sábado, 26 de julho de 2008

Cartão Aluguel substitui fiador

Caixa vai lançar opção inédita que possibilita ao inquilino alugar imóveis sem necessidade de apresentar garantias
Sandra Kiefer

A Caixa Econômica Federal vai lançar o Cartão Aluguel, que substituirá a necessidade de fiador na hora de assinar o contrato de locação de imóveis. O produto deverá custar o valor de um aluguel, ou 50% mais barato em relação ao seguro-fiança fornecido pelas seguradoras, que cobram uma vez e meia a prestação. O mecanismo de funcionamento é o mesmo das companhias: o inquilino receberá um cartão de crédito para pagar o aluguel todos os meses. Se atrasar a prestação, o banco acerta, mas depois cobra, com juros. O proprietário do imóvel nem fica sabendo do problema. O mais novo produto do banco estatal voltado para a área da habitação irá atingir os cerca de 6,5 milhões de inquilinos existentes no país. “Está montado. Agora, esperamos a área de tecnologia de informação fazer algumas alterações no sistema para começar”, antecipou ontem o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda. Por causa desses ajustes, a data de lançamento não está fechada. Muitos inquilinos encontram dificuldade na hora de assinar o contrato por não terem um fiador. Uma outra opção, o seguro-fiança, também é inviável financeiramente para alguns, já que chega a custar uma vez e meia o valor do aluguel. A alternativa do cheque-caução, por sua vez, nem sempre é aceita pelas imobiliárias. O último recurso das imobiliárias é recorrer ao fiador. “Ele paga os atrasados, mas isso cria um desgaste enorme com o inquilino porque a imobiliária entrou na sua esfera particular. Com o Cartão Aluguel, deve acabar esse constrangimento”, compara Adriana Magalhães, vice-presidente do Sindicatos das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG).
Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, a criação de um cartão específico para pagar o aluguel pode diminuir o preço da locação de apartamentos e casas. Em Belo Horizonte, entretanto, o cartão não deverá provocar esse efeito imediato, pois a demanda do setor está muito aquecida. Faltam imóveis para alugar e os preços dos aluguéis tiveram alta de 30% nos últimos 12 meses, segundo o Secovi-MG. O inquilino paga R$ 900, em média, morando em um apartamento na faixa de R$ 150 mil na capital mineira. Para ter direito ao Cartão Aluguel, o locatário terá que desembolsar uma taxa de anuidade. Ele fará o acerto direto com o banco, que enviará uma fatura mensalmente, assim como ocorre com o cartão de crédito. As taxas de juros, no caso de atraso, devem ser semelhantes às cobradas pelos cartões de crédito, de cerca de 10% ao mês. A instituição financeira vai analisar a capacidade de pagamento e a ficha do locatário, antes de conceder o crédito. A princípio, o cartão será voltado à classe média e baixa, com rendimento de até cinco ou seis salários mínimos (teto de R$ 2,5 mil), que enfrenta maior dificuldade de apresentar fiadores.

"O fiador paga os atrasados, mas isso cria um desgaste enorme com o inquilino. Agora deve acabar esse constrangimento"
Adriana Magalhães, vice-presidente do Secovi-MG


"O produto está montado. Só esperamos a área de tecnologia de informação fazer alterações no sistema para começar "

Jorge Hereda, vice-presidente de Governo da Caixa

O ESTADO DE MINAS

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