domingo, 10 de agosto de 2008

O Brasil e a IV Frota

Hélio Duque

No linguajar popular “gato escaldado tem medo de água fria”. Na geopolítica do poder e nas relações internacionais não é diferente. A recente recriação, após 58 anos, da IV Frota da Marinha dos Estados Unidos para patrulhar o Atlântico Sul, vem motivando grande polêmica. Criada em abril de 1943, durante a II Guerra, foi desativada em 1950. Ignorando e sem nenhuma consulta aos países latino-americanos, o desastrado governo de George W. Bush está fecundando históricos sentimentos antiamericanos no continente. A América do Sul é a área prioritária para atuação, podendo além do mar, penetrar pelos rios Amazonas, Prata e Orinoco. O Brasil, possuidor de extenso litoral, onde se destaca uma “Amazônia azul” de riquezas monumentais, surpreendido, cobrou explicações oficiais sobre a presença da IV Frota na região. Ao invés de sinais tranqüilizadores, a resposta ambígua fez nascer debate sobre soberania e a integridade territorial nacional.O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ante essa realidade, foi objetivo: “Agora que descobrimos petróleo a 300 quilômetros de nossa costa, queremos que os Estados Unidos expliquem qual a lógica dessa frota, justamente numa região como esta, que é pacífica”. O embaixador norte-americano no Brasil, Clifford Sobel, justificou: “Foi até sugerido que o restabelecimento da frota foi de alguma maneira relacionado com descobertas recentes de petróleo. É importante deixar bastante claro: não é o caso”. No Ministério de Relações Exteriores brasileiro, destacado diplomata é enfático: “Neste momento é difícil desvincular a IV Frota do alto preço do petróleo e das ameaças de suprimento regular no Oriente Médio.” Pensamento quase na mesma linha, tem o diretor do Departamento de Defesa da Federação das Indústrias de São Paulo, Jairo Cândido: “A IV Frota está sendo ativada porque deveremos estar entre 2013 e 2014 com 1 bilhão a mais de barris de petróleo por ano, subindo para 2,8 bilhões. Não é para tomar ou ocupar, mas para vigiar esse território, coisa que as nossas Forças Armadas não têm condições de fazer”.

Confira a matéria completa:
http://www.parana-online.com.br/colunistas/3/59230/

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