segunda-feira, 24 de agosto de 2009

55 Anos em que um tiro atingiu o Brasil...

Em tempos bicudos em que a mídia “neo-udenista” tenta inviabilizar Lula, Sarney lembra morte de Getúlio

O senador José Sarney (PMDB-AP) lembrou nesta segunda-feira (24) a vida trágica de Euclides da Cunha e sua obra máxima, o livro Os Sertões. No mesmo discurso, abordou a sucessão de eventos que culminaram, em 24 de agosto de 1954, com o suicídio do presidente Getúlio Vargas e o desencadeamento de uma enorme crise política.
Enquanto o assassinato de Euclides da Cunha completou 100 anos no dia 15 de agosto. A morte de Getúlio está fazendo 55 anos nesta segunda.
Sarney recordou que à época do suicídio de Vargas era um jovem filiado à UDN e, no Rio de Janeiro, acompanhou aqueles acontecimentos. Ele disse que o seu partido não esperava que o criador do Estado Novo se suicidasse. O golpe, em sua opinião, "foi um grande golpe político aplicado à UDN".
- Afonso Arinos dizia que a bala que atravessou o coração do Getúlio tinha atingido a União Democrática Nacional. Tancredo Neves, numa visão mais otimista, dizia que a bala que atravessou o peito do Getúlio elegeu Juscelino Kubitscheck de Oliveira - disse o senador.
Ao traçar um breve histórico da vida pública de Getúlio, Sarney disse queele talvez tenha sido uma das figuras mais meteóricas da política brasileira. No Rio Grande do Sul, rememorou o senador, Getúlio era tido como "um político bisonho", que não se destinava a ter um grande futuro. Foi deputado estadual e, mais tarde, eleito deputado federal, assumiu a presidência da Comissão de Finanças como solução para uma briga, que chegou "às vias de fato", entre o deputado Lindolfo Collor - avô do atual senador Fernando Collor (PTB-AL) - e o então governador de São Paulo.
O senador contou que, por conta do cargo, Getúlio também acabou sendo escolhido para ser o ministro da Fazenda. Na época, a pasta era tradicionalmente destinada ao Rio Grande do Sul. Segundo Sarney, nesse momento começou a ascensão de Getúlio. Foi eleito para a presidência da Província do Rio Grande do Sul e, em seguida, liderou a Revolução de 1930. Em seguida, na negociação com os tenentes, conduzida por Oswaldo Aranha, Getúlio se compromete a criar o Ministério do Trabalho, por eles defendida, recebendo o seu apoio para a Presidência da República.
- Daí vem, na realidade, a vocação de Getúlio; chegando ao âmbito federal, transforma sua personalidade, aquele homem bisonho do Rio Grande do Sul transforma-se num homem esperto, que passava a rasteira em todo mundo. Getúlio passa a executar um governo que tinha o social como prioridade. Ele teve um período brilhante, marcou a vida brasileira durante aquele tempo. Envolvido com os problemas que chegaram em 1954, ele encontrou a solução política de entregar sua própria vida, no meio de uma grande crise política - disse o senador.
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