sexta-feira, 21 de maio de 2010

“Democracia” de Israel proíbe que maior intelectual norte-americano entre na Palestina

Veto a entrada de Chomsky é condenado por israelenses

Com a intolerância “Israel caracteriza-se como um regime totalitário”, denuncia a Associação dos Direitos Humanos de Israel

“Os funcionários do Ministério do Interior estão se tornando uma espécie de ‘Polícia do Pensamento’”, afirma a advogada do Bloco da Paz, Gabi Laski, em sua carta aberta ao Ministro do Interior de Israel, Ely Yishai, em protesto à decisão de barrar a entrada do mais destacado intelectual norte-americano, o linguista Noam Chomsky, professor do Massachussets Institute of Technology (MIT), na passagem da ponte Allembly, que liga a Jordânia à Cisjordânia no dia 16.
A carta de Laski refere-se também a outras personalidades também impedidas de entrar tanto nos territórios palestinos sob ocupação como em Israel, entre eles diversos integrantes da comunidade judaica norte-americana. O professor universitário Norman Finkelstein, os representantes da ONU, Richard Falk e Richard Goldstone, ente outros cujo traço em comum eram de serem críticos ou fazerem denúncias de políticas e ações de Israel contra os palestinos.
“Impedir sem razão ou justificativa a entrada de muitas pessoas causa grande dano à expresão democrática e à liberdade de movimento”, destaca Laski.
Jornalistas, ativistas da paz e contra a ocupação da Palestina e de organizações de direitos humanos em Israel além de lideranças em diversos países condenaram o fato. Chomsky, professor de 81 anos, que havia sido convidado a proferir uma palestra na Universidade de Bir Zeit na Cisjordânia, foi detido na fronteira, interrogado durante quatro horas e depois teve seu passaporte carimbado com os dizeres: “Entrada Negada”. Ele também tinha em sua agenda um encontro com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad. A sua filha, que o acompanhava também teve a entrada negada.
No dia seguinte à agressão, o jornal israelense Haaretz (cuja linha editorial é longe de ser de esquerda ou popular) decidiu publicar um editorial intitulado “Declarando guerra ao intelecto”.
“Ao barrar o renomado acadêmico de entrar na Cisjordânia”, diz o editorial, “o tratamento ultrajante a seus críticos chegou a novas altitudes”.
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