segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ecopilantragem

A falácia dos “green jobs”

Nilder Costa

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(Alerta em Rede) – A decisão do governo alemão de adotar a geração maciça de eletricidade a partir das fontes eólica e solar vem sendo apontada como exemplo a ser seguido por outros países que desejam enquadrar-se no figurino da chamada economia de baixo carbono. O modelo alemão, imposto pela coalizão “verde-vermelho” do governo anterior, preconiza que a utilização de fontes renováveis não tradicionais e o abandono da fonte nuclear propiciaria a criação, em profusão, de novos “empregos verdes” (grenn jobs, no jargão ambientalista). Contudo, estudo recente do conceituado Rheinisch-Westfälisches Institut für Wirtschaftsforschung afirma que a estratégia dos “green job” adotado por lá foi catastrófica. Diz o relatório (em tradução livre): [1]
“Os proponentes de energias renováveis apontam como sendo um benefício a quantidade maior de mão-de-obra exigida para produzir uma dada quantidade de energia, falhando em reconhecer que isso diminui a produção potencial da economia e, portanto, é contraproducente para a criação líquida de novos postos de trabalho. Pesquisas consistentes mostram que os benefícios empregatícios iniciais ensejados pela política de fontes renováveis tornam-se rapidamente negativos quando incidem os custos adicionais”.
Em resumo, o estudo demonstra que a criação de um novo emprego na indústria de energia solar custa, em média, 175 mil euros (ou US$ 240 mil) a mais em subsídios que um outro posto “normal” de trabalho. A conta é paga pelos consumidores de eletricidade via tarifas. Como já reportado por esta Alerta, somente em 2009 as novas instalações solares na Alemanha custarão aos consumidores nada menos que 10 bilhões de euros (cerca de R$ 26 bilhões) nos próximos 20 anos, isso para gerar anualmente cerca de 1,8 bilhão de kilowatt-hora, meros 0,3% da eletricidade consumida no país. Adicionalmente, outros 30 bilhões de euros (R$ 78 bilhões), referentes aos painéis solares instalados em 2008, terão que ser desembolsados pelos consumidores alemães. [2] Similarmente, na Espanha, um outro estudo desenvolvido pela Universidade Rei Juan Carlos revelou os enormes custos da “energia verde”:

“O estudo calcula que, desde o ano 2000, a Espanha gastou 571.138 euros (US$ 1,03 milhão) para criar cada ‘emprego verde’...O estudo calculou ainda que os programas de criação destes novos empregos resultaram no fechamento de quase 110 mil postos de trabalho em outras partes da economia, ou seja, 2,2 postos fechados por cada ‘green job’ criado”.Cada “megawatt verde” instalado na Espanha acabou, em média, com 5,28 empregos em outras partes da economia: 8,99 pela geração solar, 4,27 pela eólica e 5,05 pelas mini-hidrelétricas.

Notas:

[1]Germany warns us not to repeat its green disaster, The Herald, 20/10/2009

[2]Solar Energie? Nein, danke!, Alerta Científico e Ambiental, 17/08/2009

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