terça-feira, 8 de abril de 2008

100 Anos da ABI

Noite de gala da imprensa no Municipal
José Reinaldo Marques e Cláudia Souza

O Centenário da Associação Brasileira de Imprensa foi celebrado em noite de gala nesta segunda-feira, dia 7, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O Vice-presidente da República, José Alencar, representando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho, foram as autoridades ilustres presentes à festa que reuniu jornalistas, acadêmicos, políticos e representantes de diversos segmentos da sociedade civil.
A classe artística — que se fez representar por cineastas, escritores, cantores e compositores — também prestigiou o evento, que teve como ponto alto os concertos da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky, e do cantor e compositor Paulinho da Viola. No palco, os atores Cristiane Torloni e Lázaro Ramos fizeram a apresentação cerimonial da festa.
A comemoração do 100º aniversário a Associação Brasileira de Imprensa não podia ter sido diferente. Desde a escolha do Municipal como cenário à lista de convidados, a grande homenageada da noite soube reunir, para celebrar a data da sua fundação, dois dos elementos mais significativos de sua histórica trajetória: a imprensa e a cultura.

Causa da liberdade

O anfitrião Maurício Azêdo usou uma citação do jornalista Cícero Sandroni — Presidente da Academia Brasileira de Letras e sócio da ABI — para se referir às lutas empreendidas pela Casa do Jornalista na defesa da democracia e das liberdades públicas:
— Na mensagem em que aceitou o convite para participar da Comissão de Honra do Centenário, Cícero diz que a ABI combateu um bom combate ao longo deste século que hoje se completa. Foi com perseverança, destemor e altruísmo que ela se devotou às idéias que marcam sua trajetória e aos valores que a inspiram no culto às liberdades, à ética e à busca do progresso material e espiritual do País e do nosso povo.
(...)
A programação seguiu com a exibição de um vídeo sobre a trajetória da ABI desde a sua fundação, exaltando a figura do fundador, Gustavo de Lacerda, e de ex-Presidentes como Herbert Moses, Prudente de Moraes, neto, Danton Jobim, Dunshee de Abranches, Fernando Segismundo e Barbosa Lima Sobrinho. O documentário reúne VTs, fotografias e documentos que registram a participação da Associação em questões de importância nacional, como as campanhas “O petróleo é nosso” e “Diretas já” e a Constituinte.
Em seu discurso, o Vice-presidente José Alencar destacou que, apesar de os jornalistas não gostarem de virar notícia, muitos acabam como legítimos protagonistas da História: — Alguns, de maneira brilhante e grandiosa — como o professor Fernando Segismundo, único ex-Presidente da ABI ainda vivo, em quem damos um abraço de calorosa homenagem. Ou como o Presidente Maurício Azêdo, a quem cabe o privilégio de estar à frente das comemorações do centenário e de dar curso à obra de Gustavo de Lacerda, Herbert Moses e Barbosa Lima Sobrinho, que deixaram marcas profundas na construção e na consolidação deste patrimônio nacional. José Alencar ressaltou que parte da História do Brasil e da imprensa também vem sendo escrita por um contingente de jornalistas, quase anonimamente, “a exemplo de tantos e tão valorosos repórteres, fotógrafos e redatores de cada pequena redação das pequenas cidades brasileiras”. E completou: — É em homenagem a todos esses "proletários intelectuais", na palavra do pai da ABI, o jornalista e libertário Gustavo de Lacerda, que nós estamos aqui reunidos. Cumprimento o ilustre Presidente da instituição, jornalista Maurício Azêdo, e levo a todos os que militam no jornalismo minhas congratulações e minha homenagem pelo admirável trabalho que realizam em favor do Brasil e dos brasileiros.
Para o Vice-presidente da República, a democracia é um valor universal e a liberdade de informação não pode ser um valor relativo, “pois ela foi uma das maiores conquistas históricas da humanidade”, além de um dos bens mais preciosos da vida social:
— Sem ela, não seríamos o que somos, e talvez não pudéssemos almejar algo melhor do que temos. E nenhuma iniciativa da ABI foi mais duradoura, em cem anos, do que a defesa da liberdade de imprensa. Essa luta atravessa os tempos e é permanente, porque, sabemos todos, sem liberdade, não há imprensa; sem imprensa, não há informação; e sem informação, não existe exercício de cidadania. Toda a luta histórica da Associação Brasileira de Imprensa não é de interesse apenas da própria imprensa: é a defesa de tudo o que interessa à sociedade — enfatizou.
A cerimônia de entrega da maior comenda do Estado do Rio de Janeiro será no dia 11, às 18h, em sessão solene no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, da Alerj. A iniciativa é do Deputado estadual André do PV, vice-líder do Governo.

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