sábado, 23 de agosto de 2008

Coluna do Helio Fernandes

Maurren Maggi
Depois da injustiça de 2004, o O-U-R-O de 2008. Marecidíssimo. Toca, hino nacional, toca. Desfralda, bandeira nacional, desfralda.


Não posso deixar de começar estas notas com a maior emoção, e satisfação, com a glorificação da Maurren Maggi. Ganhou o O-U-R-O no salto triplo, empolgando o Brasil todo. Foi a primeira conquista do dia, fez 2,04 no primeiro salto. Num outro, marcou 6,73, mas colocou os pés, pelo menos 35 centímetros antes da placa obrigatória. O que lhe daria no mínimo, no mínimo, 7,08 ou 7,10.
Aos 32 anos, Maggi garantia que estava muito bem preparada, e "dificilmente deixarei de levar o ouro". E levou mesmo, mostrou que não estava brincando nem sendo arrogante.
Como disse Robson Caetano, nesse tipo de competição "a técnica vale muito, mas a cabeça vale muito mais". Injustiçadíssima há 4 anos, Maggi deu ao Brasil essa medalha em terra firme.
Tínhamos um O U R O na água com Cielo, agora ganhamos outro O U R O em terra firme com essa maravilhosa Maurren Maggi.
Todas as honras, todas as lágrimas, não de decepção mas de agradecimento. Toca, hino nacional, toca no nosso coração.
A quarta-feira, madrugada de quinta, foi uma sucessão (nenhum sucesso) de derrotas, frustração, decepção, continuando a Olimpíada das lágrimas. (Royalties para o Bianco). Rodrigo Pessoa, que fiasco.
Em 2004 ganhou o ouro no tapetão. Tirou segundo. O primeiro, desclassificado, orgulhosamente recebeu a consagração.
Agora, apenas em 5º lugar, não podiam desclassificar 4, recebeu a medalha de zinco. Jogou a culpa nos cavalos do Brasil, "não servem para nada".
Jadel Gregorio, nosso "campeoníssimo" do salto triplo (Ah! Ademar Ferreira da Silva, que tristeza e que saudade), ficou apenas em 6º.
Mereceu a medalha de latão, satisfeitíssimo. Sempre rindo, "é a minha marca", saiu chorando. Estava sendo sincero?
Robson Caetano, grande campeão e lutador, que comentava (Esportv) constrangido. Vivera outros tempos e glórias.
Renata e Talita pretendiam o ouro, foram massacradas. Passaram para o que sobrou, o bronze, não chegaram a aparecer. Ingênuas e inúteis.
Para acabar a quinta com a obsessão do bronze, Ricardo-Emanuel receberam o primeiro. Ganharam dos amigos brasileiros, agora "georgianos". Jogo resolvido com extrema facilidade, sem susto.
Já entrados na madrugada de sexta, Marcio e Fabio Luiz enfrentaram os americanos na pretensão do ouro. Ganharam surpreendentemente dos campeões Ricardo-Emanuel, muita gente apavorada e descrente.
Os brasileiros jogaram os dois primeiros sets de igual para igual, surpreendente. Perderam o primeiro set por 23/21, razoável. Ganharam o segundo facilmente, 21/17. Esperança renovada.
Mas veio o terceiro e último set, a dupla não podia fugir da derrota, e pior, do vexame-vergonha, as palavras mais usadas. Ficaram parados, jogando as bolas em cima do americano, que devolvia.
Perderam por 15/4, o americano Dalhausser marcou 8 bloqueios seguidos, e os brasileiros insistindo em jogar a bola em cima dele, que ria. Receberam a prata "azinhavrada", o que fazer? Todos perguntavam: a sexta-feira, como será?
Antes da emoção e empolgação do O-U-R-O da Maggi, a seleção de vôlei entrou em quadra para enfrentar a Itália, numa semifinal já clássica contra a Itália. Perdemos o primeiro set, até fácil. Susto.
No segundo e terceiro sets, com Maggi já consagrada e vitoriosa, a seleção engrenou e venceu. Pela competência (já reconhecida) e pela emoção desse O-U-R-O sensacional e inédito na terra.
(Exatamente às 10,30, quando o Brasil ia na frente no quarto set, tocava o hino nacional, parava tudo, na China e no Brasil. Merecidíssimo, pela vitória e a recuperação de 2004).
Com toda a emoção acumulada, o mérito e a competência reconhecidos pelo mundo, às 11 em ponto o Brasil passava para a final. Amanhã, domingo, todos acordarão cedo para ver Brasil-EUA. Na certa, outro O-U-R-O.
Hoje à mesma hora será a vez da seleção feminina garantir novo O-U-R-O, derrotando também os EUA. Sem perder nenhum set. Esperemos que Bush não recorra à OMC.
Deixamos para o comentário final o jogo Brasil-Bélgica, por vários motivos. O Brasil venceu por 3 a 0, era o mínimo que se podia esperar contra uma seleção fraquíssima. Mas jogou mal.
O estardalhaço dos comentaristas de todos os tipos (raros se salvaram da louvação) tem que ser remendado. Falaram em "reabilitação do Dunga e da seleção", não houve nada disso, amestrados.
Dunga, logo depois desse "bronze" de lata, se preparava para convocar a seleção principal. Por quê? Prazos da Fifa, e uma forma de autoritarismo e pretensão de Ricardo Teixeira. Dunga não vai ficar.
Lógico, não vai, o técnico será Luxemburgo. Mas Teixeira quer esperar.
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Para o Brasil a Olimpíada praticamente terminou. Se ganharmos (vamos ganhar) as duas finais de vôlei de quadra, teremos chegado a 4 ouros, decepção total.
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Em relação que esperávamos ao que foi gasto nos últimos anos, verdadeiras fortunas do cidadão-contribuinte eleitor. BB, Caixa, Petrobras, Lei Piva e todo o resto para exibições pífias e contestáveis.
Ficamos atrás da Austrália, Coréia do Sul, Holanda, Ucrânia, Polônia, Nova Zelândia, Eslováquia, Geórgia, Bielo Rússia, Suíça, Cazaquistão, Etiópia, Zimbábue. Não falo da Jamaica, verdadeiramente heróica e vencedora.
Está na hora de TRANSFERIR o Nuzman para algum arquivo empoeirado, num subterrâneo qualquer, sem holofote ou televisão. Comandando o Comitê Olímpico? IMPOSSÍVEL.
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