BC manipula previsão de crescimento para forçá-lo a despencar
Projeção para 2009 sofre a terceira depreciação e vai parar abaixo dos 4%
O BC reduziu, na segunda-feira, a “expectativa” de crescimento para 2009. No final de 2007 ela era de 4,10%, foi diminuída para 4,06% e depois para 4% em fevereiro. Agora, segundo o BC, o “mercado” a reduziu para 3,9%. Em 2007, o país cresceu 5,4% e no primeiro trimestre deste ano, 5,8%. Por que, então, essa expectativa foi reduzida cada vez mais? Porque não se trata de uma previsão, mas da intenção do Banco Central de estancar o maior feito do governo Lula – o crescimento.
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Remessas de lucros sangram o Brasil e corroem o equilíbrio das contas externas
Remessas dobram e o déficit chega a 17,4 bi de dólares no semestre
Os lucros e dividendos enviados no primeiro semestre pelas multinacionais somaram US$ 18,993 bilhões, constituindo-se no principal fator do déficit de US$ 17,402 bilhões nas contas externas do período, segundo o BC. A crescente remessa de lucros e de dividendos é decorrente do aumento da entrada de capital estrangeiro no país, chamada de “investimento direto”. O setor financeiro apresentou o maior volume de remessas, com US$ 2,866 bilhões (17,1%), seguido de metalurgia, com US$ 2,717 bilhões (16,2%). Nos últimos cincos anos, as remessas aumentaram de forma acentuada: Em US$ bilhões, 5,7 (2003), 7,3 (2004), 12,7 (2005), 16,4 (2006) e 22,4 (2007).
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Organização criminosa já tem 10 indiciados
Queiroz deixa o caso Dantas, mas PF põe 50 agentes na equipe
Delegado preferiu aceitar pressão para sair do que respaldo do presidente da República para continuar
Uma força-tarefa com cerca de 50 integrantes, criada por determinação do diretor-geral interino da Polícia Federal, Romero Menezes, já começou a trabalhar na análise do material recolhido nas 58 ações de busca e apreensão cumpridas durante a Operação Satiagraha. Segundo Menezes, o “caso (Daniel Dantas) é prioridade” e receberá tratamento especial. Além de agentes federais, a força-tarefa é formada por procuradores do MPF, funcionários da Receita, da CVM, BC e Coaf.
33 mil imóveis rurais açambarcados
Abin e Incra alertam: a Amazônia está sob invasão estrangeira
Milionário sueco instalou 1.300 km2 de reservas em área de ouro e diamante para “preservar floresta”
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontou que o milionário sueco, com cidadania britânica, Johan Eliasch (foto), adquiriu através de um “fundo de investimento” de sua propriedade, com sede em Delaware, nos EUA, terras na Amazônia que somam 160 mil hectares, e, através da ONG britânica “Cool Earth” - que fundou e controla - mais 145 mil hectares, área equivalente ao dobro da cidade de São Paulo. Levantamento parcial do Incra aponta 33 mil imóveis rurais na Amazônia na mão de estrangeiros.
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Especulação externa ao país provoca a alta nos alimentos
Aumento de juros não teria qualquer efeito sobre o preço dos alimentos, determinados internacionalmente pela monopolização sem freios por meia dúzia de empresas estrangeiras
Como pretexto para o aumento dos juros, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou à carga sobre o retorno do “monstro da inflação”. Entre os pontos que têm sido destacados por ele, está a alta de preços dos alimentos. Como o HP já apontou em edições anteriores, o aumento do preço de alguns produtos alimentícios verificado nos últimos meses não se dá em função da explosão do consumo - no caso, de que o povo brasileiro está comento demais -, mas em razão de fatores externos. Basicamente, da especulação com “commodities” agrícolas, que têm suas produção e comercialização monopolizadas por meia dúzia de corporações. E também apela ação de fundos até recentemente dedicados à especulação financeira, que, após o colapso dos papéis das hipotecas “subprime” norte-americanas, migraram para o mercado futuro agrícola, no qual uma mesma safra chega a ser vendida até oito vezes. No ano passado, foram negociadas na “Chicago Board of Trade” 7,3 bilhões de toneladas de milhos, mas sua produção física foi de apenas 780 milhões. Soja: negociadas 4,3 bilhões de toneladas. Entretanto, só foram produzidas 220 milhões. Em relação ao trigo, foram negociadas 2,7 bilhões de toneladas, sendo produzidas 606 milhões. É assim que estão sendo turbinados os superlucros dos especuladores e também os preços agrícolas, com registros de variações bruscas, sempre para cima. É o que o “mercado” chama de “volatilidade”. Difícil é explicar, pelas chamadas leis do mercado, como o preço da saca de soja dobrou em apenas seis meses na Bolsa de Chicago: pulou de US$ 17,60, em agosto de 2007, para US$ 35 em fevereiro deste ano. Significativamente, no período em que os títulos podres detonaram a crise nos EUA. Em resumo, o aumento dos preços dos alimentos que se tem verificado internamente, como foi registrado em maio pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica - feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 16 capitais -, não é originário na economia brasileira. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, os aumentos “devem-se basicamente a fatores climáticos, pressões do mercado internacional e à alta dos insumos como adubos e fertilizantes derivados do petróleo, uma vez que este teve forte aumento”.
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