Corre em Brasília a informação de estar o Palácio do Planalto prestes a contratar uma das grandes agências de pesquisa de opinião para saber quais os índices de popularidade do governo Lula. Trata-se de um direito dos que governam conhecer o comportamento da sociedade, mas, no caso, haverá algo mais na iniciativa?
Porque pelos números divulgados periodicamente em pesquisas não encomendadas pelo governo, o presidente Lula cresce dia a dia, registrando-se hoje que 65% dos brasileiros o apóiam. Não se pergunta de modo específico para quê, mas é óbvio que "para governar". A pesquisa não deve alargar-se mais, ao menos de forma ostensiva, mas se incluírem nas perguntas o nome da ministra Dilma Rousseff, dificilmente ela conseguirá dois dígitos.
Onde localizar o algo mais? "Elementar" ouviria o dr. Watson, caso Sherlock Holmes houvesse afirmado a frase que Connan Doyle jamais escreveu. Elementar porque ficará mais claro ainda que para preservar o poder, seus atuais detentores só dispõem de um candidato: ele mesmo.
O presidente Lula nega, irrita-se, mas nem tanto, com a indagação sobre suas intenções, mas mesmo sem querer aproxima-se do momento em que precisará decidir. Logo depois de conhecidos os resultados das eleições de outubro, sairá para a rua a "procissão da Dilma". Se a imagem não despertar a devoção dos fiéis, logo atrás virão Santíssimo Sacramento, diante do quais todos se curvam...
Semana morta? De jeito nenhum
Recesso remunerado, de um lado, esforço concentrado, de outro. É sempre assim, no período das campanhas eleitorais, porque deputados e senadores precisam estar em suas bases. A semana em curso é de ausências em Brasília, mesmo com alguns líderes fazendo plantão. O vazio no palácio do Congresso desperta poucas reações, o povão não está nem aí.
Talvez nem esteja para as eleições, apesar de haver começado o período de propaganda eleitoral gratuita. De qualquer forma, há males que vem para bem. Privada das imagens de seus astros e suas reuniões, a TV Senado aproveita para retransmitir a memória nacional. Segunda-feira, o dia foi dedicado ao presidente Juscelino Kubitschek, com a apresentação de diversos filmes a seu respeito. Tomara que ainda esta semana mostrem o acervo que dispõem sobre João Goulart, Getúlio Vargas e, quem sabe, Leonel Brizola. Os telespectadores sairão ganhando.
Leia a coluna completa do Carlos Chagas
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