Por Nilder Costa
(Alerta em Rede) – Em boa hora, os ministros da Agricultura e de Minas e Energia, Reinhold Stephanes e Edson Lobão, sentaram-se para discutir a estratégia que pretende levar o País a se tornar autossuficiente em fertilizantes.
A reunião foi suscitada para análise de um estudo técnico sobre o potencial das jazidas de fósforo no Brasil; além das já dimensionadas, o estudo aponta a ocorrência do mineral na divisa de Goiás com Tocantins, que pode ser a maior jazida brasileira, e a conclusão é que o País pode passar de importador para exportador, em seis ou oito anos. Já com relação ao potássio, outro importante insumo agrícola do qual o Brasil é dependente externo, será preciso definir políticas para investimentos públicos e privados, assim como a implantação de projetos. Tanto Stephanes quanto Lobão concordam que este não é projeto para uma gestão, mas pretendem construir uma proposta que resulte no marco regulatório para o setor, a exemplo do vai ser feito com o pré-sal. [1]
Outrossim, o Brasil se destacou no ano passado como maior usuário mundial de defensivos agrícolas, pejorativamente chamados de “agrotóxicos”. Em 2008, o país movimentou US$ 7,1 bilhões em defensivos agrícolas, ante US$ 6,6 bilhões do segundo colocado, os Estados Unidos. Apesar desta liderança, que preocupa alguns por se tratar de substâncias tóxicas, a utilização de defensivos agrícolas no Brasil, por hectare, ainda é pequeno quando comparado a outros países: em 2007, gastou-se por aqui US$ 87,83 por hectare enquanto na França os produtores desembolsaram US$ 196,79 por hectare e no Japão a despesa foi de US$ 851,04.. Além disso, na relação entre defensivo utilizado por tonelada produzida, o crescimento no Brasil foi de apenas 1% no ano passado, bastante inferior ao aumento em países como Argentina (49%), China (25%) e França (28%). [2]
Há que se considerar que a agricultura de clima tropical e subtropical, como no Brasil, enfrenta uma série de adversidades que não ocorrem nos países de climas temperados, como na Europa e os Estados Unidos, cujas características favorecem menor incidência de pragas e doenças, e com muito menor severidade. Por isso mesmo, o emprego de defensivos é um fator estratégico para a competitividade da produção agrícola brasileira.
O Brasil tem todas as condições para se transformar, como antevisto por Norman Borlaug, no “celeiro do mundo” no século 21, mas precisa atentar tanto para a produção interna de fertilizantes quanto de defensivos agrícolas e outros insumos. Por isso mesmo, assim como a postura dos ministros Stepanhes e Lobão, é muito bem-vinda a recente declaração de Bernardo Gradin, presidente do conselho diretor da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), de que a indústria química brasileira quer ser a quinta maior do mundo e gerar 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva até 2020. “O mundo vai se mexer. Propomos que o Brasil não fique dependente de produtos importados. Somos a 9ª indústria química do mundo e queremos ser a 5ª”, disse Gradin. Até o final do ano, a Abiquim pretende entregar ao governo a sua proposta de desenvolvimento do setor. [3]
Eis um bom e saudável exemplo para demonstrar como o desenvolvimento da agropecuária deve gerar um processo de industrialização de um país como, de resto, ocorreu nos EUA e outros países desenvolvidos.
Notas:
[1]Brasil quer ser autossuficiente em fertilizantes, Portal do Agronegócio, 07/08/2009
[2]Brasil lidera uso mundial de agrotóxicos, O Estado de São Paulo, 07/08/2009
[3]Os desafios da indústria química, Dinheiro Vivo, 04/08/2009
(Alerta em Rede) – Em boa hora, os ministros da Agricultura e de Minas e Energia, Reinhold Stephanes e Edson Lobão, sentaram-se para discutir a estratégia que pretende levar o País a se tornar autossuficiente em fertilizantes.
A reunião foi suscitada para análise de um estudo técnico sobre o potencial das jazidas de fósforo no Brasil; além das já dimensionadas, o estudo aponta a ocorrência do mineral na divisa de Goiás com Tocantins, que pode ser a maior jazida brasileira, e a conclusão é que o País pode passar de importador para exportador, em seis ou oito anos. Já com relação ao potássio, outro importante insumo agrícola do qual o Brasil é dependente externo, será preciso definir políticas para investimentos públicos e privados, assim como a implantação de projetos. Tanto Stephanes quanto Lobão concordam que este não é projeto para uma gestão, mas pretendem construir uma proposta que resulte no marco regulatório para o setor, a exemplo do vai ser feito com o pré-sal. [1]
Outrossim, o Brasil se destacou no ano passado como maior usuário mundial de defensivos agrícolas, pejorativamente chamados de “agrotóxicos”. Em 2008, o país movimentou US$ 7,1 bilhões em defensivos agrícolas, ante US$ 6,6 bilhões do segundo colocado, os Estados Unidos. Apesar desta liderança, que preocupa alguns por se tratar de substâncias tóxicas, a utilização de defensivos agrícolas no Brasil, por hectare, ainda é pequeno quando comparado a outros países: em 2007, gastou-se por aqui US$ 87,83 por hectare enquanto na França os produtores desembolsaram US$ 196,79 por hectare e no Japão a despesa foi de US$ 851,04.. Além disso, na relação entre defensivo utilizado por tonelada produzida, o crescimento no Brasil foi de apenas 1% no ano passado, bastante inferior ao aumento em países como Argentina (49%), China (25%) e França (28%). [2]
Há que se considerar que a agricultura de clima tropical e subtropical, como no Brasil, enfrenta uma série de adversidades que não ocorrem nos países de climas temperados, como na Europa e os Estados Unidos, cujas características favorecem menor incidência de pragas e doenças, e com muito menor severidade. Por isso mesmo, o emprego de defensivos é um fator estratégico para a competitividade da produção agrícola brasileira.
O Brasil tem todas as condições para se transformar, como antevisto por Norman Borlaug, no “celeiro do mundo” no século 21, mas precisa atentar tanto para a produção interna de fertilizantes quanto de defensivos agrícolas e outros insumos. Por isso mesmo, assim como a postura dos ministros Stepanhes e Lobão, é muito bem-vinda a recente declaração de Bernardo Gradin, presidente do conselho diretor da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), de que a indústria química brasileira quer ser a quinta maior do mundo e gerar 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva até 2020. “O mundo vai se mexer. Propomos que o Brasil não fique dependente de produtos importados. Somos a 9ª indústria química do mundo e queremos ser a 5ª”, disse Gradin. Até o final do ano, a Abiquim pretende entregar ao governo a sua proposta de desenvolvimento do setor. [3]
Eis um bom e saudável exemplo para demonstrar como o desenvolvimento da agropecuária deve gerar um processo de industrialização de um país como, de resto, ocorreu nos EUA e outros países desenvolvidos.
Notas:
[1]Brasil quer ser autossuficiente em fertilizantes, Portal do Agronegócio, 07/08/2009
[2]Brasil lidera uso mundial de agrotóxicos, O Estado de São Paulo, 07/08/2009
[3]Os desafios da indústria química, Dinheiro Vivo, 04/08/2009
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