quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CPI da Dívida Pública: o único assunto que realmente importaria...

Essas informações você não vai ver a Miriam Leitoa comentar...

Enquanto os proxenetas da grande mídia amestrada tentam forjar uma CPI para atrapalhar a Petrobras...Enquanto pegam no pé do Sarney e tentam fechar o Senado FederaL, para tentar lustrar a careca eleitoral do Serra com suas campanhas udenistas, pseudo-moralistas, na Câmara Baixa acontece algo muito importante. “Importante”, não, fundamental. Seria, aliás, a única coisa que realmente importaria hoje para o Brasil se realmente fosse para frente: a CPI da Dívida Pública, instalada ontem.
Os especuladores e banqueiros nacionais e internacionais estão de cabelos em pé. A Oligarquia Financeira quer ver o Diabo em pessoa, mas não pode nem ouvir falar no que poderia acontecer se as investigações realmente fossem para frente. A idéia é investigar a herança mais maldita que FH&Cia deixou pro governo Lula, que até hoje não conseguiu se livrar da maldição. Quem realmente se beneficia com o pagamento e rolagem da dívida pública da União, Estados e Municípios? Enquanto a mídia amestrada tenta desviar a atenção dos cidadãos brasileiros, mirando em picuinhas no Senado, a cada ano o pagamento da dívida pública (interna e externa) consome mais de 50% do Orçamento Geral da União, considerando o refinanciamento feito através da emissão de títulos para pagar somente amortizações. A ONG Coordenação da Auditoria Cidadã da Dívida destaca que, apenas em 2007, o governo brasileiro gastou R$ 237 bilhões com o pagamento das dívidas interna e externa contra apenas R$ 40 bilhões em saúde, R$ 20 bilhões em educação e R$ 3,5 bilhões com a reforma agrária. Entre 1995 e 2009, a dívida interna cresceu 25 vezes, tendo subido de R$ 62 bilhões para R$ 1,6 trilhão, enquanto a dívida externa aumentou 80%, de US$ 148 bilhões para US$ 267 bilhões. A soma destas duas dívidas (R$ 2,2 trilhões) representa nada menos que 80% do PIB brasileiro (tudo que o país produz em um ano), e sobre a maior parte dela incidem taxas de juros altíssimas, muito maiores que as pagas pelos países ricos.Ainda com as taxas de juros mais altas do mundo, o Brasil destina anualmente cerca de 30% do orçamento federal para o pagamento dos juros, encargos e amortizações desses compromissos. Em 2008, o País comprometeu cerca de R$ 282 bilhões (sem computar a “rolagem”), para pagar aos detentores dos papéis (títulos de dívidas). No Brasil, a auditoria da dívida está prevista na Constituição Federal. Mas nunca foi realizada. Agora, o assunto pode ter repercussão direta sobre o mercado financeiro.
O corte nos gastos públicos é uma maneira de fazer com que a população pague a crise. Em dezembro passado, a Câmara autorizou a criação da CPI da Dívida Pública, proposta pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP), mas essa comissão só será instalada, se Deus quiser1, agora.

Meus comentários sobre o assunto há muito colocados – e repetidos – neste Blog:

