quarta-feira, 27 de agosto de 2008

José Sarney

Veja vídeo da sabatina da "Folha de S. Paulo" com o ex-presidente



Após dizer que nunca pensou em ser presidente durante sabatina da Folha nesta terça-feira, o senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) afirmou que sua vocação sempre foi a literatura. Veja vídeo da sabatina da Folha. De acordo com o ex-presidente, a política surgiu em sua vida por "destino".
Segundo Sarney, que completou mais de 50 anos de vida pública, sua grande alegria na vida foi entrar para a ABL (Associação Brasileira de Letras). "Minha mãe, quando morreu, deixou uma carta que não dizia que tinha orgulho de ter tido um filho presidente da República. A carta dizia: tive um filho que foi da Academia Brasileira de Letras", contou.
O ex-presidente, que contou já ter escrito mais de cem livros, se disse um "decano" da ABL, o que, pare ele, significa que todos que votaram para que ele assumisse uma cadeira na casa já morreram.
Deputado federal pelo Maranhão em 1956-1957 e 1959-1966, Sarney elegeu-se em 1965 ao governo do seu Estado. Em 71, assumiu uma vaga no Senado, de onde saiu em 85 para ser presidente. Após deixar a Presidência, Sarney voltou ao Senado, agora eleito (e reeleito duas vezes) pelo PMDB do Amapá.
Veja trechos da sabatina com o ex-presidente José Sarney:

Presidência
"A educação presidencial não existiu. Eu nunca pensei que chegasse à Presidência da República. No Maranhão ninguém nasce pensando em ser presidente da República. No Maranhão sempre se aspira chegar à Academia [Brasileira de Letras], na presidência da Republica não."

Plano Cruzado
"O plano cruzado foi feito diante de algumas circunstâncias que Tancredo [Neves] não viveria essas circunstâncias que eu vivi. [...] Posso dizer que naquele tempo o pais gozou de uma liberdade que não teve limites."

Recessão
"Se eu comandasse naquele momento um processo de recessão, nas formas clássicas, eu só teria duas opções: ser deposto ou renunciar. [...] Fui um presidente que jamais teria condições de ter terminado o mandato."

Ditadura
"Quando fui presidente, eu disse para acabarmos com todos os presos políticos naquela época. Não há razão para que devemos renascer com o assunto. [...] Evidente que isso não cura quem foi torturado. Mas o processo político da anistia fez parte da transição."

Concessões de rádio e TV
"As concessões não eram dadas pelo presidente. Eram dadas pelo ministério das Comunicações. Não tem um deputado, uma pessoa que tenha recebido concessão que afirme ter recebido algo para votar para presidente."

Collor
"Não tenho ódio do Collor [ex-presidente Fernando Collor de Mello], não tenho problema pessoal. Quem tem que se arrepender é ele."

Nepotismo
"Nunca usei essa fórmula de empregar parentes. Achei que o Supremo [Tribunal Federal] agiu certo. Acho até que agiu com certo atraso. O regime democrático tem como poder moderador o Supremo."

Literatura
"Minha mãe, quando morreu, deixou uma carta que não dizia que tinha orgulho de ter tido um filho presidente da republica. A carta dizia: tive um filho que foi da Academia Brasileira de Letras."

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