Blog do Saïd Dïb: Minha Opinião sobre a Invasão da UnB

AO CONCENTRAREM AS BATERIAS APENAS CONTRA O REITOR SALAFRÁRIO OS ESTUDANTES DESVIAM A ATENÇÃO DO QUE REALMENTE IMPORTA: AS TENTATIVAS DO GOVERNO LULA DE ABAFAR A CPI DAS ONGS

No dia 07, às 19:21, postei neste Blog a matéria intitulada “Após conflito, seguranças da UnB apresentam queixa à polícia” (do portal “Último Segundo”). Poucas horas depois, às 22h24, com toda razão, o leitor que se auto-intitulava “Baiano”, comentando minha postagem, disse: “Said, falta você comentar e se colocar sobre a ocupação, não muda muita coisa você por a notícia que os jornais já deram... O que pensa Said Dib disso?”. Ele tem toda razão. Meu Blog é feito somente por mim. Não tem uma equipe investigativa de jornalistas contratados. Escrevo de madrugada. Mas, eis o comentário:

Eu só disserto sobre o que eu sei. Primeiro publiquei os fatos divulgados pela imprensa. Estava levantando informações para ter uma posição embasada. Agora, depois de estudar o assunto, posso concluir que se trata de uma cambada de porras-loucas sem-vergonhas que, ao invés de se manifestarem para que a “CPI das ONGs” realmente funcione, para que o governo Lula pare de contingenciar (roubar) recursos para as universidades públicas, resolveram fazer festa regada a maconha e forró. Uma malta de desocupados e manipulados que, pisando na legalidade, achincalhando a ordem pública, menosprezando qualquer regra civilizatória, espancando funcionários humildes que estavam cumprindo seu dever, hipocritamente diz que está lutando pela Universidade, mas o que querem mesmo é festa, farra. É uma corja de filhinhos de papai que, não tendo nada para fazer, se tornaram marionetes da mídia amestrada. Se não é isto, gostaria que me respondessem algumas questões, como:

1) Os integrantes da “CPI das ONGs”, criada para investigar não somente a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) da Universidade de Brasília (UnB), mas também outras ONGs pilantras, estão inviabilizando os requerimentos de quebra de sigilo. Algum estudante fez alguma manifestação contra isso? Tentaram invadir o Congresso? NÃO.

2) Desde a reitoria catastrófica de Cristovam Buarque a UnB vem sendo abandonada, esquecida, desestruturada. Durante a gestão do bandido Paulo Renato, no Ministério da Educação, o benefício à máfia de “universidades” privadas e o abandono das universidades públicas vêm destruindo o ideal de uma “universidade pública e gratuita, baseada na meritrocracia”. Algum estudante se manifestou? A UNE ou qualquer outra entidade dos estudantes pintaram as caras, foram às ruas, invadiram órgãos públicos para defender a UnB? NÃO!

3) Nos últimos anos a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi comprada, se tornou apenas um apêndice prostituído do Governo Lula. Mais que quadruplicaram suas fontes de receitas graças a repasses da União. Levantamento junto ao Siafi, sistema que monitora as despesas do governo, mostra que a entidade estudantil recebeu R$ 5,3 milhões da União desde 2003, quatro vezes o montante geral repassado nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso. Algum aluno se mobilizou pela independência da entidade. NÃO! Houve mobilização, sim, para fazer lamentáveis manifestações governistas em apoio à Lula na época do “mensalão”. Lembram? E, se o estudante concorda com tudo isso, se assume esta postura pelega da entidade, houve alguma luta para que a UNE, agora rica, investisse algum centavo em campanhas e/ou movimentos em favor da UnB? NÃO!

Clique aqui para ver o histórico dos repasses à UNE.

4) Segundo apurei, os invasores da Reitoria pediram a cabeça de Timothy Mulholland e de seu vice, Edgar Mamya. É claro que o pilantra do Timothy tem que ser investigado e punido, se for o caso. Mas esta é uma tarefa da Promotoria e da Justiça, não do “paredom” de estudantes enfurecidos. As mesmas forças políticas – base do governo Lula no Congresso - que estão impedindo a quebra de sigilos na “CPI das ONGs”, também estão manipulando a massa acéfala de estudantes contra o reitorzinho gringo. Isto é uma forma de desviar o foco principal da questão (contratos entre ONGs , a União e fundações) para uma questão de somenos: o reitor. Ou seja, querem um “bode expiatório” para encobrir o que realmente importa. Um exemplo: a FUNASA, que também está envolvida na falcatrua da UnB, sempre foi alvo de investigações sobre corrupção. Algum estudante está invadindo aquele antro? NÃO!

5) Pediram, para disfarçar, também a ampliação da universidade, aumento do número de professores, reforma da Casa do Estudante, construção de prédios da UnB em duas cidades-satélites, revisão da relação das fundações com UnB, reexame da escolha do reitor e aumento de vaga para bolsistas. Isto é conversa fiada dos canalhas. Se desejassem mesmo tudo isso, estariam na frente do Ministério da Fazenda ou do Palácio do Planalto, pois é a Fazenda que, desde o desgoverno FH & Cia, passando por todo o período Lula, vem fazendo cortes orçamentários sistemáticos em Saúde e Educação, mantendo o famigerando superávit fiscal para pagar juro exorbitante aos banqueiros. Por que não invadir o Palácio do Planalto? Ou porque não fazem uma campanha para invadir os bancos? Vão fazer algo neste sentido? Eu até iria lá para apoiá-los. Mas, NÃO. Não é isto que querem.

6) Querem farra. Convenhamos, os debilóides que alí estão, MANIPULADOS, só querem aparecer. Não estão atrás de resultados acadêmicos sérios. Só querem farra. São macaquinho manipulados. Segundo matéria da Folha de São Paulo, “durante as noites, foi possível identificar o cheiro de maconha no local. O espaço foi informalmente dividido em quatro grandes ambientes e algumas áreas mais reservadas. Na entrada, o grupo dos rapazes ´mais fortes´ se concentrava em vigiar a porta e evitar uma possível entrada da polícia. Eles se revezaram em turnos e dormiram pelo chão. (...) O quarto ambiente da invasão - e certamente o mais animado - era o terraço, ao lado da sala do reitor. O local serviu para os estudantes dançarem forró, com banda ao vivo. (...) Às 21h, os estudantes receberam um convite impresso para o "happy hour da ocupação", que seria realizado no andar térreo da reitoria com os que não puderam subir.