sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lula insiste que Sarney fique

O presidente do Senado, José Sarney, ao deixar o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede atual do Executivo Federal, onde conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise no Senado, falou do diagnóstico dos presidentes de que realmente há uma tentativa clara de se inviabilizar o governo Lula e a candidatura Dilma em 2010. O presidente da República fez questão de elogiar Sarney e o PMDB e garantiu que a bancada de senadores do PT dará todo apoio a Sarney. O presidente do Senado saiu sorrindo do encontro, mas não falou com a imprensa. Durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que não abre mão do controle da instituição, e que deseja liderar o processo de reestruturação do Senado. Ele apresentou a Lula medidas administrativas para conter a crise na Casa, e exigiu o apoio da base aliada. Segundo a Reuters, nas palavras de dois dos seus assessores, Sarney saiu do encontro “satisfeito”. Ao deixar o CCBB, Sarney apenas acenou para os jornalistas, mas não deu nenhuma declaração. Mas, segundo o colunista Jorge Bastos Moreno, Sarney fez um relato a Lula de todas as providências tomadas por ele desde que assumiu a presidência da Casa e logo que começaram a surgir as primeiras denúncias sobre o excesso de diretorias no Senado. Lula, de sua parte, reiterou que o problema do Senado é um problema político e como tal deve ser tratado. (Exclusivo: Ouça Sarney na Rádio do Moreno). Nessa entrevista, ele chama de “pastel de vento” a denúncia de que não declarou à Justiça Eleitoral sua casa em Brasília.
- Se tiver que sair, ele sai. Não está apegado (ao cargo), mas não acho que isso vai acontecer - disse à Reuters a filha e governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), antes mesmo do encontro do pai com o presidente da República.
No início da noite desta sexta, Lula reuniu-se com o senador Gim Argello (PTB-DF), escudeiro de Renan Calheiros (PMDB-AL) e aliado de Sarney. Ao deixar a reunião, Argello disse que Lula está “seguríssimo” sobre a permanência de Sarney no cargo.

Dilma diz que Sarney não pode ser demonizado
Em entrevista um pouco antes da saída de Sarney, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu o presidente do Senado. Ela afirmou ser necessário promover a transparência da Casa e a apuração de todas as denúncias, mas disse discordar do que classificou como "demonização do presidente Sarney". “Não concordo em demonizar o presidente Sarney e responsabilizá-lo por toda essa crise. Estou falando como pessoa de fora, sempre disse que respeito a não interferência do Executivo sobre o Senado. Longe de mim estar aqui dando receituário para alguém ou interferindo na autonomia de outro poder”, disse. A ministra disse ainda que o DEM também precisa ser responsabilizado pelos desvios do Senado: “Eu não vi ninguém falar sobre o fato de quem é responsável pelos contratos, pelas passagens, por tudo. Eu soube que é a primeira-secretaria. Eu soube que os integrantes da primeira-secretaria sempre foram do DEM. Estranhamente, o DEM pede o afastamento do presidente Sarney. Então, acho que tem um modelo no Brasil que dá pizza e que é esconder a questão debaixo do tapete”, salientou.

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