(Alerta em Rede) – Sábado passado, o Greenpeace realizou, em três capitais brasileiras Rio, São Paulo e Salvador), manifestação contra a utilização da energia nuclear no País. A “ONG atômica” utilizou-se das comemorações do ano da França no Brasil para “chamar a atenção” sobre as negociações entre os governos do presidente Lula e de Nicolai Sarkozi, especialmente no que se refere à estatal francesa Areva, líder mundial em geração e distribuição de energia. [1]Segundo André Amaral, coordenador da ONG, a estatal francesa Areva herdou o antigo contrato com os alemães e virou a fornecedora do reator da Usina de Angra 3, programada para entrar em operação em 2014. "Sem poder expandir seus negócios na França, a empresa vem atuando para ampliar seus negócios em outros países, como o Brasil. O Brasil tem todas as condições para investir na geração de energia a partir de fontes renováveis e não deve optar pela nuclear.", disse Amaral, acrescentando um autêntico factóide de "radioatividade" nula:
"No ano passado, um relatório produzido por especialistas franceses mostrou a falência do modelo nuclear de geração de energia. Para se ter uma idéia, a estimativa é a de que o prejuízo do governo e, portanto, da população, na produção dessa energia variou entre 800 milhões de euros e 6 bilhões de euros ao ano entre 1995 e 2001"
Evidentemente, o porta-voz do Greenpeace não poderia deixar de mencionar o principal objetivo geopolítico da “manifestação”, os acordos que estão sendo anunciados entre os dois países na área de defesa. "Não está claro que a compra de submarinos franceses pela marinha brasileira não embute a transferência de tecnologia nuclear". Ao fazê-lo, apenas confirmou o que este Alerta já documentou “n vezes”, que o Greenpeace não passa de uma linha auxiliar do poder anglo-americano como, de resto, ficou evidenciado quando um antecessor de Amaral, Ruy de Góes, foi um dos citados em quatro documentos confidenciais do Governo dos EUA sobre o monitoramento do programa nuclear brasileiro que foram desclassificados e revelados pela Folha de S. Paulo. [2]
Notas:
[1]Greenpeace faz manifestação contra usina nuclear, Terra, 24/8/2009
[2]Greenpeace, linha auxiliar do poder anglo-americano, Alerta Científico e Ambiental, 15/01/2009
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