Said Barbosa Dib
No século XIII viveu em Siena, Itália, certo homem ganancioso e soberbo. Tinha alcançado grande respeito e prestígio na cidade. “Provenzano Salvani” era o seu nome. Um gibelino que havia se destacado na famosa Batalha de Monteaperti contra a poderosa cidade de Florença, governada pelos inimigos guelfos. A “Cidade de flor” fora derrotada então. Os gibelinos, vencedores, se reuniram para decidir o que fariam para abater definitivamente o poderio da urbe inimiga.
Houve alguns, como o radical raivoso Salvani, que queriam a destruição imediata, total e definitiva de Florença. Um certo Farinata degli Uberti, felizmente, contemporizou e conseguiu convencer os companheiros de que era necessário conter os ímpetos. Embora também gibelino encarniçado, tinha sentimentos mais nobres e humanos. E, depois de muito argumentar, conseguiu conter os mais apaixonados. Assim, a bela Florença foi poupada.
Em outra ocasião, conta-se que, antes de participar de uma batalha contra os eternos inimigos guelfos, o radical Salvani chegou a consultar o Diabo para saber qual sorte lhe esperava na batalha. O Diabo teria respondido:
- Irás e combaterás; vencerás não, morrerás na batalha e a tua cabeça será a mais alta de todo o campo.
Mas Provenzano, que, na sua conhecida soberba, não admitia a possibilidade de derrota, leu mudando a vírgula: - Vencerás, não morrerás. Interpretou a profecia toda ao contrário, como lhe convinha. Foi à batalha e acabou morto e a sua cabeça espetada na ponta de uma enorme lança.
Foi justamente este homem cheio de soberba e orgulho que foi colocado pelo genial Dante, na “Divina Comédia”, não no Inferno, mas no Purgatório. Por quê? Dizem os florentinos que por um ato de bondade e de humildade que um dia praticara na terra e que o Senhor levara em conta. Um amigo de Provenzano tinha sido feito prisioneiro. Para resgatá-lo seria preciso pagar uma multa de dez mil florins. Algo estupidamente elevado para a época. Provenzano mandou estender na Praça de Siena um tapete; e pôs-se a pedir esmola aos transeuntes, até juntar a quantia necessária. Os cidadãos de Siena, que conheciam a habitual empáfia de Salvani, não puderam deixar de admirá-lo. E comoveram-se com o seu ato. Esta boa ação tê-lo-ia livrado das penas do Inferno.
No século XIII viveu em Siena, Itália, certo homem ganancioso e soberbo. Tinha alcançado grande respeito e prestígio na cidade. “Provenzano Salvani” era o seu nome. Um gibelino que havia se destacado na famosa Batalha de Monteaperti contra a poderosa cidade de Florença, governada pelos inimigos guelfos. A “Cidade de flor” fora derrotada então. Os gibelinos, vencedores, se reuniram para decidir o que fariam para abater definitivamente o poderio da urbe inimiga.
Houve alguns, como o radical raivoso Salvani, que queriam a destruição imediata, total e definitiva de Florença. Um certo Farinata degli Uberti, felizmente, contemporizou e conseguiu convencer os companheiros de que era necessário conter os ímpetos. Embora também gibelino encarniçado, tinha sentimentos mais nobres e humanos. E, depois de muito argumentar, conseguiu conter os mais apaixonados. Assim, a bela Florença foi poupada.
Em outra ocasião, conta-se que, antes de participar de uma batalha contra os eternos inimigos guelfos, o radical Salvani chegou a consultar o Diabo para saber qual sorte lhe esperava na batalha. O Diabo teria respondido:
- Irás e combaterás; vencerás não, morrerás na batalha e a tua cabeça será a mais alta de todo o campo.
Mas Provenzano, que, na sua conhecida soberba, não admitia a possibilidade de derrota, leu mudando a vírgula: - Vencerás, não morrerás. Interpretou a profecia toda ao contrário, como lhe convinha. Foi à batalha e acabou morto e a sua cabeça espetada na ponta de uma enorme lança.
Foi justamente este homem cheio de soberba e orgulho que foi colocado pelo genial Dante, na “Divina Comédia”, não no Inferno, mas no Purgatório. Por quê? Dizem os florentinos que por um ato de bondade e de humildade que um dia praticara na terra e que o Senhor levara em conta. Um amigo de Provenzano tinha sido feito prisioneiro. Para resgatá-lo seria preciso pagar uma multa de dez mil florins. Algo estupidamente elevado para a época. Provenzano mandou estender na Praça de Siena um tapete; e pôs-se a pedir esmola aos transeuntes, até juntar a quantia necessária. Os cidadãos de Siena, que conheciam a habitual empáfia de Salvani, não puderam deixar de admirá-lo. E comoveram-se com o seu ato. Esta boa ação tê-lo-ia livrado das penas do Inferno.
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