segunda-feira, 21 de abril de 2008

Coluna do Helio Fernandes


Os 211 "países" na Amazônia


Que o Itamaraty desprezou, os militares e o Brasil reconquistam


Tendo recebido o comandante do Exército, Lula achou desnecessário conversar com o general Augusto Heleno, da Amazônia. Perfeito. Fui o único que fiz a ligação de três fatos.
1 - A entrevista do general Augusto Heleno no "Canal Livre" da Bandeirantes. Mas ele comunicou ao comandante do Exército, estava autorizado. Além do mais, ia tratar de assunto altamente relevante, que conhece a fundo e que aprofunda agora na Amazônia.
2 - O comparecimento ao "seminário" do Clube Militar, no qual se destacou, não por exibicionismo ou ambição, mas por colocar na pauta um dos assuntos mais importantes do Brasil de hoje e do futuro.
3 - A coincidência da homenagem do dia seguinte no Senado (Dia do Exército), com vários oradores chamando o general da Amazônia, Augusto Heleno, "de nova grande liderança que surge no Exército".
Os oradores-senadores não quiseram desautorizar ou diminuir o comandante do Exército. Mas a verdade é que ele estava presente, se "sentiu" melindrado, o que não era o caso. Tendo recebido a nota oficial do presidente do Clube Militar, general Gilberto de Figueiredo, achou exagerado o apoio ao comandante da Amazônia, resolveu publicar uma nota oficial mas pessoal, já que o Alto Comando estava rigorosamente solidário com o general Augusto Heleno.
O comandante do Exército considerava que o presidente Lula receberia o general Augusto Heleno. Apesar de ser na presença dele, o comandante-general Peri não ficou satisfeito.
Com as limitações da "hierarquia" do horário, que não pode ser esquecido ou abandonado, na própria sexta-feira e no sábado (escrevendo também na sexta) revelei tudo, incluindo a ida de Augusto Heleno imediatamente para Manaus e a volta no dia seguinte a chamado do comandante do Exército. Por sua vez, acionado pelo prórpio Planalto-Alvorada.
Revelei ainda: "O presidente Lula não gostou de duas palavras usadas pelo comandante da Amazônia. Disse ele: "Na Amazônia, a situação é C A Ó T I C A e L A M E N T Á V E L". Sem qualquer razão, Lula sentiu-se atingido, não era o caso, e o presidente não era o alvo do general. Mesmo porque essa situação CAÓTICA e LAMENTÁVEL tem dezenas de anos, nada a ver diretamente com Lula.
O general Augusto Heleno, na conversa amável e cordial com o comandante do Exército (e a conversa só podia ser "amável e cordial", os dois são generais de 4 Estrelas, um não é superior do outro. Estão em posições casionais diferentes, mas os 13 generais de Exército não são subordinados).
Satisfeito, o general-comandante do Exército desistiu da nota oficial pessoal, e transmitiu ao presidente Lula os termos da conversa com o comandante da Amazônia. O presidente considerou que o episódio estava encerrado, Augusto Heleno, liberado pelo comandante do Exército, viajara para mais uma vez reassumir seu comando.
A solidariedade ao general-comandante da Amazônia foi impressionante. E não só do Exército, mas também da Marinha e da Aeronáutica. Afinal, é o interesse talvez de importância mais alta para o Brasil.
Encerrado tudo isso, Lula deveria considerar a hipótese altamente necessária do Ministério da Amazônia. Tem que ser um general de 4 Estrelas, da ativa, que possa ter o controle de toda a região.
Não é impositivo ou imprescindível que seja o general Augusto Heleno. Mas como ele está lá, tem todas as condições e já disse que respeita a hierarquia (se não respeitasse não teria chegado aonde chegou), nada surpreendente que fosse ou seja ele.
PS - O que disseram alguns órgãos, sem nenhuma veracidade: "O presidente teria se sentido DESCONSIDERADO com a separação entre GOVERNO e ESTADO". Isso é uma provocação ao próprio Lula. Pois ele sabe, pela função que exerce, "o Estado não sou eu". Ele é governo.


Confira a coluna do Helio na íntegra, acessando

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