segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido... Clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las.

Intelbras estréia no mercado bilionário dos celulares
Juliana Wilke
Gazeta Mercantil

Intelbras, de São José (SC), iniciou na semana passada a venda de celulares com marca própria em lojas de todas as regiões brasileiras. A empresa estima abocanhar 0,4% do mercado nacional num primeiro momento e planeja ocupar o lugar deixado pela Gradiente, que chegou a ter cerca de 10% de market share. A Gradiente foi uma das primeiras a lançar celulares no Brasil em parceria com a Nokia e mais tarde, no final de 2005, vendeu sua participação à sócia. "A estratégia da Intelbras é a de ingressar em negócios convergentes que ampliam o portfólio voltado a soluções completas de segurança, comunicação e informática", diz o presidente da empresa, Altair Silvestre. Investimentos Neste ano está investindo R$ 90 milhões na aquisição de máquinas importadas para testes e montagem de equipamentos, além de capital de giro. Parte do montante é desembolso de recursos próprios e parte é financiada por instituições.
Intelbras entra na disputa dos celulares

Megafiscalização deverá atingir seis mil empresas
Viviane Monteiro
Gazeta Mercantil

A Receita Federal começa a fiscalizar, nesta semana, 6,032 mil empresas suspeitas de sonegarem R$ 33,9 bilhões nos últimos cinco anos. A operação começa a partir de hoje. O alvo inicial serão 827 empresas instaladas principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, que deixaram de declarar R$ 4,7 bilhões. A informação foi dada pelo coordenador-geral de Fiscalização do Fisco, Marcelo Fisch. Segundo ele, a atuação dos fiscais acontecerá em todos os estados brasileiros, mas o foco da ação vai se concentrar em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde a sonegação das empresas é maior. Essa operação faz parte da quarta etapa do programa Estratégia Nacional de Atuação da Fiscalização (Enaf). A fiscalização deve atingir a 827 empresas, sendo 274 em São Paulo 274 e 159 no Rio de Janeiro.
Primeiro Plano - Fisco faz megafiscalização

Excesso de MPs é o tema da semana
Gazeta Mercantil

A Proposta de Emenda à Constituição que muda o rito de tramitação das medidas provisórias (PEC 511/06) é o destaque da pauta da Câmara a esta semana . O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT), marcou sessões de amanhã até quinta-feira. Antes de votar a PEC, porém, os deputados terão de votar a Medida Provisória 434/08 e os projetos de lei 1650/07 e 3452/08, que trancam os trabalhos. Aprovada em abril deste ano por uma comissão especial, a PEC 511/06, do Senado, acaba com o trancamento da pauta do Plenário pelas medidas provisórias, mantém o prazo máximo de validade em 120 dias e remete a análise da admissibilidade das medidas às comissões de Constituição e Justiça de cada Casa (Câmara e Senado).
Excesso de MPs é o tema da semana

Perdas dos bancos ainda podem trazer surpresas
Gazeta Mercantil

A elevada exposição dos bancos americanos ao mercado de hipotecas subprimes - consideradas de segunda linha - colocou sob suspeita a gestão de grandes instituições. O sistema elaborado para a concessão dos empréstimos para tomadores menos qualificados incluía a securitização de recebíveis. Os bancos concediam o empréstimo, transformavam em títulos e revendiam ao mercado, muitas vezes a fundos de investimento. Quando os problemas começaram a surgir, a engenharia montada fez os prejuízos se espalharem. Desde o ano passado, os grandes bancos divulgam baixas contáveis e prejuízos bilionários. O pior é que, segundo especialistas, ainda há muita notícia ruim que pode surgir no balanço dos bancos. "As previsões de baixas contábeis chegam a US$ 1 trilhão e, o pior, é que nem tudo está nos balanços", comenta Nelson Carneiro: economista-senior da Austin Rating.
Perdas dos bancos ainda podem trazer surpresas
Expansão dos emergentes e o preço dos alimentos
ARTIGO - Juarez Rizzieri
Gazeta Mercantil

