"O Busto de Voltaire", de Salvador Dali
O MUNDO COMO ESTÁ
Visão de Babuc escrita por ele próprio
Entre os gênios que presidem os Impérios do mundo, ocupa Ituriel um dos primeiros lugares, e tem a seu cargo o departamento da Alta Ásia. Desceu certa manhã à morada do cita Babuc, à margem do Oxus, e disse-lhe:
- Babuc, as loucuras e excessos dos persas atraíram nossa cólera; reuniu-se ontem uma assembléia dos gênios da Alta Ásia para decidir se se devia castigar Persépolis ou destruí-la. Vai a esta cidade, examina tudo; conta-me fielmente o que vires; e eu resolverei, conforme o teu relato, corrigir a cidade ou exterminá-la.
- Mas, Senhor - observou humildemente Babuc, - eu nunca estive na Pérsia; não conheço ninguém por lá.
- Tanto melhor - retrucou o anjo, - assim não serás parcial; recebeste do céu o discernimento, e eu acrescento-lhe o dom de inspirar confiança; anda, olha, escuta, observa, e nada temas: serás bem recebido em toda parte.
Babuc montou no camelo e partiu com os seus criados. Ao cabo de alguns dias, encontrou nas (...)
Clique aqui para continuar lendo a obra na íntegra. São apenas 13 páginas. Confiram.
O MUNDO COMO ESTÁ
Visão de Babuc escrita por ele próprio
De Voltaire
APRESENTAÇÃO
Por Nélson Jahr Garcia
Em "O mundo como está" temos o mesmo Voltaire irônico e crítico em relação aos costumes de sua época. Contudo, não é o sarcástico de outras obras. Foi escrito na fase em que ainda lhe restava certo otimismo e algum sorriso. Babuc foi encarregado, pelas divindades, representadas por Ituriel, de observar pessoalmente Persépolis e apresentar um relatório para que os deuses decidissem ou não pela destruição da cidade que julgavam irremediavelmente contaminada. Em suas observações demonstra que não é possível distinguir entre defeitos e virtudes como entidades estanques e opostas, noção já existente há milênios e recuperada por Hegel e Marx, muito mais tarde, sob o rótulo de "unidade dos contrários".
Após verificar a destruição e morticínio gerados por uma guerra arrasadora Babuc percebe a ingenuidade e ignorância dos soldados que participavam da batalha, inclusive do capitão:
Depois de dar um pequeno presente ao soldado, Babuc entrou no acampamento. Em breve travou conhecimento com o capitão e perguntou-lhe o motivo da. guerra.
- Como quer que eu saiba? - respondeu o capitão.
- E que me importa esse belo motivo? Moro a duzentas léguas de Persépolis; ouço dizer que foi declarada guerra; abandono em seguida a família, e vou procurar, segundo nosso costume, a fortuna ou a morte, visto que nada tenho que fazer.
Do lado contrário da contenda, reforçou sua visão de que nenhum dos lados poderia ser responsabilizado pelo mal que tinha duas faces:
Absorto nesses pensamentos, passou ao acampamento dos indianos. Foi ali tão bem acolhido como no dos persas, conforme lhe fora predito; mas viu os mesmos excessos que o haviam transido de horror. "Oh! oh! - exclamou consigo - se o anjo Ituriel quer exterminar os persas, também o anjo das Índias tem de exterminar os indianos". Informando-se em seguida, mais detalhadamente, do que se passara em ambos os exércitos, soube de atos de
desprendimento, de grandeza de alma, de humanidade, que o espantaram e comoveram.
"Inexplicáveis humanos - exclamou, - como podeis reunir tanta baixeza e grandeza, tantas virtudes e crimes?"
