É típico desse processo atual de “folhanização” do Estadão.
Confira a manchete: Censura ao ”Estado” aumenta pressão por renúncia de Sarney
Se aumentou, significa que outras pessoas vieram se somar ao coro que pede a renúncia de Sarney. Quem são os novos centuriões? Não tem. O jornal estava apenas contando papo, para se credenciar como responsável pela provável renúncia de Sarney.
A matéria informa que as seguintes fontes, abaixo, pediram a renúncia:
• Pedro Simon, o óbvio: o velho especialista em executar moribundos em campo de batalha. Desde o governo FHC, sempre que se quer alguém para esse papel, convoca-se o senador que, ultimamente, anda com dificuldades para explicar seu apoio a Yeda Cruzius e ao ex-Ministro Elizeu Padilha.
• Jarbas Vasconcellos, o óbvio, dizendo que a situação do Sarney vai se agravar.
• Sérgio Guerra, que condena a decisão, mas não dá nenhuma declaração pedindo a renúncia de Sarney mesmo porque, como Sarney já é passado, o PSDB não quer acirrar as mágoas.• Álvaro Dias, o óbvio, dizendo que vai aumentar a pressão contra Sarney.
O marketing do Estadão bateu no ápice. Matéria do jornal compara a reação à sentença do Juiz (proibindo divulgação de inquéritos sigilosos) com a posição de Júlio Mesquita Filho em 1968, em pleno Ato Institucional número 5, contra censura imposta pela ditadura militar. Menos, pessoal, menos. Ricardo Gandour não é Júlio Mesquita Filho; o Estadão não é mais Mesquita (a não ser na página de editoriais) e a mídia hoje não é a oprimida, mas o poder de fato. A única coisa em comum entre os dois momentos foi o veto à publicação de assuntos. Mas o que era heroísmo em 1968 virou prepotência em 2009. Com sua capacidade de fuzilar quem quiser – até desembargadores que ousem enfrentá-la – a mídia é o poder de fato, a ameaça, não a ameaçada.
Do Blog do Luis Nassif
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