terça-feira, 4 de agosto de 2009

Senado Federal

Novo procurador-geral não vê qualquer crime relacionado ao senador Sarney

A Folha Serrista de São Paulo tentou, mas não conseguiu fazer com que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel (foto) fzesse qualquer comentário contrário ao presidente do Senado, o senaodr José Sarney (PMDB-AP). Gurgel afirmou, em entrevista ao jornal de José Serra, que não há quaisquer indícios contra o presidente do Senado, para que a última instância do Ministério Público ou o Supremo Tribunal Federal entrem nas investigações. “Até o momento, nada existe que firme a atribuição do procurador-geral da República ou do Supremo. A investigação está sendo conduzida normalmente pela Procuradoria.”
Questionado especificamente se ele já encontrou algum indício de crime cometido por Sarney, respondeu: “Nada que tenha sido verificado pela PR-DF [Procuradoria da República no Distrito Federal], que, quando constatar o envolvimento de qualquer autoridade sujeita a jurisdição do Supremo, encaminhará o assunto ao procurador-geral, e isso não foi feito até agora”.
O Ministério Público Federal no DF abriu duas frentes de investigação sobre as irregularidades ocorridas no Senado. Uma, sobre a edição de atos secretos e outra, sobre a existência de três contas bancárias paralelas criadas pela instituição.

Navalha enferrujada

Principal alvo da Operação Navalha, o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama, divulgou laudo pericial que questiona a autenticidade de interceptações telefônicas que o ligam ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na gravação, feita pela Polícia Federal e autorizada pela Justiça, Zuleido diz que não faltaria dinheiro para uma obra no Amapá, pois era “obra de Sarney”. A um interlocutor, diz que vai “chegar à casa do Sarney já, já”.
Zuleido foi preso e indiciado por formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência. Sarney negou o conteúdo das gravações e disse que não recebeu o empreiteiro em sua casa. No laudo divulgado no final de semana pela revista ISTOÉ, o perito Ricardo Molina diz que “a voz que produz a fala (…) não é do interlocutor denominado “Zuleido’. À Folha, Zuleido atacou o trabalho da PF. “Essa operação [Navalha] foi toda montada. Sou vítima de uma armação muito grande”. A PF não se manifestou sobre o assunto.

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Da coluna Cláudio Humberto:

Enfrentamento

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deverá fazer, nesta terça-feira, mais um discurso sobre a crise política da Casa. Mas, desta vez, o tom será mais vigoroso, na sequência da estratégia de enfrentamento que o PMDB resolveu adotar. O comportamento dos senadores do partido ontem, em defesa de Sarney, arrancou do presidente Lula um comentário de admiração: “isto é que é ter bancada”.

O mistério da…

No bate-boca com Pedro Simon (PMDB-RS), Renan Calheiros perguntou se o colega lembrava de uma empresa “Porto Sol”. Simon não respondeu.

… Pôr do Sol

A Pôr do Sol seria uma empresa de empréstimos consignados de familiares muito próximos a Pedro Simon.

Alea jacta est

O experiente senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), 85, lembrou ontem: colegas “terão julgamentos mais difíceis no Conselho de Ética que o presidente José Sarney”. Referia-se ao líder tucano Arthur Virgílio (AM).

Agressividade

Autor dos mais violentos discursos contra José Sarney, o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio, achou ontem “muito agressiva” a postura surpreendente de colegas do PMDB em defesa do presidente da Casa.

Lula reforça defesa de Sarney

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ontem desautorizar a versão de que estaria “desembarcando” da canoa de José Sarney (PMDB-AP). De público, elogiou o Congresso. Nos bastidores, reforçou ações para manter o peemedebista na Presidência do Senado. Na avaliação de Lula, a queda de Sarney, por licença ou renúncia, criaria um problema maior do que ele tem hoje. Haveria risco de ruptura da aliança entre PT e PMDB, sustentáculo do governo para enfrentar a CPI da Petrobras no Senado e embrião da eventual candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Atualmente, Lula lida com uma crise política na sua base de apoio numa Casa do Congresso na qual sempre passou sufoco. A licença ou renúncia de Sarney gerariam, pensa o presidente, um ambiente imprevisível a um ano e meio do final de seu governo e na véspera de um ano eleitoral. Um auxiliar de Lula disse que Sarney tem demonstrado disposição de resistir. “Não vou sair pelas portas do fundo”, afirmou o peemedebista em conversas reservadas. Nas palavras desse auxiliar, Sarney, como escritor, não deseja que os capítulos finais de sua vida pública sejam marcados por uma renúncia sob suspeita de irregularidades.
Depois de se reunir com Lula, o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) disse que o governo segue apoiando Sarney, que, segundo ele, não renunciará ao cargo. À noite, Múcio jantaria com líderes petistas e peemedebistas para reforçar o apoio a Sarney. O objetivo é reforçar laços entre PT e PMDB, sempre sob o discurso de que se trata de um enfrentamento com a oposição, para manter Sarney no cargo, atuar unidos na CPI da Petrobras e costurar um acordo para apoiar Dilma na sucessão presidencial de 2010.
Ao sancionar a Lei da Adoção, logo após ouvir de Múcio um relato sobre a crise no Senado, Lula disse que o Congresso faz mais coisas boas que ruins: “Se a gente for colocar em uma balança as coisas boas e as coisas más que foram acontecendo no Congresso, as coisas boas são infinitamente superiores. Mas, muitas vezes, as coisas boas não têm o destaque que a gente gostaria que tivesse”.

Fernando Sarney diz que é distorção dizer que decisão da Justiça é "censura"

O empresário Fernando Sarney divulgou nota nesta segunda-feira em que comenta a decisão do desembargador Dácio Vieira de proibir o jornal O Estado de S. Paulo de divulgar conversas suas protegidas pelo segredo de justiça. Fernando afirma ter recorrido à Justiça apenas para, como qualquer cidadão, ter os direitos constitucionais como privacidade, intimidade e honra garantidos no curso do processo.
“Ao recorrer à Justiça contra o que considero uma injustiça e uma violência contra mim e a minha família, apenas defendi direitos que me são assegurados pela Constituição. Considerar o uso de um direito legítimo como uma maneira de impor censura à imprensa não passa de tentativa de distorcer os fatos.”
A seguir a íntegra da nota

NOTA À IMPRENSA

“Como empresário da área de Comunicação, com atuação permanente no setor há quase 30 anos, sempre defendi a liberdade de imprensa e a livre manifestação de opinião, e jamais promoveria ou apoiaria qualquer iniciativa que pudesse ser interpretada como censura.
É lamentável, portanto, que uma decisão judicial que simplesmente exige o respeito a garantias constitucionais inerentes a todo cidadão – intimidade, privacidade, honra e imagem – esteja sendo apresentada como forma de censura à imprensa, que vem divulgando, ilicitamente, informações sob sigilo expressamente imposto pelo Judiciário.
Ao recorrer à Justiça contra o que considero uma injustiça e uma violência contra mim e a minha família, apenas defendi direitos que me são assegurados pela Constituição.
Considerar o uso de um direito legítimo como uma maneira de impor censura à imprensa não passa de tentativa de distorcer osfatos.
Atenciosamente,

Fernando Sarney.”

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