Até mesmo o negociante desonesto mostrou a Babuc outra perspectiva de suas práticas, aliás muito semelhante à defendida pelos neo-liberais de nossos dias:
- Não há nesta cidade nenhum negociante mais ou menos conhecido - respondeu-lhe o outro - que não viesse devolver-lhe a bolsa; mas muito o enganaram, dizendo-lhe que eu lhe vendera artigos quatro vezes mais caro do que valiam: vendi-os por dez vezes mais. E tanto isto é verdade que, se daqui a um mês o senhor quiser revendê-los, não obterá nem essa décima parte. Mas nada mais justo: é a fantasia dos homens que dá preço a essas coisas frívolas; é essa fantasia que faz viver cem operários que eu emprego, é ela que me dá uma bela casa, um carro cômodo, cavalos, é ela que anima a indústria, que mantém o gosto, a circulação e a abundância. Às nações vizinhas vendo eu essas bagatelas muito mais caro que ao senhor, e assim sou útil ao império.
Por vezes Babuc se assusta com a falta de caráter:
Tinham algum conhecimento da missão de Babuc. Um deles pediu-lhe em segredo que exterminasse um autor que não o louvara suficientemente cinco anos atrás. Outro solicitou a perda de um cidadão que nunca rira nas suas comédias. Um terceiro pediu a extinção da Academia, porque jamais conseguira entrar para ela. Findo o almoço, cada qual se retirou sozinho, pois não havia em todo o grupo dois homens que se pudessem suportar, nem falar-se a não ser em casa dos ricos que o convidavam para a sua mesa. Babuc julgou que não se perderia nada se toda aquela cambada perecesse na destruição geral.
Mais tarde, um sábio mostra um outro lado da realidade:
- O senhor leu coisas bastante desprezíveis - disse-lhe o sábio letrado. - Mas em todas as épocas, e em todos os países, e em todos os gêneros, sempre formiga o mau e escasseia o bom. E se o senhor recebeu em casa o rebotalho do pedantismo é porque, em todas as profissões, o que há de mais indigno de aparecer é sempre o que se apresenta com maior imprudência. Os verdadeiros sábios vivem entre si, retirados e tranqüilos; há ainda, em nosso meio, homens e livros dignos de lhe ocupar a atenção.
Babuc também conheceu uma visão diferente da justiça humana:
Levou-o no dia seguinte ao tribunal, onde devia ser proferida importante sentença. A causa era conhecida de todos. Os velhos advogados que a discutiam pareciam flutuar nas suas opiniões; alegavam cem leis, nenhuma das quais era aplicável ao fundo da questão; consideravam o assunto por cem pontos de vista, nenhum deles o adequado; os juízes decidiram mais depressa do que o tempo que gastaram os advogados em hesitar. O veredicto foi quase unânime; julgaram bem, porque seguiam as luzes da razão, e os outros haviam
opinado mal, porque apenas tinham consultado os livros.
A pérola, a conclusão que é a obra prima do texto: Babuc comprova que não se pode pretender a perfeição absoluta do ser humano.
Eis como se houve para apresentar esse relatório. Mandou fazer no melhor fundidor da cidade uma estatueta composta de todos os metais, das terras e pedras mais preciosas e mais vis; e levou-a a Ituriel.
- Destruirias - disse ele - esta linda estátua, porque não é toda de ouro e diamantes?
O texto é um de um esplendor poético quase perfeito, é preciso senti-lo antes de razoar sobre ele. A genialidade não se julga, aprecia-se.
BIOGRAFIA DO AUTOR
FRANÇOIS-MARIE AROUET, filho de um notário do Châtelet, nasceu em Paris, em 21 de novembro de 1694. Depois de um curso brilhante num colégio de jesuítas, pretendendo dedicar-se à magistratura, pôs-se ao serviço de um procurador. Mais tarde, patrocinado pela sociedade do Templo e em particular por Chaulieu e pelo marquês de la Fare, publicou seus primeiros versos. Em 1717, acusado de ser o autor de um panfleto político, foi preso e encarcerado na Bastilha, de onde saiu seis meses depois, com a Henriade quase terminada e com o esboço do OEdipe. Foi por essa ocasião que ele resolveu adotar o nome de Voltaire. Sua tragédia OEdipe foi representada em 1719 com grande êxito; nos anos seguintes, vieram: Artemise (1720), Marianne (1725) e o Indiscret (1725).
