Logística, o gargalo ameaçador
Com o atual déficit de estrutura portuária e de transportes - se nada for feito substantivamente - o modelo Zona Franca de Manaus poderá perder competitividade e desempenho no começo da próxima década, interrompendo sua curva ascendente de faturamento iniciada com a prorrogação dos incentivos em 2003. E não é difícil projetar os cenários de exclusão social, desarticulação cívica e depauperação econômica que isso representa. Os estudos das demandas logísticas e exigências tecnológicas foram elaborados pela Suframa e se referem às linhas estratégicas que devem ser adotadas em comum acordo pelos atores envolvidos: poder público, setor produtivo, suas entidades representativas e segmentos relacionados. < /span>
Para um Estado que subutiliza sua malha hidroviária, com 20 000 km de navegabilidade, e é desprovido de alternativas rodoviárias para integrar essa vocação natural de transportes, o desafio se torna crucialmente emergencial. Como assegurar a consolidação e o fortalecimento do Pólo Industrial e induzir a interiorização do desenvolvimento sem fomentar, por exemplo, o surgimento de operadores logísticos para distribuição de cargas e atendimento das demandas operacionais do mercado? Como pólo irradiador de produtos e de atração de investimentos, Manaus precisa incentivar as estruturas portuárias e de transportes que melhorem custos e competitividade do modelo. Daí a atenção que deve merecer a recuperação das rodovias existentes e sua integração estraté gica com as hidrovias da região. Os grãos do Mato Grosso, para dar um exemplo, precisam ir até Santos para chegar a Rotherdam, na Holanda e de lá abastecer os mercados da região. Pelo modal rodo-hidroviário da BR 319 ou 163, ele teria uma redução de quase 6 mil quilômetros e até 65% na distância e a subseqüente redução de custos aí embutidas. Estimam-se US$ 30 a menos por tonelada na contabilidade final. Enquanto no Sul do país as empresas operam com uma movimentação de estoque com, no máximo, 07 dias, aqui na região a média salta para 22 pelas dificuldades logísticas na circulação de mercadorias.
A preservação estratégica de 96 a 98% da cobertura vegetal do Estado está intrinsecamente associada ao modelo ZFM. O cenário ambiental do Amazonas, sem a ZFM, seria semelhante ou pior do que o Sul do Pará ou parte significativa de Rondônia em termos de devastação do bioma. Daí a urgência das ações que assegurem a continuidade e solidificação do modelo e sua interiorização com o pólo de bioindústria, que pressupõe nas diversas calhas de rio entrepostos de colheita, pré-beneficiamento e redistribuição de insumos, com geração massiva de emprego e renda. Nesse contexto, a recuperação das rodovias e a reestruturação portuária e hidroviária da região – longe de representar quaisquer desequilíbrios ambientais significativos – passam a ser requ isitos que asseguram a sustentabilidade do modelo e os benefícios econômicos e sociais para nossa gente. É preciso aprofundar esta prosa.
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Notícia alvissareira - Com a bagagem de quem já distribuiu água com estrutura sólida e adaptada às demandas da comunidade, nos bons tempos da antiga Cosama, o secretário de Obras do município, Américo Gorayeb, está promovendo a distribuição de soluções urbanas em tempo recorde e proporcional às demandas do cidadão. Para quem esperava prontidão e fluidez na gestão municipal esta é notícia alvissareira.
Prontidão e alívio - Os dois novos viadutos, o da antiga Paraíba e o do Coroado, cuja construção está deixando o cidadão à beira de um estado de nervos, serão entregues em janeiro, para alívio geral no trânsito e na ansiedade dos motoristas. A cidade será outra e os novos desafios terão sua vez no enfrentamento dos gargalos viários da cidade.
De botinas - De quebra, mais de 1500 ruas sendo asfaltadas com qualidade e zelo, novos conjuntos de habitação popular em avançado estágio de edificação, 20 novas escolas, fazem de Manaus um canteiro de obras, e de Américo, um ser de botinas, que acompanha de perto e com rigor a movimentação cívica.
Para aqueles que amamos Manaus, a gratificação só não é completa pela visível e inaceitável desarticulação entre Estado e Município, no enfrentamento afinado e compartilhado entre os gestores respectivos. Manaus é responsável por mais de 90% da receita e suas demandas são proporcionais a esse resultado fiscal. Não faz sentido Estado e Município atuarem isoladamente. Nem resulta em qualquer beneficio para a coletividade. Pelo contrário.
Belmiro Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
belmirofilho@belmiros.com.br
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