área de cultivo equivalente ao Estado de Pernambuco segundo anúncio recente do ministério da Agricultura. Há quase 30 anos, o cientista José Walter Bautista Vidal, o criador do Programa do Álcool e do Óleo Vegetal, após a crise de petróleo dos anos 70, e um estudioso das alternativas energéticas da Amazônia, disse que o cultivo de dendê numa área de 70 milhões de hectares, a metade das terras degradadas da região, propiciaria em 5 anos o dobro da produção de petróleo da Arábia Saudita. O número é bombástico mas as estimativas são procedentes e convincentes. O que falta é vontade política e mobilização empresarial com linhas de crédito e infraestrut ura de apoio.
Uma mudança no Código Florestal, lei que proíbe, entre outras restrições vesgas, a recomposição de áreas desmatadas da Amazônia com espécies exóticas à floresta, como é o caso do dendê, originário da África, está em andamento e é fruto de uma briga que dura algumas décadas. O Código é de 1965 e seu ajuste para permitir essa obviedade necessária e emergencial conta com apoio da autoridade ambiental e o entusiasmo da presidência da República. Para se ter uma idéia o cultivo de 1 milhão de hectares de dendê demanda a ocupação de 50 mil famílias. E na Amazônia este cultivo exige ainda o consorciamento agrossilvopastoril com espécies frutíferas e criação de animais em pequenas propriedades que propiciem renda familiar adicional.
O Brasil produz 170 mil toneladas/ano e importa 200 mil, a despeito do óleo de palma integrar o programa do biodiesel desde 2003. A legislação determina a adição do óleo num percentual de 3%, que será de 5% em 2013. A favor do dendê tem sua capacidade ocupar mais mão-de- obra e seqüestrar mais carbono da atmosfera do que soja, subsidiada pelo governo e usada majoritariamente na composição do combustível. O projeto da Empresa Amazonense de Dendê, instalada em Tefé nos anos 80, fez água por incúria administrativa mas o Banco Real viabilizou a Agropalma no Pará na mesma ocasião. Lá, atualmente, já existe e funciona a pleno vapor a primeira refinaria de óleo vegetal na Amazônia e os negócios em andamento não atendem 10% da demanda nacional. O Brasil tem na Embrapa o maior banco mundial de germoplasma do dendê e a Amazônia abriga a área mais adequada e vocacionada do ponto de vista climático, ambiental e comercial para o cultivo do dendê no plane ta, cuja palmácea é fonte de matéria-prima de uso múltiplo com a maior produtividade e disponibilidade de resíduos de valor energético conhecido.
Neste momento de adversidade econômica e mediante o imperativo de diversificar e interiorizar alternativas econômicas de desenvolvimento, o dendê no Amazonas precisa ocupar a ordem do dia e o topo da pauta de nossas potencialidades e alternativas. De quebra, ajudaremos o planeta a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, fixar o homem do interior em seu habitat, recuperando áreas degradadas com a geração de atividades econômicas e comerciais no beiradão. Uma vez plantado o dendê passa a produzir depois de 30 meses e a produtividade, quase o dobro da soja por hectare, se estende por quase duas décadas. O Brasil acumulou conhecimento, tecnologia e evidências gritantes sobre as potencialidades desse caminho. E agora começa a dar os passos decisivos. É preciso engrossar e robustecer essa cruzada...ela será fonte de prosperidade e muitos benefícios par nossa gente. Mãos à obra!
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Como a graça divina que tarda mas não falha, o aproveitamento racional e sustentável do ecossistema e recursos naturais amazônicos em favor de sua gente volta a ocupar a agenda de providências e prioridades do governo federal. O óleo de palma - com fins energéticos e industriais - terá uma área de cultivo equivalente ao Estado de Pernambuco segundo anúncio recente do ministério da Agricultura. Há quase 30 anos, o cientista José Walter Bautista Vidal, o criador do Programa do Álcool e do Óleo Vegetal, após a crise de petróleo dos anos 70, e um estudioso das alternativas energéticas da Amazônia, disse que o cultivo de dendê numa área de 70 milhões de hectares, a metade das terras degradadas da região, propiciaria em 5 anos o dobro da produção de petróleo da Arábia Saudita. O número é bombástico mas as estimativas são procedentes e convincentes. O que falta é vontade política e mobilização empresarial com linhas de crédito e infraestrut ura de apoio.