Em 1726, em conseqüência de um incidente com o cavaleiro de Rohan, foi novamente recolhido à Bastilha, de onde só pode sair sob a condição de deixar a França. Foi então para a Inglaterra e aí se dedicou ao estudo da língua e da literatura inglesas. Três anos mais tarde, regressou e publicou Brutus
(1730), Eriphyle (1732), Zaïre (1732), La Mort de César (1733) e Adélaïde Duguesclin (1734). Datam da mesma época suas Lettres Philosophiques ou Lettres Anglaises, que provocaram grande escândalo e obrigaram a refugiar-se em Lorena, no castelo de Madame du Châtelet, em cuja companhia viveu até 1749. Aí se entregou ao estudo das ciências e escreveu os Eléments de le Philosophie de Newton (1738), além de Alzire, L'Enfant Prodigue, Mahomet, Mérope, Discours sur l'Homme, etc.
Em 1749, após a morte de Madame du Châtelet, voltou a Paris, já então cheio de glória e conhecido em toda a Europa, e foi para Berlim, onde já estivera alguns anos antes como diplomata. Frederico II conferiu-lhe honras excepcionais e deu-lhe uma pensão de 20.000 francos, acrescendo-lhe assim a fortuna já considerável. Essa amizade, porém, não durou muito: as intrigas e os ciúmes em torno dos escritos de Voltaire obrigaram-no a deixar Berlim em 1753.
Sem poder fixar-se em parte alguma, esteve sucessivamente em Estrasburgo, Colmar, Lyon, Genebra, Nantua; em 1758, adquiriu o domínio de Ferney, na província de Gex e aí passou, então, a residir em companhia de sua sobrinha Madame Denis. Foi durante os vinte anos que assim viveu, cheio de glória e de amigos, que redigiu Candide, Histoire de la Russie sous Pierre le Grand, Histoire du Parlement de Paris, etc., sem contar numerosas peças teatrais.
Em 1778, em sua viagem a Paris, foi entusiasticamente recebido. Morreu no dia 30 de março desse mesmo ano, aos 84 anos de idade.
A OBRA:Visão de Babuc escrita por ele próprio
De Voltaire
APRESENTAÇÃO
Por Nélson Jahr Garcia
Em "O mundo como está" temos o mesmo Voltaire irônico e crítico em relação aos costumes de sua época. Contudo, não é o sarcástico de outras obras. Foi escrito na fase em que ainda lhe restava certo otimismo e algum sorriso. Babuc foi encarregado, pelas divindades, representadas por Ituriel, de observar pessoalmente Persépolis e apresentar um relatório para que os deuses decidissem ou não pela destruição da cidade que julgavam irremediavelmente contaminada. Em suas observações demonstra que não é possível distinguir entre defeitos e virtudes como entidades estanques e opostas, noção já existente há milênios e recuperada por Hegel e Marx, muito mais tarde, sob o rótulo de "unidade dos contrários".
Após verificar a destruição e morticínio gerados por uma guerra arrasadora Babuc percebe a ingenuidade e ignorância dos soldados que participavam da batalha, inclusive do capitão:
Depois de dar um pequeno presente ao soldado, Babuc entrou no acampamento. Em breve travou conhecimento com o capitão e perguntou-lhe o motivo da. guerra.
- Como quer que eu saiba? - respondeu o capitão.
- E que me importa esse belo motivo? Moro a duzentas léguas de Persépolis; ouço dizer que foi declarada guerra; abandono em seguida a família, e vou procurar, segundo nosso costume, a fortuna ou a morte, visto que nada tenho que fazer.
Do lado contrário da contenda, reforçou sua visão de que nenhum dos lados poderia ser responsabilizado pelo mal que tinha duas faces:
Absorto nesses pensamentos, passou ao acampamento dos indianos. Foi ali tão bem acolhido como no dos persas, conforme lhe fora predito; mas viu os mesmos excessos que o haviam transido de horror. "Oh! oh! - exclamou consigo - se o anjo Ituriel quer exterminar os persas, também o anjo das Índias tem de exterminar os indianos". Informando-se em seguida, mais detalhadamente, do que se passara em ambos os exércitos, soube de atos de
desprendimento, de grandeza de alma, de humanidade, que o espantaram e comoveram.