A duplicação dos preços das commodities agropecuárias nos últimos 20 meses vem incomodando as economias mundiais, até mais que as estupendas altas no preço do petróleo, porque tem um efeito perverso sobre a alimentação da população mais pobre. Não seria por menos, pois somente China, Índia, Rússia e o resto da Ásia reforçaram sua dieta alimentar em centenas de milhões de consumidores carentes num prazo relativamente curto. Prazo esse insuficiente para se ter uma resposta equivalente da oferta mundial de alimentos, que sofre inclusive a concorrência do uso dos recursos disponíveis destinados para a produção do biodiesel. O PIB da China crescendo a 10% ao ano vem dobrando a cada sete anos e o da Índia crescendo a 6,5% ao ano dobra a cada 11 anos. Dá para imaginar o impacto disso sobre a demanda de alimentos numa base populacional beirando 2,5 bilhões de pessoas?
Expansão dos emergentes e o preço dos alimentos

Por que é preciso uma nova revolução verde
ARTIGO - Friedrich Berschauer
Gazeta Mercantil
A economia agrícola está no centro das atenções como jamais esteve antes. Depois das commodities terem alcançado novos recordes, em abril deste ano, as cotações do arroz, trigo, milho, entre outras, foram corrigidas, mas ainda assim continuam acima dos patamares de 2000. Os preços dos alimentos caíram cerca de 75% desde 1970, graças ao aumento da produtividade agrícola, e só voltaram a subir em 2005. O aumento do preço dos alimentos é o resultado direto de uma alta demanda aliada à oferta limitada: número crescente de pessoas a serem alimentadas e área de plantio que na melhor das hipóteses continua igual. Enquanto o Brasil ainda dispõe de alternativas para aumentar a área plantada, sem comprometer as florestas, o espaço agricultável disponível no mundo diminui à medida que a desertificação cresce e que as cidades e a produção industrial se expandem. Além disso, a população mundial aumenta na proporção de cerca de 80 milhões de pessoas/ano.
Por que é preciso uma nova revolução verde

Mulheres têm chances em quatro capitais
Raphael Bruno
Jornal do Brasil

Dos 176 candidatos que concorrem às prefeituras nas capitais, só em 25 são mulheres. Apesar do baixo percentual (14,2%), elas aparecem como favoritas em pelo menos quatro cidades, o que abre uma possibilidade histórica: hoje apenas Fortaleza é comandada por uma mulher.
Especialistas: partidos e a própria legislação dificultam candidaturas
Apenas 25 dos 176 candidatos às prefeituras de capitais nas eleições municipais são mulheres. Apesar do percentual baixo das candidaturas – 14,2% – elas despontam como favoritas em pelo menos quatro capitais, o que abre a possibilidade de um resultado histórico para as mulheres. Hoje, só uma capital é administrada por uma mulher. A despeito do provável avanço, especialistas alertam para as limitações da participação feminina nos pleitos.
Mulheres têm chance em quatro capitais

Confronto geopolítico
Coisas da Política
Jornal do Brasil

O confronto entre a Geórgia e a Rússia, a propósito da Ossétia do Sul, explica-se pela importância estratégica da região caucasiana entre o Mar Cáspio e o Mar Negro. A Oeste se encontra a Geórgia e a Leste, o Azerbeidjão, com o petróleo e o gás da Bacia do Cáspio. No território da Geórgia passam os oleodutos e gasodutos. Os americanos, desde o fim da União Soviética, têm atuado intensamente para manter seu controle sobre a terra de Stalin, transformando-a em sua mais dedicada aliada entre as antigas repúblicas soviéticas. Há 2 mil soldados da Geórgia no Iraque. O confronto nos retorna aos cânones da geopolítica, mais imperativos do que os conflitos de ordem ideológica. Os vastos territórios da Eurásia sempre foram cobiçados pelas nações européias – e pelos povos do Extremo Oriente. Os russos levaram séculos para construir ali o maior império conhecido sobre terras contínuas e, para mantê-lo, enfrentou guerras periódicas. Com a Revolução Industrial e a necessidade de matérias primas básicas, cresceu a cobiça sobre a região.
Confronto geopolítico

