terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ecopilantragem

Desinformações eleitoreiras do Greenpeace
Nilder Costa

(Alerta em Rede) – Como seria de se esperar, o reinício da construção da usina nucleoelétrica de Angra 3 e outras atividades do setor nuclear no Brasil estão levando o Greenpeace e caterva a aproveitar qualquer “oportunidade” para intensificar sua sistemática política de desinformação que, como este Alerta já documentou, obedece a uma agenda de “apartheid tecnológico” patrocinada do exterior.
A primeira dessas oportunidades surgiu dia 28 passado na unidade de mineração de urânio da INB, em Caetité (BA), com o extravasamento de 500 litros de solvente orgânico usado para extrair urânio. Em nota, a INB informou que o extravasamento foi contido na área de operação da usina, que todo o material foi removido e que o incidente não provocou danos nem aos trabalhadores nem ao meio ambiente. Além disso, a ocorrência foi imediatamente comunicada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que está inspecionando o local. [1]
Com as distorções habituais, o Greenpeace difundiu que o vazamento foi de 30 mil litros (!!) de concentrado de urânio, que teria atingido 200 metros de profundidade e poderia ter contaminado rios e lençóis freáticos. [2]
Na véspera da divulgação do vazamento em Caetité, ativistas do Greenpeace se infiltraram na exposição do pintor Chagall no Museu de Belas Artes do Rio, em comemoração do Ano da França no Brasil, para assustar os visitantes sobre os “riscos e impactos” dos acordos entre o Brasil e França no setor nuclear. Segundo os ativistas verdes, a exposição e outras atividades do Ano da França foram patrocinados pela Areva, empresa francesa que adquiriu a seção nuclear da Siemens, que mantinha contratos de engenharia e fornecimento de equipamentos de Angra 3 no âmbito do antigo acordo nuclear Brasil-Alemanha. [3]
A outra “oportunidade” do Greenpeace decorreu do desligamento das usinas de Angra 1 e 2 como conseqüência do blecaute da semana passada. Segundo a lógica viciada do Greenpeace, a dependência de eletricidade externa para operar “prova” que as usinas nucleares se tornam em “empecilho” para a descentralização da geração elétrica. Para a ONG, o blecaute mostrou que a atual centralização da geração elétrica (sic) se expõe como um grande problema no Brasil, isso para justificar a utilização de fontes energéticas “descentralizadoras”, como a eólica e solar. Como se sabe, no ideário ambientalista, “small is beautiful”, pretendendo destruir a enorme vantagem estratégica representada pelo Sistema Interligado Nacional onde Angra 1 e 2, como qualquer usina nuclear, operam apenas na base. Consequentemente, inexiste justificativa econômica para dotá-las de capacidade de geração emergencial que não seja a da própria segurança. [4]
Já no dia 14 passado, o coordenador da campanha anti-nuclear do Greenpeace André Amaral esteve em Aracaju para uma visita institucional ao seu aliado local, o deputado estadual Professor Wanderlê (PMDB), e a órgãos da imprensa para alertá-los sobre os riscos de uma usina nuclear. Em sua campanha eco-terrorista, Amaral ressaltou que nenhum país do mundo conseguiu encontrar a solução para armazenar o material radioativo de forma segura e definitiva, passando a descrever que uma pessoa afetada por radiação sofre inicialmente náusea, fadiga, vômitos e diarréia; em seguida, pode ter hemorragia, inflamação da boca e da garganta, e queda de cabelo, sendo que nos casos mais graves, as funções vitais do corpo entram em colapso e a pessoa pode morrer em duas a quatro semanas. A nota da ONG não poderia deixar de mencionar que, em outubro do ano passado, o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, esteve em Aracaju para falar sobre a retomada do Programa Nuclear Brasileiro e o potencial do Nordeste. [5]
Mesmo desacreditado no Brasil e alhures, os episódios acima revelam que o Greenpeace continua ativo em sua campanha de "apartheid tecnológico" que, lamentavelmente, ainda conta com algum apoio da chamada grande mídia. Oportunista como é, a "ONG atômica" fabricará outras desinformações contra a reativação do setor nuclear brasileiro - programa do atual governo - com fins visivelmente eleitoreiros para tentar inflar a candidatura de Marina Silva que, até agora, não conseguiu decolar.

Notas:
[1]Vazamento em mina de urânio é confirmado em Caetité, A Tarde, 10/11/2009
[2]INB escondeu vazamento de urânio na BA, Greenpeace, 10/11/2009
[3]França, nuclear aqui não!, Greenpeace, 10/11/2009
[4]Apagão revela: usinas nucleares não garantem segurança energética, Greenpeace, 12/11/2009
[5]Representante do Greenpeace em SE, blog do Professor Wanderlê, 14/11/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário