Arruda tenta justificar o escândalo
O governo do Distrito Federal distribuiu, há pouco, nota sobre o escândalo do pagamento de mesadas a parlamentares da base aliada do governador José Roberto Arruda (DEM). O próprio governador leu a nota e, com aquela já manjada retórica dos tempos do escândalo do painel do Senado, tentou justificar o destino do dinheiro mostrado nos vídeos divulgados pela imprensa. Leia a íntegra da nota abaixo.
"Tendo em vista o que aconteceu nos últimos dias e depois de uma análise preliminar dos documentos disponíveis, julgo importante fazer as seguintes considerações:
1 - Durante 8 anos o denunciante, Durval Barbosa, hoje réu em 32 processos, todos por atos praticados no governo anterior, foi presidente da Codeplan, empresa de informática do governo Roriz.
2 - Recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante, nos anos de 2004, 2005 e 2006, entre os quais o que foi exibido pela TV, foram regularmente registrados ou contabilizados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral.
3 - Na montagem da equipe de governo, o denunciante desejou continuar na empresa de informática. Avisados de que ele respondia, como réu, a processos por condutas praticadas no governo anterior, não concordamos com sua permanência no mesmo posto, e o mantivemos no governo, em outro setor, meramente burocrático, já que não havia ainda nenhuma condenação.
4 - Criamos uma Agência Técnica de Informática. Mais tarde, informados que na nova Agência de Informática ainda havia problemas, extinguimos a Agência, demitimos os servidores sob suspeita e descentralizamos todos os serviços.
5 - O nosso governo reduziu os gastos de informática em mais de 50% em relação ao último ano do governo passado. Isto contrariou a muitos interesses políticos e empresariais que, agora fica claro, são ligados ao denunciante.
6 - Quanto ao diálogo gravado no dia 21 de outubro, fica claro que foi conduzido para passar uma versão previamente estudada. A avaliação preliminar dos nossos advogados me alerta que os supostos “defeitos” ou “aquecimento” e “resfriamento” do aparelho de gravação, conforme consta dos autos, acabaram por truncar e comprometer o teor e o sentido da conversa, inclusive com a “desconfiguração dos dados armazenados”. Os advogados estão estudando essa questão. O denunciante propunha, dias antes do encontro, a realização de pesquisas, conversas para acordos políticos e doações para campanha por empresários amigos dele. Deixamos claro que não aceitaríamos essas doações, pois só cuidaríamos de campanha no próximo ano, e sugerimos apoio às campanhas de deputados da base de apoio ao governo, na forma da lei.
7 - Quanto a outras imagens e/ou outros informes inseridos no inquérito relativos a doações que ele teria feito a outros políticos, é preciso que haja uma análise cuidadosa dos advogados para esclarecer melhor as datas e as responsabilidades.
8 - Finalmente, os nossos advogados estão analisando detalhadamente os autos para, no momento próprio, apresentar nossas posições. Além das investigações internas que determinei, com o apoio da Controladoria, da Procuradoria e da Polícia Civil, vamos colaborar com tudo que for necessário para as investigações do Ministério Público Federal e do Superior Tribunal de Justiça.
9 - Confiamos na justiça e vamos continuar trabalhando no dia a dia do governo, agora livres dessa herança maldita do governo anterior."
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