Em primeira mão no blog "Os amigos do presidente Lula".
O iFHC (Instituto Fernando Henrique Cardoso) conseguiu aprovação do Ministério da Cultura em 2004 (PRONAC n. 045808), para digitalizar o acervo do ex-presidente com incentivos fiscais da Lei Rounet (dinheiro público dos impostos).Com isso captou R$ 5,7 milhões, em empresas que deixaram de pagar esse valor ao Imposto de Renda (legalmente), incluindo a SABESP.O valor consumido já é quase 5 vezes maior do que usado pela Fundação José Sarney (PRONAC n. 052866) para fazer o mesmo trabalho.O projeto de digitalização tem prazo para terminar em dezembro desse ano, tendo sido aprovada a captação desde dezembro de 2004.O iFHC anuncia um futuro portal do acervo em construção, mas passados 4 anos e meio, a digitalização do acervo de FHC que encontra-se disponível na Internet é apenas 9 fotos (até o momento em que esta nota foi escrita - confira no link aqui, e a tela capturada no dia 13 de julho de 2009).Repetindo: após 4 anos e meio, apenas 9 fotos digitalizadas estão disponíveis para consulta na Internet.Faltam meses de seis meses para encerrar o prazo.Nesse meio tempo o dinheiro do iFHC andou circulando pelo Fundo Opportunity de Daniel Dantas (leia nota anterior aqui).O PRONAC n. 045808 do Ministério da Cultura aponta os documentos pendentes:- Informar as metas a serem realizadas- Informar as metas já realizadas- Informar o nº de dias necessários para realização das metasApós 4 anos e meio, sem nem mesmo informar metas A SEREM REALIZADAS, e com APENAS 9 FOTOS DIGITALIADAS na internet, o iFHC já pede nova verba de R$ 7 milhões, em novo projeto, para concluir o trabalho (PRONAC n. 091546). O valor total chegará a R$ 12,7 milhões, caso o Ministério da Cultura não vete esse adicional de R$ 7 milhões.Conforme já demonstramos (nesta nota anterior aqui) o valor é 10 vezes maior do que o gasto pela Fundação José Sarney.
Comentário deste Blog:
Diferente de José Sarney, que doou seu patrimônio pessoal para o Maranhão, quando poderia fazê-lo para qualquer outro museu da capital federal, o tucano-mor, Fernando Henrique Cardoso, tomou outro rumo nada digno de um homem que foi presidente da República. Nunca é demais lembar que, na edição 234, de 11 de novembro de 2002, a revista “Época”, com o título de capa “FHC passa o chapéu”, mostrou que o ainda então presidente da República tucano reuniu empresários para levantar R$ 7 milhões para ONG que bancaria palestras e viagens suas ao Exterior em sua aposentadoria . A revista mostrou que foi em noite de gala, dizendo: “Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa, nos restaurantes de Brasília). Durante as quase três horas em que saborearam o cardápio preparado pela chef Roberta Sudbrack - ravióli de aspargos, seguido de foie gras, perdiz acompanhada de penne e alcachofra e rabanada de frutas vermelhas -, FHC aproveitou para passar o chapéu. Após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais do presidente se comprometeram a fazer uma doação conjunta de R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a presidir assim que deixar o Planalto em janeiro e levará seu nome: Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC)”. A convocação de empresários para doar dinheiro a uma ONG pessoal do presidente, ainda com a possibilidade de assinar o Diário Oficial, constituiu o diferencial da atitude de ex-presidentes tão diferentes como FHC e José Sarney. O primeiro usou o Estado para benefício próprio para garantir suas viagens ao exterior, não para beneficiar o povo brasileiro. O segundo, usou seu próprio patrimônio pessoal para beneficiar um dos mais importantes interesses públicos: a cultura. São formas radicalmente diferentes de se encarar a vida pública.
Para saber mais sobre o assunto, não deixe de ler:
"Museus de ex-presidentes”
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