Uma mudança no Código Florestal, lei que proíbe, entre outras restrições vesgas, a recomposição de áreas desmatadas da Amazônia com espécies exóticas à floresta, como é o caso do dendê, originário da África, está em andamento e é fruto de uma briga que dura algumas décadas. O Código é de 1965 e seu ajuste para permitir essa obviedade necessária e emergencial conta com apoio da autoridade ambiental e o entusiasmo da presidência da República. Para se ter uma idéia o cultivo de 1 milhão de hectares de dendê demanda a ocupação de 50 mil famílias. E na Amazônia este cultivo exige ainda o consorciamento agrossilvopastoril com espécies frutíferas e criação de animais em pequenas propriedades que propiciem renda familiar adicional.
O Brasil produz 170 mil toneladas/ano e importa 200 mil, a despeito do óleo de palma integrar o programa do biodiesel desde 2003. A legislação determina a adição do óleo num percentual de 3%, que será de 5% em 2013. A favor do dendê tem sua capacidade ocupar mais mão-de- obra e seqüestrar mais carbono da atmosfera do que soja, subsidiada pelo governo e usada majoritariamente na composição do combustível. O projeto da Empresa Amazonense de Dendê, instalada em Tefé nos anos 80, fez água por incúria administrativa mas o Banco Real viabilizou a Agropalma no Pará na mesma ocasião. Lá, atualmente, já existe e funciona a pleno vapor a primeira refinaria de óleo vegetal na Amazônia e os negócios em andamento não atendem 10% da demanda nacional. O Brasil tem na Embrapa o maior banco mundial de germoplasma do dendê e a Amazônia abriga a área mais adequada e vocacionada do ponto de vista climático, ambiental e comercial para o cultivo do dendê no plane ta, cuja palmácea é fonte de matéria-prima de uso múltiplo com a maior produtividade e disponibilidade de resíduos de valor energético conhecido.
Neste momento de adversidade econômica e mediante o imperativo de diversificar e interiorizar alternativas econômicas de desenvolvimento, o dendê no Amazonas precisa ocupar a ordem do dia e o topo da pauta de nossas potencialidades e alternativas. De quebra, ajudaremos o planeta a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, fixar o homem do interior em seu habitat, recuperando áreas degradadas com a geração de atividades econômicas e comerciais no beiradão. Uma vez plantado o dendê passa a produzir depois de 30 meses e a produtividade, quase o dobro da soja por hectare, se estende por quase duas décadas. O Brasil acumulou conhecimento, tecnologia e evidências gritantes sobre as potencialidades desse caminho. E agora começa a dar os passos decisivos. É preciso engrossar e robustecer essa cruzada...ela será fonte de prosperidade e muitos benefícios par nossa gente. Mãos à obra!
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O BB e a incompatibilidade - Nos corredores do Centro Cultural Banco do Brasil, onde atualmente despacha o presidente Lula, ecoou a confirmação de "pura incompatibilidade da direção do Banco do Brasil com as políticas do governo". Daí a demissão do presidente do BB que estava batendo seguidos recordes de faturamento à custa de elevadas taxas de juros em vigor.
Taxas e spreads - Nos últimos meses uma movimentação no Congresso Nacional e nas entidades de classe de todo o país clamavam cada vez mais insistentemente para a redução patamar de juros cobrado pelos bancos. E a direção do BB estava indiferente à insatisfação da sociedade e do próprio governo com a recusa em reduzir seus spreads e taxas bancárias.
A bancada e as entidades - Na semana passada foi iniciado na Federação das Indústrias um ciclo de debates da crise econômica entre as entidades do setor produtivo e os parlamentares do Amazonas no Congresso Nacional. Menos da metade dos deputados apareceram mas os senadores estavam todos. Essa aproximação é vital e emergencial.
O Porto e a desinformação - O cientista José Alberto Machado, ex-superintendente adjunto da Suframa e animador da iniciativa do Porto das lajes, deu uma aula sobre o assunto na FEAM para empresários e parlamentares, detalhou sua importância, necessidade e urgência e denunciou a desinformação sobre o projeto para explicar a celeuma reinante, que só beneficia os defensores das taxas portuárias abusivas atualmente praticadas em Manaus. As mais caras do país.
Belmiro Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
belmirofilho@belmiros.com.br
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