domingo, 3 de agosto de 2008

Fernando Collor


Comentário feito à nossa publicação sobre a entrevista do Jô Soares com o capo dono da “Sujíssima Veja”:

“Cara, acho que tu pegou um pouco pesado com o lance do Collor, porque a Veja (e boa parte da imprensa) já vinha comentando que o cara era sujíssimo antes de ele ser eleito.Mas enfim, cada um com a sua opinião.”

Bender, do http://www.benderblog.com/, que se apresenta como “Politicamente incorreto, feio, bobo e chato”, mas que faz um Blog realmente muito legal. Aliás, estou programando copiar muita coisa dele. Confiram.

Comentário do comentário:

Caro Bender:

Em primeiro lugar quero que saiba que é uma honra ter entre os nossos leitores pessoas como você que, pelo que vi do seu Blog, tem tutano. Em segundo lugar, muito obrigado pela participação em nosso Blog. Quanto ao tema comentado, entendo o que quer dizer. Não sei se você, na época da eleição do Collor, tinha idade suficiente para acompanhar o que ocorreu. Mas, se tinha, deve se lembrar que tanto a sujíssima “Veja” quanto a “Rede Globo” fizeram uma campanha publicitariamente muito competente e perfeita que, mais tarde, redundaria na subida do homem ao poder. Não é correto afirmar que os dois veículos, antes do Impedimento, tenham feito críticas ao Collor. Pelo contrário, construíram e deram força à imagem dele. No início, quando Lula e Brizola iam bem nas pesquisas do IBOPE, Collor nem era citado. Antes dos dois líderes trabalhistas passarem a ser um potencial perigo às elites, Collor nem era citado por Veja (que não falava nem bem nem mal do alagoano). Na medida em que Lula e Brizola passaram a pegar força, em detrimento, por exemplo, de candidatos mais "confiáveis" como Ulysses, Collor passou a ter força. Virou um milagre de uma hora para outra. Um simples governadorzinho de Alagoas passou a receber toda a atenção tanto da Sujíssima quanto da Platinada.

Veja abaixo as capas históricas da sujíssima, quando o grande medo era o Lula e Collar passou a se um mal menor (A CAMPANHA COMEÇOU ALÍ):


Em outras palavras: a verdade é que, diante da incerteza do que representaria um possível governo petista, investiram tudo em Collor. Ele tinha apenas 39 anos. Imaturo, embora muito inteligente e ousado. O mal era, para a elite dependente do capital estrangeiro, menor com a incerteza Collor do que com a (in) certeza (naquele momento histórico) do "esquerdista" do Lula. Investiram tudo no Collor. Ou seja, tanto as Veja quanto a Rede Globo, apostaram tudo em Collor, que reprezentava para as elites amestradas pelas transnacionais um opção menos ruim. Assim, fizeram Collor. Bancaram o Collor. Depois, quando Collor já estava no poder, viram que o homem, apesar de ideologicamente ser um neoliberal (tudo que queriam naquele momento), era tinhoso. Ao contrário, por exemplo, do que ocorre hoje com o marionete Lula, Collor tinha personalidade. Viram que o caráter personalista e briguento do presidente, depois que a ameaça maior do Lula já havia sido "resolvida", poderia atrapalhar as coisas. Foi o que ocorreu. Tentaram controlar Collor, como fazem hoje com o idiota do Lula. Collor reagiu. Não porque era o "ó do borogodó" do nacionalismo, mas porque não era um Lula da vid. Apesar de ideologicamente ser da turma apátrida dos neoliberais, privatistas e entreguistas, Collor não gostava dos políticos clássicos do Congresso. Tanto não gostava que passou a desprezá-los. Foi, assim como no caso do Jânio, o seu grande erro. Ficou isolado. Em outra palavras, Collor não se submeteu ao que hoje chamam de “mensalão”. Por incrível que isto possa parecer, Collor irritou os políticos do Congresso, porque não criou um esquema de benefícios e de troca de favores que, na Era FHC (o homem da CIA) e na Era Lula (“mensalão”), passaria a ser a regra. Foi apenas e tão somente por isso que Collor caiu. Foi apenas e tão somente por isso que a sujíssima Veja e a podre Globo, passaram a conspirar contra o presidente Collor que, gostemos ou não, foi eleito por mais de 30 milhões de votos - depois de 28 anos -, nas primeiras eleições diretas pós-ditadura. Isto não é pouco e não deve ser menosprezado jamais. A verdade é que eu, na época, odiava o que, para mim naquele momento, representava o “Caçador de Marajás”. Nunca o condenei – mesmo quando fiz campanha contra ele – por ser o “caçador de marajás” ou por ser a antítese de Lula. Nunca o condenei por ser um cara sem partido, por não representar as forças políticas até então consideradas progressistas da sociedade brasileira. Nunca o condenei por ser da elite. Na época, como hoje, fui e sou contra a sua postura voltada para tudo que este Blog condena: o processo de inserção subserviente do Brasil na economia global. Nunca admiti ou admitirei isto. Por isto, na época, apoiava Brizola, mas, tenho que confessar, pelo que acreditava ser na época um "voto útil", acabei votando no Lula (pode?). Sempre condenei Collor por ter iniciado um processo canalha e filho da puta de submissão do meu País às transnacionais. Mas, a História mostrou que, independente dele, isto ocorreria. Mas, com certeza, o golpe perpetrado por Veja e pela Globo, contra um presidente eleito, não foi por Collor ser liberal ou não; por ser entreguista ou não, mas por ele não se submeter àqueles veículos apátridas. Collor, apesar de ser um dos idiotas ideologicamente condicionados pelo poder de Wall Street, não foi apeado do poder por isso. Infelizmente, não. Contraditoriamente, foi deposto por não ser tão subserviente como achariam que fosse. Agora, não me façam de imbecil. Achar que o processo que derrubou Collor, com aqueles energúmenos dos “Caras Pintadas”, foi um processo correto, que foi algo democrático, algo mais que uma encenação midiática da Globo e da Sujíssima Veja, é acreditar em duentes. A COISA FOI GOLPE ESCANCARADO. Tanto é verdade que o Supremo não respaldou absolutamente nada do que acusaram Collor. E mais... as armações de PC Farias, se comparadas com o que fazem hoje em nome de Lula, são brinquedos de criança. Jamais votei no Collor e jamais votarei nele, mas não me façam de imbecil de dizer que a Veja e a Globo não o apearam do poder. É isso...

Um comentário:

  1. Faltou lembrar de outra coisa. O cara, além de tudo, era de um partido nanico, o PRN. O PRN era pra política pior que a Toleman do Senna em 84!

    Acabei de ver outro que não tem a ver com o Collor mas tem a ver. (?!?!)

    http://partidodabaixarianacional2.blogspot.com/2009/11/vote-em-mim-seu-bosta.html

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