segunda-feira, 10 de maio de 2010

Fernando Collor confirma pré-candidatura ao governo de Alagoas

Fernando Collor: "Sou pré-candidato ao governo de Alagoas"

Senador também anunciou repasse de R$ 350 milhões para construção da avenida que vai ligar a Vila Brejal a Fernão Velho

Gazeta de Alagoas - "Sou pré-candidato a governador", declarou o presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal, senador Fernando Collor de Mello (PTB), pondo fim às diversas especulações em Alagoas a respeito das eleições deste ano. Em entrevista a uma emissora de rádio de Maceió, na manhã desta segunda-feira (10), o ex-presidente da República declarou que iria submeter seu nome à avaliação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e às coligações lançadas pelos grupos políticos.

Não fornecendo detalhes a respeito das articulações atuais, o senador - e agora oficialmente pré-candidato - sinalizou o interesse de ter na chapa, como candidato a vice, o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB). No cenário nacional, Fernando Collor adiantou que apoiaria à presidência da República a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Roussef (PT). O senador também afirmou que procuraria o prefeito Cícero Almeida (PP) para tê-lo como um possível aliado.

Campanha eleitoral

Questionado se haveria 'as forças do mal e as forças do bem' em Alagoas - como provocado por possíveis adversários no pleito de outubro próximo -, Collor afirmou ser necessário que os políticos utilizem o espaço destinado às campanhas para divulgação de propostas. "Estamos ligados ao propósito de fazer o bem sem olhar a quem. Não é fazer o bem seletivamente. A tal setor ou área porque interessa politicamente a 'fulano' ou 'beltrano', mas para a comunidade de modo geral", lembrou. "Em campanha política, as paixões ficam muito desenfreadas. O clima fica sempre muito tenso, de modo que, ao invés de se discutir projetos, o que se verifica é um ataque pessoal de um contra o outro, o que desvirtua o objetivo da campanha eleitoral", emendou.

Durante a entrevista, o senador Fernando Collor confirmou o repasse de R$ 350 milhões para a construção da 'Via Lagunar', avenida que pretende interligar Vila Brejal a Fernão Velho. Previamente denominada ‘Avenida Presidente Luís Inácio Lula da Silva’, a obra integra um marco regulatório da referida comissão, composta por quatro projetos voltados ao saneamento, numa iniciativa do próprio senador Fernando Collor.

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    Obras da Via Lagunar

    "A ideia seria dar continuidade à Vila Brejal até Fernão Velho, com três pistas de rolamento em cada sentido", esclareceu. Segundo explicações do senador, essas pistas estariam margeando a lagoa que, por sua vez, seriam submetidas a um trabalho de desassoriamento. "A última vez em que a lagoa passou por processo de desassoriamento foi em minha época, como governador, em 87 ou 88. O resultado é que a lagoa hoje está morrendo e as marisqueiras têm cada vez mais problemas, sobretudo nos olhos, quando mergulham sem proteção para retirar os mariscos que vão alimentar sua família e mais de 200 mil famílias em Alagoas. A poluição têm desencadeado problemas sérios", comentou.

    O senador defendeu que a obra não só terá como vantagem a conclusão da pista sob um orçamento mais baixo, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como também vai desafogar o trânsito naquela região, trazendo um acesso direto a Fernão Velho, além do desassoriamento e saneamento da lagoa Mundaú. "Chegando em Fernão Velho, ela sobe pela ladeira atingindo o final da Fernandes Lima, já próximo à sede da Polícia Rodoviária Federal", esclareceu.

    "Nós faremos um trabalho, do mesmo modo que foi feito o Dique Estrada, como uma continuação e, em cima do Dique, seriam construídas as pistas", explicou, lembrando o processo de construção do Dique Estrada. "Cada momento de chuva, o nível da lagoa subia e invadia todas as casas que abrigavam milhares de família. Então o que fizemos? Com a areia que nós tiramos do fundo da lagoa, que estava assoriando, jogamos para fazer o dique. Hoje ele contém os avanços da lagoa e, em cima do Dique, foram construídas as pistas e os equipamentos urbanos - com campos de futebol e praças -, que, posteriormente, foi tomado em função da necessidade das pessoas se abrigarem", relembrou.

    De acordo com o senador, os investimentos para a obra devem ser repassados para o Município, que ficaria responsável por sua execução.

    Prazos e estaleiro

    Embora os recursos tenham sido garantidos, o senador afirmou ainda não haver prazo para sua execução. "Nós sabemos, com estes anos de vida pública, que só podemos confiar cem por cento quando os recursos estiverem depositados. A burocracia é morosa. Sempre falta uma petição", afirmou, lembrando do episódio do estaleiro. "De repente veio um técnico, não sei de onde, e disse que o estaleiro não poderia ser construído", comentou Fernando Collor, acrescentando que a questão já foi solucionada. "A ministra reconheceu que o parecer técnico estava fraco e sem embasamento técnico e, na semana passada, o governador Teotônio Vilela assinou com a transferência do licenciamento do Ibama para o Ima".

    Saneamento básico

    O senador Fernando Collor também trouxe à tona a necessidade de se voltar a atenção ao problema do saneamento básico. "Em São Paulo, o hospital Sírio Libanês, uma das maiores referências mundiais, trouxe em seu relatório a informação de que 65% dos atendimentos ambulatoriais feitos pelo hospital foram por doenças causadas pela má qualidade do abastecimento de água e do saneamento. Maceió é considerada o 'Paraíso das Águas', mas suas águas estão todas poluídas", comentou, mencionando casos tradicionais como a Praia da Avenida, Sobral e Salgadinho, além das bacias da Pajuçara, Ponta Verde Jatiúca, Cruz das Almas, Riacho de Jacarecica e, recentemente, Guaxuma.

    "Quando o setor imobiliário autorizou a construção de prédio de até 20 andares, fiquei preocupado. Conversando com os integrantes do setor, perguntei o que eles pretendiam. Como seria feito o saneamento? Fossas sépticas? Rebaixamento dos lençóis freáticos? Ainda assim não seria o suficiente. Eles disseram que seria caro, então que incluam no valor do projeto, tendo aí grande mote para campanha: 'compre apartamento e desfrute de uma praia que não é poluída', já que todas as outras estão", sugeriu.

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