segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desconstrução do Brasil...

Justiça atua para conter reações de patriotas no processo de expulsão de brasileiros de terras “brasileiras”

O desembargador Jirair Meguerian, coordenador da retirada dos brasileiros das Terras Indígenas Raposa e Serra do Sol, em Roraima, autorizou a última parte da colheita de arroz na Fazenda Providência, de Paulo César Quartiero - líder do movimento de resistência à demarcação no formato de área contínua e da manutenção da Soberania brasileira na região. Apesar da canalhice do Supremo Tribunal Federal (STF), que limitou a presença de não-índios na área até 30 de março, o desembargador usou bom senso e adotou um esquema em que o governo e o rizicultor vão trabalhar juntos. O governo requisita as máquinas do rizicultor e fica responsável pela colheita. Tudo apenas no papel, pois quem opera as máquinas são os antigos empregados da fazenda. O trabalho, numa área de 370 hectares, começa na quarta-feira e deve terminar em dez dias. Meguerian adotou o esquema misto para a colheita depois que Quartiero ameaçou por fogo nas máquinas se elas fossem requisitadas pelo governo e entregues a funcionários contratados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "Ninguém lá do governo sabe colher o arroz, ninguém tem competência", disse ele ao desembargador. "O senhor vai me condenar a perder o arroz e também o maquinário. Tenha a decência de não requisitar minhas máquinas!" O desembargador também autorizou a permanência de cinco famílias de não-índios na Vila Surumu, dentro da terra indígena, por mais alguns dias. Elas vão sair só depois que forem concluídas as instalações de água e luz nas casas na Cidade Satélite, na periferia de Boa Vista, onde passarão a morar. A prefeitura havia prometido terminar hoje o trabalho.

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