Refis 5 e a redução da decadência da dívida
Artigo - Paulo César Regis de Souza
Jornal do Brasil

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DA PREVIDÊNCIA E DA SEGURIDADE SOCIAL
O governo tem intenção de propor uma nova Lei de Execução Fiscal, com alternativas para acelerar a cobrança da dívida ativa da União, que beira os R$ 700 bilhões, dos quais R$ 200 bilhões do INSS. Só a União tem 7,5 milhões de inscrições em cobrança no valor de R$ 503 bilhões. Seria bom para o país que isto fosse verdade e pudesse ser implementado. Neste ano não será, pois o Congresso entrou no recesso eleitoral. Em tese, quando se fala em cobrar os caloteiros, geralmente o que se vê é uma ampla oferta de benefícios para os inadimplentes que apenas digam que querem quitar suas pendências fiscais. Foi assim que nasceram os Refis 1 (na era FHC), 2,3 e 4 (na era Lula), na cestão de mensalão, gafanhotos e sanguessugas. Os Refis surgiram supostamente para recuperar créditos, com redução de encargos e alargamento dos prazos, mas tudo tem sido inútil. A dívida ativa cresce como bola de neve e na velocidade da banda larga e há dois consensos explícitos: 1) o governo finge que cobra e os caloteiros fingem que pagam; 2) para os devedores a dívida é impagável e para os credores (União) a dívida é incobrável. O acordo foi fechado e permanece offline. Nesta passada de tartaruga, cobrando-se R$ 15 milhões por ano, para cobrar os R$ 700 bilhões seriam necessários 50 anos para zerar o estoque de dívidas. Meio século. É para não se cobrar. Temo, com base no direito de dúvida e de suposição, que por trás da proposta esteja o Refis 5, por conta das eleições de 2010.
Refis 5 e a redução da decadência da dívida

Um ano depois: horizonte incerto
Artigo - Jiane Carvalho
Jornal do Brasil

Para consultores, extensão dos problemas registrados pelos bancos superou as expectativas
Há um ano, os mercados financeiros mergulhavam na crise das hipotecas subprimes, tendo como epicentro o mercado americano de crédito imobiliário. Em agosto do ano passado, um ponto em comum permeava os discursos de analistas sobre a longevidade do ajuste necessário para afastar os riscos. Boa parte dos analistas considerava limitados os potenciais efeitos do fim da bolha imobiliária nos demais mercados. O ajuste, acreditavam, seria pontual. Os prejuízos bilionários dos bancos, a redução no crescimento global e a forte volatilidade das bolsas jogaram por terra esta idéia. A exposição do setor financeiro às subprimes – hipotecas de segunda linha concedidas a quem normalmente não poderia ter crédito – surpreendeu.

– Achava que não duraria muito, mas o choque nos bancos começou devagar, foi crescendo e ainda não terminou – avalia Guilherme da Nóbrega, economista-chefe da Itaú Corretora. – As perdas estão próximas de US$ 500 bilhões e podem ser muito maiores.
Um ano depois: horizonte incerto

A segunda invasão chinesa: alta tecnologia
Marcelo Rehder
O Estado de S. Paulo

Exportações hi-tech de fabricantes da China, de US$ 343,9 bilhões, já superam as de EUA e Alemanha
A era do produto barato de qualidade duvidosa da China acabou. Em apenas cinco anos, os produtos manufaturados de alta tecnologia se tornaram o principal item da pauta de exportação chinesa. Mais ainda, de grande exportador de produtos de baixa intensidade tecnológica, o gigante asiático transformou-se no maior exportador mundial de produtos hi-tech, desbancando os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão, países que tradicionalmente exportam esse tipo de produto. Essas são as principais conclusões de uma pesquisa inédita da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "É uma falácia dizer que os produtos chineses são cópias baratas dos fabricados em outros países", diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da entidade, que coordenou o trabalho. "A China tem produtos bons, menos bons e ruins, como qualquer país do mundo, mas a maioria já é de alta tecnologia". No Brasil, as importações de produtos chineses saltaram de US$ 1,3 bilhão, em 1997, para US$ 12,6 bilhões, em 2007, o que levou a um déficit comercial com a China de US$ 1,9 bilhão no ano passado. Nos seis anos anteriores, o resultado havia sido favorável ao Brasil. De janeiro a julho de 2008, o rombo já atingiu US$ 964,4 milhões.
A segunda invasão chinesa: alta tecnologia


