terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eleições 2010...

Serra, desesperado com sucesso de Lula, terá que dispensar marqueteiro para, pelo menos, fingir que concorrerá à Presidência

Segundo o site Brasil Econômico, a visão consolidada que se tem pelo Brasil afora quando à candidatura do governador paulista é de que o tucano encarna o preconceito e a intolerância de alguns setores paulistas contra as regiões Norte e Nordeste. A verdade é que o PSDB está “perdidinho da Silva’, como dizem. Ainda não se definiu seu candidato para a corrida eleitoral de 2010, mas os próprios tucanos já admitem que será uma campanha perdida. Nos ninhos tucanóides, sempre com bastante grana das transnacionais amigas, já começaram a procurar um culpado, mesmo sabendo-se que a candidatura natimorta tenha fatores vinculados mais ao poder da dobradinha Lula/Dilma e menos aos problemas internos do PSDB. A bola da vez é Luiz González, o marqueteiro de confiança do governador José Serra que, como o patrão, deixa claro a revista, não gostaria nada nem do Norte nem do Nordeste. Serra vem sendo cobrado por aliados desesperados, principalmente daqueles tucanos do Nordeste (lógico!), para que dê um “chute na bunda” do estrategista. Os argumentos não faltam. González é a encarnação do lado anti-nordestino, quase nazista, de Serra. É também uma figura centralizadora que ignora as sugestões de políticos e, o mais grave, "não entende do resto do Brasil", como vêem dizendo os próprios colaboradores de Serra. O fato é que González é campeão em eleições em São Paulo, pois sabe como ninguém encarnar o sentimento preconceituoso e violento de alguns setores médios paulistas. Conseguiu elevado índice de sucesso em várias eleições do estado. Sintomaticamente, não conseguiu eleger Geraldo Alckmin presidente em 2006 (outra candidatura que já nasceu morta), mas fez as campanhas vitoriosas do rancoroso Serra ao Senado, à prefeitura de São Paulo e ao governo paulista. Também coordenou a operação publicitária que elegeu o então desconhecido Gilberto Kassab ao comando da cidade de São Paulo, em 2008. Os críticos dizem que, no caso, enfrentando Marta, a missão foi ridiculamente fácil, mais ou menos como assassinar um defunto pelas costas, tamanha era a incompetência e falsidade da candidata. Sua empresa, a agência “Lua Branca”, detém os contratos dos dois Executivos e um histórico bem-sucedido na relação com o PSDB paulista (há outro?). "Numa campanha majoritária, o marqueteiro não é tudo, mas é quase tudo. Não podemos errar", disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), aconselhando uma escolha meticulosa. "A Executiva Nacional e o candidato a presidente precisam escolher um profissional de marketing que entenda de Brasil como um todo, que o discurso feito para o Nordeste seja comum aos discursos do Sul e Sudeste", acrescentou o deputado, envolvido nas discussões sobre a sucessão dentro da legenda. Perceberam o desespero do sujeito? A insatisfação não é nova, remonta à derrota do partido pelo PT na campanha nacional passada. "Não ouve ninguém, não entende de Brasil. Há uma insatisfação geral no PSDB. Só o Serra gosta dele", reclamou um senador tucano sob compromisso do anonimato. O jornal “Brasil Econômico”, assim sintetizou a situação tucanóide: “Recentemente, o incômodo transformou-se em pressão por sua saída. Em uma ruidosa entrevista ao jornal Valor Econômico, González reclamou da desarticulação de políticos tucanos para contra-atacar o governo na disputa presidencial de 2006, citando nominalmente o atual presidente da sigla, senador Sérgio Guerra (PE), na época coordenador-geral da campanha do candidato Geraldo Alckmin, e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), então no comando do partido e de quem seria suposto desafeto”. "Esta campanha vai ser muito difícil. O objetivo do PSDB não é ganhar São Paulo, é ganhar o Brasil", alertou a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), consciente do caráter regionalista de seu partido. "Gostaria de ter certeza de que o González tem compreensão das diferenças existentes no Brasil", completou. Já Tasso Jereissati, o eterno “capo” do NE, não quis falar da suposta pressão. Ofereceu-se, porém, a dar a receita de um bom marqueteiro: "Tem que ser humilde, aceitar críticas. Tem que conhecer muito bem o Brasil, a psicologia do eleitor, que é muito diferente entre as regiões do país." "É preciso que ele saiba como trabalhar essas diferenças (regionais) e cobrar barato", completou. Sobre o valor da campanha (SEMPRE MUITO BEM FINANCIADA POR FORÇAS TRANSNACIONAIS, REPITO), porém, nenhum tucano se aventurou
a revelar, nem mesmo em confidência.

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