"Inexplicáveis humanos - exclamou, - como podeis reunir tanta baixeza e grandeza, tantas virtudes e crimes?"
Até mesmo o negociante desonesto mostrou a Babuc outra perspectiva de suas práticas, aliás muito semelhante à defendida pelos neo-liberais de nossos dias:
- Não há nesta cidade nenhum negociante mais ou menos conhecido - respondeu-lhe o outro - que não viesse devolver-lhe a bolsa; mas muito o enganaram, dizendo-lhe que eu lhe vendera artigos quatro vezes mais caro do que valiam: vendi-os por dez vezes mais. E tanto isto é verdade que, se daqui a um mês o senhor quiser revendê-los, não obterá nem essa décima parte. Mas nada mais justo: é a fantasia dos homens que dá preço a essas coisas frívolas; é essa fantasia que faz viver cem operários que eu emprego, é ela que me dá uma bela casa, um carro cômodo, cavalos, é ela que anima a indústria, que mantém o gosto, a circulação e a abundância. Às nações vizinhas vendo eu essas bagatelas muito mais caro que ao senhor, e assim sou útil ao império.
Por vezes Babuc se assusta com a falta de caráter:
Tinham algum conhecimento da missão de Babuc. Um deles pediu-lhe em segredo que exterminasse um autor que não o louvara suficientemente cinco anos atrás. Outro solicitou a perda de um cidadão que nunca rira nas suas comédias. Um terceiro pediu a extinção da Academia, porque jamais conseguira entrar para ela. Findo o almoço, cada qual se retirou sozinho, pois não havia em todo o grupo dois homens que se pudessem suportar, nem falar-se a não ser em casa dos ricos que o convidavam para a sua mesa. Babuc julgou que não se perderia nada se toda aquela cambada perecesse na destruição geral.
Mais tarde, um sábio mostra um outro lado da realidade:
- O senhor leu coisas bastante desprezíveis - disse-lhe o sábio letrado. - Mas em todas as épocas, e em todos os países, e em todos os gêneros, sempre formiga o mau e escasseia o bom. E se o senhor recebeu em casa o rebotalho do pedantismo é porque, em todas as profissões, o que há de mais indigno de aparecer é sempre o que se apresenta com maior imprudência. Os verdadeiros sábios vivem entre si, retirados e tranqüilos; há ainda, em nosso meio, homens e livros dignos de lhe ocupar a atenção.
Babuc também conheceu uma visão diferente da justiça humana:
Levou-o no dia seguinte ao tribunal, onde devia ser proferida importante sentença. A causa era conhecida de todos. Os velhos advogados que a discutiam pareciam flutuar nas suas opiniões; alegavam cem leis, nenhuma das quais era aplicável ao fundo da questão; consideravam o assunto por cem pontos de vista, nenhum deles o adequado; os juízes decidiram mais depressa do que o tempo que gastaram os advogados em hesitar. O veredicto foi quase unânime; julgaram bem, porque seguiam as luzes da razão, e os outros haviam
opinado mal, porque apenas tinham consultado os livros.
A pérola, a conclusão que é a obra prima do texto: Babuc comprova que não se pode pretender a perfeição absoluta do ser humano.
Eis como se houve para apresentar esse relatório. Mandou fazer no melhor fundidor da cidade uma estatueta composta de todos os metais, das terras e pedras mais preciosas e mais vis; e levou-a a Ituriel.
- Destruirias - disse ele - esta linda estátua, porque não é toda de ouro e diamantes?
O texto é um de um esplendor poético quase perfeito, é preciso senti-lo antes de razoar sobre ele. A genialidade não se julga, aprecia-se.
