Liderados pelo senador Gilvam Borges (PMDB-AP), coordenador da bancada federal amapaense em Brasília, parlamentares do estado foram, na manhã desta terça-feira (11), prestar solidariedade ao presidente do Senado Federal, senador José Sarney (PMDB-AP). A disputa entre PT e PMDB pela presidência do Senado trouxe à tona uma série de irregularidades na Casa. Os dois partidos entraram em conflito após a vitória de José Sarney sobre Tião Viana (PT-AC) na eleição à presidência, no início de fevereiro deste ano. A partir daí, o Senado se viu atolado em denúncias. Sarney, com seu jeito moderado e conciliador, mas determinado, não deixou nada sem resposta. Contratou a FGV, solicitou auditorias por parte do TCU, demitiu o diretor-geral, afastou e puniu o diretor de recursos humanos, pediu a senadores e funcionários que sugerissem medidas modernizadoras para a Casa, indicou um novo diretor-geral e uma nova diretora de recursos humanos. Os parlamentares do Amapá foram ao presidente para dizer que o Amapá sempre confiou na habilidade do senador para superar a crise e dar mais transparência aos atos da Câmara Alta do Congresso Nacional.
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Diante de vereadores, prefeitos, deputados e senadores amapaenses, o presidente do Senado afirmou que foi atropelado por uma luta política que se desdobrou nos últimos meses e que resulta de sua influência na corrida pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Estamos numa Casa política. Pelo fato de minha luta política ter algum peso na sucessão desencadeou-se essa crise para enfraquecer o presidente da República. Não posso senão resistir e ser firme, com a certeza de minha consciência e lisura no trato com as coisas administrativas. A coisa mais grave de que me acusam é de que eu tinha pedido para nomearem o namorado da minha neta...
No mesmo discurso para os políticos amapaenses, reunidos em círculo no gabinete da presidência, Sarney lembrou que, em 55 anos de vida pública, nunca foi envolvido em nenhum escândalo, sendo um contra-senso ser acusado disso agora.- - Nunca me acusaram de nada e agora desencadeia-se essa crise política. É essa consciência da tranquilidade que me dá forças. Se não fiz qualquer coisa de errada ao longo de minha vida pública, não esperaria 55 anos para fazer agora. Nunca me meti em qualquer coisa errada.
- O encontro com Sarney foi pedido pelos próprios políticos amapaenses, interessados, segundo disseram, em trazer sua solidariedade ao presidente do Senado no momento em que ele enfrenta críticas lançadas pelos órgãos de imprensa. Todos se mostraram contentes com o desfecho dos acontecimentos no Conselho de Ética e com as medidas adotadas por Sarney para a modernização e transparência da Casa.
- Oriundos de vários partidos, cada político deu um testemunho do trabalho realizado por Sarney como representante do Amapá. O prefeito Luiz Beirão, de Laranjal do Jarí, disse por exemplo que não se jogam pedras em árvores que não dão flores.
- - E o Sr. ainda tem muitos frutos a dar ao Amapá. Não esmoreça, vá até o final que o senhor será vitorioso. - disse Beirão.
- A vereadora Beta Moreira chegou a chorar, durante o encontro, dizendo-se ressentida com as críticas feitas a Sarney.
- O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) também falou para sustentar que toda a crise enfrentada pelo Senado "é um processo político, injusto e discriminatório". Apontando vários políticos tucanos ali presentes, o senador disse que o PSDB do Amapá está e sempre estará com Sarney.
- Dizendo-se também emocionado, Sarney afirmou que não esperava uma visita suprapartidária com tão intensa manifestação de solidariedade.
- Sempre tive manifestações de apoio e sustentação. Em nenhum momento recebi do Amapá senão essa força, para que eu possa enfrentar as injustiças que venho enfrentando. - disse o presidente do Senado.
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