Abolição da "DRU" e do "superávit primário": a única solução

(...) a manutenção do “superávit primário” e da DRU – Desvinculação das Receitas da União –, como parte estrutural da política econômica suicida atual, fazem com que haja a explosão da dívida interna, que atingiu R$ 1,4 TRILHÃO em dezembro de 2007 (tendo crescido 40% em apenas 2 anos). Em 2007, o governo federal gastou R$ 237 bilhões com juros e amortizações das dívidas interna e externa (sem contar o refinanciamento, ou seja, a chamada "rolagem" da dívida), enquanto gastou apenas R$ 40 bilhões com a saúde. Desde a posse em 2003, Lula destinou mais de R$ 851 bilhões somente para o pagamento de juros nominais da dívida pública consolidada (interna e externa). O desvio de verbas é inconstitucional. No entanto, por medidas provisórias e na Lei Orçamentária, a Administração espertalhona do empregado da Fundação Ford (desde a década de 60), o sr.FHC, obteve a desvinculação das receitas da União (DRU), como mecanismo para se garantir a manutenção dos superávits fiscais exigidos pelo FMI. As contribuições foram aumentadas, não para servir a suas finalidades, mas a fim de arranjar recursos para pagar R$ 300 bi de juros da dívida pública. O tão propalado déficit da Previdência, por exemplo, nunca existiu. O que há é apenas o desvio do dinheiro da Previdência para pagar juros aos banqueiros (Segundo a ANFIP, a Previdência, sem a "desvinculação", tem, na verdade, superávit de mais de R$30 bilhões). O mesmo houve com a CPMF, criada para atender à saúde, MAS QUE SEMPRE SERVIU PARA O MESMO FIM ABSURDO: PAGAMENTO DE JUROS DA DÍVIDA. O então projeto de "reforma" da previdência foi também a continuação dessa política, comandada pelo FMI. Lula teria que ficar atento. Devia fazer apenas duas coisas: mandar prender o funcionário do Banco de Boston que está instalado no BACEN e mandar chamar o deputado Ivan Valente para o ministério da Fazenda."Faltam recursos para a Saúde": mito canalhaQuando se falou que o Governo Federal iria tirar recursos da Saúde – R$ 20 bilhões, como cacarejaram no final do ano passado - em decorrência do fim da CPMF, há uma típica mistificação da mídia, que sempre oculta os verdadeiros problemas e procura sempre desqualificar o debate político. Digo isto porque, fala-se do que seria a necessidade de desvio do dinheiro da Saúde, mas não há honestidade em se esclarecer que a DRU é o verdadeiro mecanismo de desvio de verbas, pois permite a transferência massiva de recursos destinados às áreas sociais para o pagamento da dívida, com a manutenção do famigerado "superávit fiscal". Mesmo abolindo-se a CPMF, com a DRU mantida houve a perpetuação do mecanismo que permite que todos os anos, dezenas de bilhões de reais saiam do sistema de Seguridade Social - saúde, educação, assistência social e previdência - para pagar banqueiros. Como demonstrou, de uma forma genial e decidida, o então Senador Bernardo Cabral, quando era relator da proposta de manutenção da CPMF na CCJ do Senado, durante o “governo” FHC. Na época ele advertiu: "com a entrada de dinheiro para a saúde por meio da CPMF, o governo simplesmente diminuiu os recursos de outras fontes destinados ao setor. O dinheiro a mais que entrava por causa da CPMF era em parte ´descontado` do repasse do governo, de forma que, no final, tudo ficava mais ou menos na mesma para a saúde e o governo saía com um extra de recursos, que eram utilizados não para atender a população, mas para pagar a dívida com os especulações". Assim, desde 1996, com a criação da CPMF, os recursos que o governo destinava antes à saúde foram reduzidos substancialmente. Entre 1996 e 2000, o repasse do Cofins (Contribuição para Fins de Seguridade Social) para a saúde caiu de 42,4% para 34,7% e o repasse da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) caiu de 20,8% para 13,9%.


O que a imprensa amestrada não mostra: a verdadeira natureza da DRU

Hoje, o governo desvia por ano em torno de 30 bilhões de reais do sistema de seguridade social. Não à toa, a prorrogação da DRU sempre foi o único item da reforma mencionado entre as exigências do FMI para a liberação do empréstimo de 30 bilhões de dólares acordado no final de 2002, com a anuência do então candidato Lula. O acordo com o FMI previa o compromisso do governo em aprovar uma reforma tributária que "aumente a flexibilidade do orçamento do governo federal", como se lê no documento disponibilizado no site do fundo. A prorrogação da DRU, que expirou, foi incluída na reforma tributária do primeiro mandato de Lula. No ano passado, enquanto toda a mídia e os políticos lamentavam a perda da CPMF, os banqueiros comemoravam a manutenção da DRU, que é o que importa para os especuladores. Ou seja, a discussão vazia acerca da CPMF foi apenas "boi de piranha" para que não se discutisse o que VERDADEIRAMENTE importa: a DRU. Como acontece agora, quando se vê aposentados e pensionistas pedindo a esmola para reajustar seus vencimentos ao salário mínimo. O senador Paim, por exemplo, fala de reparação com relação ao mínimo e de extinção do “faotor previdenciário”, mas por pura submissão, não fala em tocar no que realmente importa: a DRU E COMO ELA SUGA O DINHEIRO DA PREVIDÊNCIA PARA GARANTIR RECURSOS PARA PAGAR A DÍVIDA PÚBLICA AOS BANQUEIROS PILANTRAS.Resultado óbvio: Juros da dívida pública consumiram 22 CPMFs em cinco anos
Como já foi dito, a União destinou R$ 851 bilhões apenas para o pagamento dos juros da dívida pública interna e externa desde janeiro de 2003. Desde a posse do presidente Lula, em 2003, o Brasil destinou mais de R$ 851 bilhões somente para o pagamento de juros nominais da dívida pública consolidada (interna e externa). Para se ter uma idéia desse valor, é como se cada um dos 186 milhões de brasileiros tivesse desembolsado R$ 4,57 mil, nos últimos cinco anos, apenas para o pagamento de juros da dívida, contraída pelos governos federal, estaduais e municipais, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e as estatais brasileiras. O montante equivale a 22 vezes o que o governo federal previa arrecadar só em 2008 com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no último dia 31 após ser rejeitada pelos senadores. Os dados se referem ao período de janeiro de 2003 a novembro de 2007.

Quem defende a auditoria

Em junho passado, um manifesto assinado por entidades nacionais e internacionais, pedindo a instalação da CPI, foi entregue à presidência da Câmara. O documento deve ser lido para que se identifique quem são os interessados na auditoria da dívida pública:Manifesto "Uma CPI para a Dívida que nos governa"

Aposentados e pensionistas, leiam mais verdades sobre o assunto:


Não deixe de ler também as excelentes análises do Dr. Adriano Benayon sobre o assunto:

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