BIOGRAFIA DO AUTOR
FRANÇOIS-MARIE AROUET, filho de um notário do Châtelet, nasceu em Paris, em 21 de novembro de 1694. Depois de um curso brilhante num colégio de jesuítas, pretendendo dedicar-se à magistratura, pôs-se ao serviço de um procurador. Mais tarde, patrocinado pela sociedade do Templo e em particular por Chaulieu e pelo marquês de la Fare, publicou seus primeiros versos. Em 1717, acusado de ser o autor de um panfleto político, foi preso e encarcerado na Bastilha, de onde saiu seis meses depois, com a Henriade quase terminada e com o esboço do OEdipe. Foi por essa ocasião que ele resolveu adotar o nome de Voltaire. Sua tragédia OEdipe foi representada em 1719 com grande êxito; nos anos seguintes, vieram: Artemise (1720), Marianne (1725) e o Indiscret (1725).
Em 1726, em conseqüência de um incidente com o cavaleiro de Rohan, foi novamente recolhido à Bastilha, de onde só pode sair sob a condição de deixar a França. Foi então para a Inglaterra e aí se dedicou ao estudo da língua e da literatura inglesas. Três anos mais tarde, regressou e publicou Brutus
(1730), Eriphyle (1732), Zaïre (1732), La Mort de César (1733) e Adélaïde Duguesclin (1734). Datam da mesma época suas Lettres Philosophiques ou Lettres Anglaises, que provocaram grande escândalo e obrigaram a refugiar-se em Lorena, no castelo de Madame du Châtelet, em cuja companhia viveu até 1749. Aí se entregou ao estudo das ciências e escreveu os Eléments de le Philosophie de Newton (1738), além de Alzire, L'Enfant Prodigue, Mahomet, Mérope, Discours sur l'Homme, etc.
Em 1749, após a morte de Madame du Châtelet, voltou a Paris, já então cheio de glória e conhecido em toda a Europa, e foi para Berlim, onde já estivera alguns anos antes como diplomata. Frederico II conferiu-lhe honras excepcionais e deu-lhe uma pensão de 20.000 francos, acrescendo-lhe assim a fortuna já considerável. Essa amizade, porém, não durou muito: as intrigas e os ciúmes em torno dos escritos de Voltaire obrigaram-no a deixar Berlim em 1753.
Sem poder fixar-se em parte alguma, esteve sucessivamente em Estrasburgo, Colmar, Lyon, Genebra, Nantua; em 1758, adquiriu o domínio de Ferney, na província de Gex e aí passou, então, a residir em companhia de sua sobrinha Madame Denis. Foi durante os vinte anos que assim viveu, cheio de glória e de amigos, que redigiu Candide, Histoire de la Russie sous Pierre le Grand, Histoire du Parlement de Paris, etc., sem contar numerosas peças teatrais.
Em 1778, em sua viagem a Paris, foi entusiasticamente recebido. Morreu no dia 30 de março desse mesmo ano, aos 84 anos de idade.
O MUNDO COMO ESTÁ
Visão de Babuc escrita por ele próprio
Entre os gênios que presidem os Impérios do mundo, ocupa Ituriel um dos primeiros lugares, e tem a seu cargo o departamento da Alta Ásia. Desceu certa manhã à morada do cita Babuc, à margem do Oxus, e disse-lhe:
- Babuc, as loucuras e excessos dos persas atraíram nossa cólera; reuniu-se ontem uma assembléia dos gênios da Alta Ásia para decidir se se devia castigar Persépolis ou destruí-la. Vai a esta cidade, examina tudo; conta-me fielmente o que vires; e eu resolverei, conforme o teu relato, corrigir a cidade ou exterminá-la.
- Mas, Senhor - observou humildemente Babuc, - eu nunca estive na Pérsia; não conheço ninguém por lá.
- Tanto melhor - retrucou o anjo, - assim não serás parcial; recebeste do céu o discernimento, e eu acrescento-lhe o dom de inspirar confiança; anda, olha, escuta, observa, e nada temas: serás bem recebido em toda parte.
Babuc montou no camelo e partiu com os seus criados. Ao cabo de alguns dias, encontrou nas (...)
Clique aqui para continuar lendo a obra na íntegra. São apenas 13 páginas. Confiram.
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