sexta-feira, 21 de maio de 2010

Na Mira do Belmiro

Caminho sem volta

O desafio de revitalização da Rua Marechal Deodoro – e a partir dela o Centro histórico de Manaus – é um bom caminho que não tem mais volta. É um mutirão de cidadania e de mobilização que se fez irreversível pelas elevadas taxas de adesão, vibração e comprometimento dos atores públicos e privados. Está em jogo o resgate da memória urbana, nossa vocação para o glamour e modernidade, nossa genética cosmopolita, civilizatória e universal. E a indignação coletiva com a paisagem do caos! Passados apenas 100 anos do apogeu e folias do látex, a Paris dos Trópicos ainda resiste no imaginário coletivo e seu repertório de fausto e esplendor está intacto em nossas mentes e corações. Daí, provavelmente, a empolgação dos nativos e dos que aqui ancoraram planos e vidas e se deixaram comover com os resquícios da bela época. A sacada do casarão de J. G. Araújo no centro da Rua Marechal Deodoro nos fustiga e une na perspectiva da recomposição do seu significado simbólico e profético. Varejo e cultura, patrimônio e identidade de nossa gente.
Os lojistas se movimentam para formatação do “Condomínio da Marechal”, que vai gerenciar as ações de resgate urbano, na certeza de estar burilando um paradigma de civilidade que será adotado por outros conglomerados próximos, a mobilizar a integração e os ajustes de uma trama cívica de recomposição da cidade de todos nós. A idéia se alimenta dos moldes do que já existe na Praça Heliodoro Balbi e, há seis anos, no Largo de São Sebastião. Essa vibração para fazer acontecer é sentida no aperto de mãos dos companheiros, na pontualidade, disposição e bom grado dos agentes públicos em todas as reuniões. João Thomé Mestrinho e José Alves Pacífico, enamorados pelo desafio, agitam a ação direta do prefeito Amazonino, trazendo soluções objetivas e intervenções pontuais com a inclusão de Manuel Ribeiro, sua bagagem e seu plano audacioso de ordenamento e Marcelo Schroder, com a missão de gerenciar a informalidade, nesta ciranda de renovação da municipalidade. Em acordes simultâneos e fraternos, Robério Braga, da Cultura, imprime ações e medidas substantivas, apoiadas pessoalmente pelo governador Omar. É gratificante integrar esta movimentação e evolução.
Depois da lavagem simbólica e renovadora de calçadas e paredes, e urbanização do passeio, a próxima etapa é restaurar a iluminação, com os recursos tecnológicos que a cidade já adota. O cabeamento subterrâneo vai reduzir os acidentes e liberar a contemplação da arquitetura. A limpeza, duas vezes por dia, com reciclagem de resíduos e sessões de educação ambiental, mais coerentemente vai conduzir a retirada de bancas de comércio informal e ilegal. Isso permitirá o restauro e conservação da pavimentação para o ir e vir dos pedestres. E, adicionalmente, para assegurar tudo isso, um esquema profissional de segurança diuturna, vai evitar a tentação de recaída no caos. Daí por diante, shows musicais no fim do dia, performances dramáticas, saraus e concertos, com desfiles de moda e lançamento de p rodutos... e o lazer e consumo seguro e confortável da população. Do jeito que Manaus merece e quer repudiar qualquer distração de retrocesso... A palavra de ordem é avançar!

Zoom-zoom

· Imortal – o médico Agnaldo Costa, atual secretário estadual de Saúde, foi escolhido por votação direta para ocupar uma cadeira na Academia Amazonense de Medicina, a de número 44, nos 30 anos da entidade, pelo reconhecimento de sua obra e trajetória profissional. Sem alardes nem pirotecnia, Agnaldo fez a saúde avançar no Amazonas, na ampliação e diversificação do atendimento e inovação tecnológica dos equipamentos públicos.

· Simpósio de Infraestrutura – A Comissão da Amazônia reúne nesta quarta-feira em Brasília os responsáveis pelas estruturas públicas e de promoção de parcerias no setor de transportes, energia, comunicação, Ciência e Tecnologia. A reunião é vital e a situação é dramática em todos os segmentos.

· Crescimento e sustentabilidade – Sob esses dois critérios, os parlamentares da região amazônica vão questionar os paradigmas e as providências da União para atender, por exemplo, a estimativa de crescimento no patamar de 10% feita pela Suframa.

· Esclarecimento – Em Nota elucidativa e oportuna, a Suframa veio a público elucidar as insinuações de ‘’vício” na escolha das empresas responsáveis pela Feira da Amazônia FIAM. Citando relatos contundentes do TCU, o Tribunal de Contas da União, a autarquia reafirmou sua lisura e habitual transparência.

Belmiro Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
belmirofilho@belmiros.com.br

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