Definição sobre usinas deve sair esta semana
Leonardo Goy
O Estado de S. Paulo

Licença ambiental de Santo Antônio deve sair hoje e o contrato de concessão de Jirau, amanhã
A semana promete ser decisiva para o projeto de construção do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia. Definições importantes são aguardadas para hoje e amanhã, tanto para a Usina de Santo Antônio quanto para a de Jirau. No caso da Usina de Santo Antônio, arrematada em leilão em dezembro passado pelo consórcio liderado por Furnas e Odebrecht, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve liberar hoje à tarde a licença de instalação, que autoriza o início das obras. Já com relação a Jirau - cujo projeto foi conquistado em maio pelo consórcio liderado pela francesa Suez - a expectativa é de que o contrato de concessão seja assinado amanhã. Se a licença de instalação de Santo Antônio for mesmo assinada hoje pelo presidente do Ibama, Roberto Messias, o consórcio liderado por Furnas e Odebrecht deverá iniciar a montagem do canteiro já na semana que vem. Antes de o Ibama dar seu aval, porém, uma última etapa precisa ser cumprida: a emissão, pela Agência Nacional de Águas (ANA), da outorga para o uso da água do Rio Madeira. Fontes que acompanham de perto o processo disseram que o consórcio Furnas/Odebrecht entregou na semana passada à ANA os documentos que faltavam, com o compromisso de arcar com o custo de uma adutora para Porto Velho. Com isso, a expectativa, já manifestada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é de que a ANA libere a outorga hoje pela manhã, e o Ibama emita a licença na parte da tarde.
Definição sobre usinas deve sair esta semana

Segurados já passam de 40 milhões
Isabel Sobral
O Estado de S. Paulo

Em relação ao ano anterior, houve crescimento de 7,15% no contingente de empregados filiados ao INSS
A Previdência Social alcançou a marca história de 40 milhões de trabalhadores com carteira assinada como contribuintes em 2007. O número de contribuintes individuais, em que estão, entre outros, os trabalhadores autônomos, atingiu 11 milhões de pessoas no mesmo ano. Em relação ao ano anterior, houve crescimento de 7,15% no contingente de empregados filiados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A taxa de crescimento no segmento dos individuais foi de 5,4%. Os números são inéditos e foram revelados ao Estado pelo ministro da Previdência, José Pimentel. "Ampliamos a cobertura previdenciária e social no País".
Segurados já passam de 40 milhões

População ratifica mandato de Evo
Ruth Costas
O Estado de S. Paulo

Presidente acena com diálogo com governadores da oposição e afirma que intensificará as nacionalizações
Após ter seu mandato ratificado no referendo revogatório de ontem na Bolívia com mais de 60% dos votos, segundo pesquisas de boca-de-urna, o presidente Evo Morales ofereceu diálogo à oposição regional e anunciou que continuará "avançando na recuperação dos recursos naturais e nas nacionalizações" de seu país. "Quero trabalhar de maneira conjunta com autoridades departamentais e municipais para garantir esse processo de mudança do nosso modelo econômico e a nacionalização de outros recursos naturais", disse.
População ratifica mandato de Evo

Rússia amplia ofensiva na Geórgia
Lourival Sant'Anna
O Estado de S. Paulo

Moscou rejeita cessar-fogo, bombardeia aeroportos no subúrbio de Tbilisi e ataca cidade georgiana de Gori
Após três dias de enfrentamento, a Geórgia anunciou ontem a retirada de suas tropas da Ossétia do Sul e propôs um cessar-fogo. Mas os confrontos continuaram em áreas de fronteira entre a Geórgia e a província separatista, assim como no Mar Negro. Cerca de 10 mil soldados russos, apoiados por tanques, aviões e navios, deslocaram-se para a Ossétia do Sul no sábado depois que forças da Geórgia avançaram na sexta sobre áreas controladas pelos separatistas, apoiados pela Rússia. Num dos incidentes mais graves, o Ministério da Defesa da Rússia informou que embarcações georgianas dispararam duas vezes contra navios russos, que reagiram e afundaram uma delas. A Rússia garantiu que a missão dos navios enviados ao Mar Negro não é bloquear o escoamento de petróleo da Geórgia, como se especulou, mas evitar o suprimento de armas para o país.
Rússia amplia ofensiva na Geórgia

