Imprensa Livre
É preciso ter convivido – ou conviver – com as críticas e elogios que importantes veículos de comunicação do País fazem a determinados segmentos da Sociedade para receber os elogios com humildade e como prova irretocável do dever cumprido e acolher as críticas como decorrência natural da atividade como homem público. Isso porque, em ambos os casos, nenhum brasileiro, jornalista ou não, jamais poderá se decuidar de que tem o direito inalienável de expressar livremente as suas idéias. É bem verdade que, no ardor do trato da notícia, alguns jornais e jornalistas podem ter a tendência de transformar casos em causas, levados pela paixão – política, partidária, religiosa ou empresarial – provocando, com isso, equívocos em sua obra e eventuais injustiças para com aqueles que foram alcançados por sua verrina. No entanto, esses deslizes ocasionais, quando ocorrem, não podem ser invocados como instrumentos de retaliação contra o arcabouço da imprensa brasileira, através de modificações legais, colocando em risco o conceito da liberdade de expressão. É que nenhum país será grande, nenhuma nação conseguirá se desenvolver ou viver em harmonia com seus cidadãos, se não for protegida e estimulada por uma imprensa livre. Uma imprensa controlada pelo Estado ou pelas elites dominantes pode permitir a eclosão de não apenas uma, mas duas ou várias ditaduras numa mesma região. Por motivos mais do que conhecidos, os governantes brasileiros – salvo raríssimas exceções – insistem em ver jornais e jornalistas como inimigos em potencial e não como aliados permanentes de seus programas administrativos. Nesse passo, vale lembrar que sem a imprensa brasileira não teríamos uma nação brasileira, os nossos irmãos negros continuariam escravos no pelourinho e permaneceríamos um país atrelado ao obscurantismo. A grande verdade é que uma nação onde a imprensa não é livre, é uma nação onde o medo prevalece sobre a esperança, o ódio subjuga o amor e a vida perde o ânimo de ser vivida.
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