Depois de tudo, o governo conseguiu arrumar a pior solução para o problema da convergência de rentabilidade entre os fundos de renda fixa conservadores e os depósitos de poupança. Pressionado por fatores e factóides político-eleitorais, decidiu empurrar com a barriga o “problema” da redução dos juros. Mas empurrou do pior jeito.
“Problema” vai aqui entre as aspas porque não há comparação entre este tipo de problema, provocado pela trajetória de redução das taxas de juros, e os problemas inversos, sem aspas, que aparecem quando os juros sobem. É preciso não esquecer que estamos discutindo o rendimento de poupanças, mas estas só existem – e, principalmente, para as camadas de renda mais baixa, não aquinhoadas, como os mais ricos, entre outras vantagens sociais, por heranças – se o trabalhador-poupador tiver trabalho e renda suficiente para poupar. Ou seja, entre um rendimento menor sobre poupanças concretas, ainda que pequenas, e rendimento maior sobre poupança nenhuma – ou o outro lado da moeda, mais juros incidentes sobre dívidas – não há dúvida sobre a melhor escolha.
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José Paulo Kupfer
Nasceu no Rio de Janeiro em 1948. Jornalista desde 1967, foi repórter, redator, secretário de redação, editor-chefe e diretor em diversas publicações do Rio, São Paulo e Porto Alegre. Começou na revista Fatos & Fotos e trabalhou no Correio da Manhã, O Globo, Exame, Jornal do Brasil, Veja, Istoé, Estado de S. Paulo, Zero Hora, Gazeta Mercantil e Foco-Economia e Negócios.
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