Brasília. Lembranças...
Minha família recebeu o primeiro ap. “pronto” na SQS 308 (bloco 6, hoje “H”, ap. 403). Com pouco tempo de uso, os tacos (época do “sinteko”) soltaram do chão; as paredes “explodiram” em bolhas e mostraram a “arte” dos primeiros pixadores da Capital: rabiscos e até palavrões passaram a decorá-las.
Assim era Brasília! Saiba/relembre alguns fatos pitorescos, a seguir, daquele tempo.
Alguns edifícios, na Asa Sul, foram construídos com fachadas em vidros (transparentes): eram chamados “televisão de candango”: “peões” de obras ficavam “acocorados”, na hora do almoço, para admirar as inusitadas (para eles) rotinas familiares; outro prédio residencial teve os banheiros envidraçados para aumentar a claridade (com um tipo de vidro que é indevassável, por um lado, e permite visibilidade pelo outro). Mas o que foi projetado para propiciar bem-estar e privacidade ao morador em seu momento mais íntimo (até hoje não entendi: no “momento íntimo” ficar olhando prá rua? Imaginaria estar diante de uma webcam, conectada à internet), virou “BBB” : afixaram alguns vidros “ao contrário” e os “peões” curtiram um “cine privé”. O erro foi rapidamente consertado e acabou com a alegria da galera!!!
Alguns “consertos” já foram feitos, mas ainda há muito a “consertar”:
1) Quando não existiam as “tesourinhas” nos “eixinhos”: quem saísse das quadras “100” e passasse embaixo deles e do “eixão”, só podia retornar nas quadras “400”; ou retornava nas pistas dos “eixinhos”, atrapalhando o fluxo. Então, os retornos foram fechados e surgiram as “tesourinhas” e as saídas para o “eixão”;
2) Travessia W-3 Norte/Sul-Sul/Norte: contornava-se um enorme “balão”, em frente à Torre de TV, com belas fontes que, à noite, trocavam de cores, seguindo o “ballet” das águas. Aí, construíram viadutos, com pistas nos dois sentidos e acabaram com as fontes;
Minha família recebeu o primeiro ap. “pronto” na SQS 308 (bloco 6, hoje “H”, ap. 403). Com pouco tempo de uso, os tacos (época do “sinteko”) soltaram do chão; as paredes “explodiram” em bolhas e mostraram a “arte” dos primeiros pixadores da Capital: rabiscos e até palavrões passaram a decorá-las.
Assim era Brasília! Saiba/relembre alguns fatos pitorescos, a seguir, daquele tempo.
Alguns edifícios, na Asa Sul, foram construídos com fachadas em vidros (transparentes): eram chamados “televisão de candango”: “peões” de obras ficavam “acocorados”, na hora do almoço, para admirar as inusitadas (para eles) rotinas familiares; outro prédio residencial teve os banheiros envidraçados para aumentar a claridade (com um tipo de vidro que é indevassável, por um lado, e permite visibilidade pelo outro). Mas o que foi projetado para propiciar bem-estar e privacidade ao morador em seu momento mais íntimo (até hoje não entendi: no “momento íntimo” ficar olhando prá rua? Imaginaria estar diante de uma webcam, conectada à internet), virou “BBB” : afixaram alguns vidros “ao contrário” e os “peões” curtiram um “cine privé”. O erro foi rapidamente consertado e acabou com a alegria da galera!!!
Alguns “consertos” já foram feitos, mas ainda há muito a “consertar”:
1) Quando não existiam as “tesourinhas” nos “eixinhos”: quem saísse das quadras “100” e passasse embaixo deles e do “eixão”, só podia retornar nas quadras “400”; ou retornava nas pistas dos “eixinhos”, atrapalhando o fluxo. Então, os retornos foram fechados e surgiram as “tesourinhas” e as saídas para o “eixão”;
2) Travessia W-3 Norte/Sul-Sul/Norte: contornava-se um enorme “balão”, em frente à Torre de TV, com belas fontes que, à noite, trocavam de cores, seguindo o “ballet” das águas. Aí, construíram viadutos, com pistas nos dois sentidos e acabaram com as fontes;
3) W-3 Sul: inicialmente área residencial e comercial mais importante de Brasília, sofreu um processo relâmpago de fuga de comerciantes (antes da chegada dos Shoppings Centers), quando o então Governador Elmo Serejo determinou o fim dos estacionamentos no centro da avenida. Resultado: “pousadas”, “cabeleireiros” em residências; e comércio esvaziado.
4) Ainda nas “Asas”:a) casas(3/4/5 qtos.) projetadas para famílias com 2/3 filhos: sem garagens ou com garagens para 1/2 carros (5 moradores, no mínimo;para 1/2 vagas); b) na W-4: construções de universidades, escolas, edif.residenciais/comerciais = problemas: “onde” estacionar e “como” circular em ruas tão estreitas; c) nos comércios “locais”: cada um construído para atender as 4 “Super-Quadras” ao redor: hoje, atraem motoristas não só “locais”. “Onde” estacionar? “Como” circular?;
5) Lago Sul era sinônimo de “chácara”: seu acesso era, tão somente, pelo “balão” do aeroporto (para quem não sabe, o nome do “balão” é “Sarah Kubitscheck”). Naquele bairro, hoje o mais nobre da Cidade, não se podia construir sem contratar um “caseiro”, de preferência armado: era tanto “mato” e tão isolado que roubavam tudo que encontravam; ou invadiam. Nem se falava em Lago Norte! (Será que originalmente projetaram tantas pontes? Construam mais!!!!).
Mas tudo tem que ser “bem-feito”, como o asfaltamento dos “eixões” (Monumental e Rodoviário), que tem resistido ao tempo e ao aumento de fluxo de veículos. Ao contrário das insistentes “operações tapa-buracos” (ou “tampa-buracos” – as duas formas estão corretas: refiro-me só à escrita): o “remendo” é feito, mas sucumbe à primeira chuvinha; e, em menos de uma semana, lá está o buracão de volta!
Isso tudo, só no “Plano Piloto”. Imagine o DF todo, ocupado desordenadamente!
Reafirmo: Brasília precisa, urgente, de uma “releitura” (palavra tão na moda!).
Em seu 48º aniversário, a “menina dos olhos de JK” receberá, mais uma vez, os mesmos presentes, do “País ‘eternamente’ do Futuro”: problemas e promessas.
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