TCU VÊ SUPERFATURAMENTO DE R$ 3 BI E QUER PARAR OBRAS NOS AEROPORTOS
Isabel Sobral, Rosa Costa e Rui Nogueira
O Estado de S. Paulo

Infraero critica parâmetros do tribunal e teme que decisão jogue o País no caos aéreo e ameace a Copa de 2014
Os negócios da aviação, a vida dos passageiros e até a viabilidade da Copa de 2014 estão ameaçados e dependem de uma decisão que começará a ser tomada na quarta-feira pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte inicia as sessões plenárias para analisar os relatórios sobre custos, licitações e estágio administrativo das obras nos nove principais aeroportos do País sob responsabilidade da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). As auditorias técnicas apontam para um superfaturamento de pelo menos R$ 3 bilhões e as análises caminham para um impasse, o que vai parar as obras em todo o País. O maior problema - que coloca o País à beira de um novo caos aéreo - é que a Infraero e o TCU travam nos bastidores uma queda-de-braço e não se entendem sobre os parâmetros para definir os custos das reformas. As dificuldades se somam nos dez processos que serão analisados pelo tribunal - Guarulhos tem dois relatórios: sobre as obras e a licitação do terceiro terminal e é o caso mais complicado (mais informações nesta página).
TCU QUER PARAR OBRAS EM NOVE AEROPORTOS

Inflação em alta, contas em atraso
Patrícia Duarte
O Globo

Com aperto na renda, consumidor paga crediário, mas fica inadimplente em luz e telefone
Com o aperto na renda causado pela alta da inflação, consumidores estão atrasando contas de serviços públicos para pagar empréstimos. Isso porque o serviço demora a ser cortado, e, no caso do crediário, o nome vai rapidamente para o SPC. Animada nos últimos anos pela inflação baixa e os ganhos de renda, a empregada doméstica Maria Araújo Silva não pensou duas vezes: foi às compras. Entre os eletrodomésticos e móveis que adquiriu no crediário, se destacam uma máquina de lavar roupa, já quitada, e um DVD e um armário cujas prestações ainda estão sendo pagas, ao custo de R$95 mensais. O que ela não contava era com a recente escalada dos preços dos alimentos, que corroeu parte de sua renda de aproximadamente R$900, pilar de uma família de cinco filhos e dois netos. Diante do aperto, se viu obrigada a atrasar o pagamento de algumas contas, e optou pelas de luz e água, e não pelos empréstimos.
Inflação em alta leva à inadimplência em contas

Tarso na berlinda
Coluna - Ricardo Noblat
O Globo

De volta de Pequim, Lula encontrou um abacaxi de bom tamanho em cima de sua mesa de despachos no Palácio do Planalto. Chefes militares querem que ele desautorize a iniciativa do ministro Tarso Genro, da Justiça, de reabrir o debate sobre punição para quem torturou presos políticos durante os 21 anos de ditadura inaugurados em março de 1964. Dá para imaginar que Tarso feriu tema tão delicado contra a vontade de Lula ou à revelia dele? Bem, se você acredita que Lula foi traído por mensaleiros dá para acreditar. Mas em maio último Tarso antecipou o que estava por vir – e Lula não reagiu. Ao reverenciar os estudantes perseguidos pelo regime militar de 64, ele comentou durante solenidade pública em Brasília: “Dizem que a anistia foi feita para todos, inclusive para os torturadores. Eu respondo que se ela foi feita para os torturadores, eles têm que ser julgados, eles têm que receber uma pena. Eles se escondem hoje em uma postura arrogante que não aceita a controvérsia política”.
Tarso na berlinda

