quinta-feira, 7 de agosto de 2008



Como se janta na Amazônia

Mário de Andrade escreveu que "almoça-se pelo Brasil e janta-se pela Amazônia", num desabafo que diz bem da opulência e imaginação da cozinha amazônica. Ali a tartaruga é a vedete e, segundo os entendidos, existem 16 maneiras de prepará-la: guisadinha, sarapatel, no casco, sarrabulho, picadinho, para citar algumas. Mas quem falar em sopa de tartaruga a amazonenses e paraenses estará cometendo uma gafe imperdoável, pois a tartaruga daquelas bandas não serve para sopa. Para mostrar o que é a devoção à tartaruga, basta narrar um fato ocorrido com a Casa do Pará, no Rio de Janeiro, quando comunicou que recebera tartarugas da Amazônia. Houve tal afluência de gente ao almoço do dia seguinte que a interferência da rádio-patrulha se tornou necessária para evitar os tumultos.
Riquíssima em peixes, a Amazônia oferece, além do pirarucu, o peixe-boi, cuja mixira exige que o peixe seja cozinhado três dias em sua própria gordura. E mais o bacu assado, o tucunaré ao forno, o ensopado de tambaqui, o tracajá assado (uma pequena tartaruga) e os deliciosos ovos de tartaruga, que são do tamanho de uma bola de pingue-pongue. Na sobremesa não se deve esquecer o cupuaçu, fruta que se fazem doce e sorvete muito apreciados. (...)

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Como se janta na Amazônia

("Como se janta na Amazônia". Revista Visão, Rio de Janeiro, 20 de novembro de 1959)

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