A falácia do “CO2 florestal”
Nilder Costa
O Brasil tem sido sistematicamente apontado pelos defensores da tese infundada sobre o aquecimento global antropogênico como um dos maiores geradores mundiais de dióxido de carbono (CO2), gás injustificavelmente transformado no grande "vilão" planetário do suposto fenômeno. A responsabilidade brasileira não caberia aos combustíveis fósseis, mas, principalmente, ao desmatamento na Floresta Amazônica. O "número mágico" atribuído ao País equivale a20% das emissões anuais de CO2 em todo o mundo, o qual foi novamente repetido na cúpula do G-8 ampliado realizada no início do mês, em Áquila, Itália.
Com grande satisfação, registramos que tal pecha de “vilão carbônico” foi veementemente contestada por Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), durante a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na semana passada em Manaus (Agência FAPESP, 21/07/2009).
Em sua exposição, Câmara deu um merecido "puxão de orelhas" na comunidade científica nacional, por não se empenhar no levantamento de números mais exatos sobre os impactos do desmatamento da Amazônia frente às mudanças climáticas:
Esse número de 20% divulgado pelo G-8 é um número "chutado" que está rodando pelo mundo. E a ciência brasileira até agora não se deu ao trabalho de checar esse dado. Na década de 1990, eram desmatados na Amazônia em média 22 mil quilômetros quadrados [anualmente], o que representava cerca de 8% das emissões de CO2 do planeta. Se o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento na região, de 27 mil quilômetros quadrados, em 2004, para a média atual, que é de 12 mil quilômetros quadrados, a Amazônia deve ser responsável atualmente por menos de 5% das emissões globais, logo o G8 deve estar equivocado e ter se baseado em dados fracos.
Para Câmara, os números do G-8 são tendenciosos, uma vez que, “no que diz respeito a dados sobre emissões de efeito estufa, é importante dividir o prejuízo”.
“Quanto mais países como o Brasil responderem pelos prejuízos ambientais, menos os países do G-8 serão responsáveis. A conta de que 20% das emissões de CO2 do mundo vêm do desmatamento pode não ter base científica”, apontou Câmara.
Igualmente, o cientista criticou o esquema concebido e acalentado pelo governo britânico, o REED (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal, na sigla em inglês), mecanismo por meio do qual os países que reduzem suas taxas de desmatamento poderiam vender créditos de carbono para outras nações:
Os países desenvolvidos acreditam que o Brasil deve vender o que podemos chamar de "carbono virtual"da floresta, que ainda não foi cortada. Assim, as empresas globais poluidoras que não conseguirem compensar suas emissões poderiam comprar carbono que nunca foi lançado na atmosfera. Mas será que o Brasil deve vender ar? E, em caso afirmativo, a grande questão é quem deve receber esse dinheiro, os assentados, os fazendeiros ou outras pessoas?
Câmara agregou que, em tese, não há muitas garantias de que, se o Brasil receber dinheiro dos países ricos por meio do REDD, o desmatamento irá necessariamente diminuir. Pelo contrário, ele pode simplesmente se manter e até aumentar:
Sem contar que 90% do desmatamento na Amazônia é ilegal e, assim, nós estaríamos pagando para os fora da lei não desmatarem mais. Trata-se de um dinheiro sujo e o país tem mais o que fazer do que aceitar essa proposta. Esse é um debate importante que deverá ser tratado na conferência do clima de Copenhague, no final deste ano.
Com a palavra a comunidade científica nacional, para desmontar de uma vez por todas não apenas essa, mas todas as falácias que envolvem a colossal fraude do aquecimento global causado pelo homem.
Nilder Costa
O Brasil tem sido sistematicamente apontado pelos defensores da tese infundada sobre o aquecimento global antropogênico como um dos maiores geradores mundiais de dióxido de carbono (CO2), gás injustificavelmente transformado no grande "vilão" planetário do suposto fenômeno. A responsabilidade brasileira não caberia aos combustíveis fósseis, mas, principalmente, ao desmatamento na Floresta Amazônica. O "número mágico" atribuído ao País equivale a20% das emissões anuais de CO2 em todo o mundo, o qual foi novamente repetido na cúpula do G-8 ampliado realizada no início do mês, em Áquila, Itália.
Com grande satisfação, registramos que tal pecha de “vilão carbônico” foi veementemente contestada por Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), durante a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na semana passada em Manaus (Agência FAPESP, 21/07/2009).
Em sua exposição, Câmara deu um merecido "puxão de orelhas" na comunidade científica nacional, por não se empenhar no levantamento de números mais exatos sobre os impactos do desmatamento da Amazônia frente às mudanças climáticas:
Esse número de 20% divulgado pelo G-8 é um número "chutado" que está rodando pelo mundo. E a ciência brasileira até agora não se deu ao trabalho de checar esse dado. Na década de 1990, eram desmatados na Amazônia em média 22 mil quilômetros quadrados [anualmente], o que representava cerca de 8% das emissões de CO2 do planeta. Se o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento na região, de 27 mil quilômetros quadrados, em 2004, para a média atual, que é de 12 mil quilômetros quadrados, a Amazônia deve ser responsável atualmente por menos de 5% das emissões globais, logo o G8 deve estar equivocado e ter se baseado em dados fracos.
Para Câmara, os números do G-8 são tendenciosos, uma vez que, “no que diz respeito a dados sobre emissões de efeito estufa, é importante dividir o prejuízo”.
“Quanto mais países como o Brasil responderem pelos prejuízos ambientais, menos os países do G-8 serão responsáveis. A conta de que 20% das emissões de CO2 do mundo vêm do desmatamento pode não ter base científica”, apontou Câmara.
Igualmente, o cientista criticou o esquema concebido e acalentado pelo governo britânico, o REED (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal, na sigla em inglês), mecanismo por meio do qual os países que reduzem suas taxas de desmatamento poderiam vender créditos de carbono para outras nações:
Os países desenvolvidos acreditam que o Brasil deve vender o que podemos chamar de "carbono virtual"da floresta, que ainda não foi cortada. Assim, as empresas globais poluidoras que não conseguirem compensar suas emissões poderiam comprar carbono que nunca foi lançado na atmosfera. Mas será que o Brasil deve vender ar? E, em caso afirmativo, a grande questão é quem deve receber esse dinheiro, os assentados, os fazendeiros ou outras pessoas?
Câmara agregou que, em tese, não há muitas garantias de que, se o Brasil receber dinheiro dos países ricos por meio do REDD, o desmatamento irá necessariamente diminuir. Pelo contrário, ele pode simplesmente se manter e até aumentar:
Sem contar que 90% do desmatamento na Amazônia é ilegal e, assim, nós estaríamos pagando para os fora da lei não desmatarem mais. Trata-se de um dinheiro sujo e o país tem mais o que fazer do que aceitar essa proposta. Esse é um debate importante que deverá ser tratado na conferência do clima de Copenhague, no final deste ano.
Com a palavra a comunidade científica nacional, para desmontar de uma vez por todas não apenas essa, mas todas as falácias que envolvem a colossal fraude do aquecimento global causado pelo homem.
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