Caos aéreo: FAB já afastou 74 controladores
Leila Suwwan
O Globo

Profissionais divulgarão documentos na internet em resposta a medidas de punição tomadas pela Aeronáutica
Mais de um ano depois de adotar a linha dura contra os controladores como reação à crise aérea, o Comando da Aeronáutica já afastou 74 profissionais no país para expurgar a geração de sargentos que os oficiais consideram lideranças negativas. Após meses de silêncio, os controladores tentam um apelo público: divulgarão na internet documentos sobre panes e falhas sistêmicas do controle aéreo. E em nova ação contra a Força Aérea Brasileira (FAB) no Supremo Tribunal Federal (STF) acusam o comandante Juniti Saito e o ex-comandante Luiz Carlos Bueno de omissão e responsabilidade pelos acidentes dos vôos TAM 3054 (em julho de 2007) e Gol 1907 (em setembro de 2006). Entre os controladores afastados, 24 foram acusados de crime de motim pela paralisação em 30 de março de 2007, que fechou o espaço aéreo brasileiro. O restante foi desligado ou transferido para cargos longe das salas de controle.
Caos aéreo: FAB já afastou 74 controladores

Aumenta fatia da grande empresa na arrecadação
Marta Watanabe
Valor Econômico

Com lucratividade maior, as grandes empresas aumentaram sua participação na arrecadação do Imposto de Renda (IR), tributo que vem puxando as receitas tributárias da União. As grandes empresas que pagam o imposto pelo lucro real representam atualmente 71% da arrecadação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. A participação delas em 2001, quando a Receita Federal passou a divulgar esse dado, era de 64,22%. A grande perda de espaço foi das empresas médias, com até R$ 48 milhões de faturamento, que pagam IR pelo lucro presumido. Há sete anos elas respondiam por 21,9% do IR das pessoas jurídicas e agora têm uma fatia de 14,95%. A queda aconteceu mesmo com ampliação de R$ 24 milhões para R$ 48 milhões do teto para adesão ao presumido, em 2003.
Aumenta fatia da grande empresa na arrecadação

Fundo soberano brasileiro: uma boa idéia?
Artigo - Rodrigo Sias
Valor Econômico

A tão aguardada política industrial do governo Lula, mesmo abrangendo diversos setores da economia brasileira, não apresentou nenhuma grande novidade, embora tenha o mérito inegável de pensar o longo prazo. A queda dos spreads do BNDES e as desonerações fiscais, por exemplo, nada mais são do que "mais do mesmo". Há, entretanto, uma medida que, embora tímida em seu escopo inicial, pode ser muito poderosa no futuro: a criação de um fundo de riqueza soberana para o Brasil, já batizado de Fundo Soberano do Brasil (FSB). Os fundos soberanos são fundos de investimentos dos Estados. Com pouca necessidade de liquidez imediata e na posse de grandes reservas cambiais, esses Estados resolveram "poupar" o excesso de reservas (daí a analogia ao "cofrinho" feita pelo ministro Guido Mantega) em outros ativos financeiros, que não os títulos do tesouro americano, que dão um retorno diminuto.
Fundo soberano brasileiro: uma boa idéia?

Conflito mostra que Rússia está mais ousada
Marc Champion, Andrew Osborn e John McKinnon
Valor Econômico

A Rússia expandiu ontem sua campanha militar para outras regiões da Geórgia, enquanto o governo da Geórgia anunciou a retirada de suas tropas da Ossétia do Sul e as tentativas de estabelecer um cessar-fogo fracassaram. A vigorosa ofensiva de Moscou - sua maior operação militar no exterior desde o colapso da União Soviética, em 1991- representa um marco na política externa cada vez mais assertiva do Kremlin. O presidente russo Dmitri Medvedev, assim como seu mentor, o primeiro-ministro Vladimir Putin, ignoraram o apelo dos líderes do Ocidente para interromper o ataque a um aliado dos EUA, ressaltando os limites da influência dos EUA e da Europa sobre a Rússia.
Conflito mostra que Rússia está mais ousada

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