quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Carlos Chagas

PATINHO FEIO NO LAGO DOS CISNES

Reúnem-se domingo a convenções municipais do PT, para o início da escolha dos novos integrantes dos Diretórios Estaduais e, depois, do Nacional. O mais forte candidato à presidência do partido é o ex-senador José Eduardo Dutra, de Sergipe, mas, com todo o respeito, ele parece o patinho feio posto no lago dos cisnes. Mais se acentuará na legenda a preocupação com o poder e sua preservação, em detrimento das lutas ideológicas do passado, pela melhoria das condições de vida do trabalhador e da afirmação da soberania nacional. De José Dirceu a José Genoíno e a João Paulo Cunha, só para citar alguns dos prováveis novos dirigentes, estão todos mais ligados na obrigação de eleger Dilma Rousseff do que na apresentação de um roteiro de reformas capazes de exprimir um passo adiante no desenvolvimento social do país. Curvam-se às determinações do primeiro-companheiro, do neoliberalismo econômico à imposição da candidata, tudo sem um mínimo debate interno. Comportam-se como amigos do rei, empenhados em prestar-lhe vassalagem em vez de conduzi-lo de volta aos caminhos um dia percorridos em favor das verdadeiras mudanças sociais, políticas e econômicas do país. É uma pena, mas o PT de hoje tornou-se pálida versão do partido que se propunha construir um novo Brasil.

ÚLTIMO ESFORÇO

Por coincidência no mesmo fim de semana, enquanto acontece a reunião do PT, em São Paulo, o PMDB estará promovendo amplo encontro, em Curitiba. Não propriamente todo o PMDB, porque seus dirigentes nacionais vão boicotar, infensos à iniciativa do governador Roberto Requião cujo objetivo é sensibilizar as bases partidárias em favor do lançamento de uma candidatura própria à presidência da República. Um dos oradores será o ex-presidente Paes de Andrade, que prestará homenagem ao dr. Ulysses Guimarães e, mesmo à revelia do governador, lançará o nome dele como candidato. Fica óbvia a divisão entre a cúpula nacional do PMDB, já comprometida com a candidatura Dilma Rousseff, e as bases, pelo jeito empenhadas em não perder a condição de maior partido do país. O objetivo da reunião de Curitiba é levar à realização de uma convenção nacional capaz de solucionar o impasse.
O FILME DO SERRA
Andam as oposições em paroxismo por conta da pré-estréia do filme sobre a vida do Lula, onde os seus erros são omitidos e as suas virtudes, exaltadas. Trata-se de mais um capítulo da campanha sucessória, sem dúvidas, mas censurá-lo seria um ato de truculência, além de uma burrice. A liberdade de expressão do pensamento e de imagem é constitucional. Se quiserem mesmo neutralizar os efeitos de “O Filho do Brasil” melhor seria que os tucanos contratassem um cineasta e produzissem uma película sobre José Serra. Poderia ser “O Filho do Palmeiras”, ou coisa parecida. E se não pensaram, anos atrás, em fazer um filme sobre Fernando Henrique Cardoso, certamente foi pela falta de um mocinho no presumível roteiro. Com todo o respeito, só haveria bandidos...

Carlos ChagasClique aqui para ler a análise completa de Carlos Chagas no Cláudio Humberto.

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