(Wladimir de Carvalho)
Após anos e anos de tentativas de excluir Brasília do circuito dos grandes eventos culturais, alguém foi “literal”: mandou por abaixo as manifestações dos seus poetas e artistas, em geral. “Abaixo os ‘outdoors’ !”. Segundo o Administrador (?) de Brasília, foi por engano que os trabalhadores derrubaram os ‘cartazes-gigantes’, indiscriminadamente. Agora, a culpa recairá sobre os humildes executores que não tiveram “discernimento” sobre o que seria arte e o que seria anúncio publicitário (que não deixa de ser arte!). Só que se eles soubessem classificar, por si só, não necessitariam de um ‘chefe’, nem de um ‘administrador’, que os orientasse e coordenasse seus trabalhos. Adorei quando o poeta Nicolas Behr decretou: “não pode existir arte da Asa Sul, nem arte da Asa Norte!”. Bravo! Arte não pode ser delimitada, setorizada. Arte tem que se espalhar; tem que ser penetrante e respiratória. E Brasília precisa respirar arte, para estar sempre renovando seu ar! Bravo, também, para o querido cineasta, professor de cinema na UnB, o premiadíssimo Wladimir de Carvalho, o “Wladi”, quando disse que “Brasília não é a oficialidade!”. “E agora, José?”. “Havia uma pedra no caminho” ... e foi retirada!
Repito: Brasília está acostumada a ser excluída do circuito dos grandes espetáculos que, quando chegam à Cidade, ‘mui’ raramente, nunca são para todos, pelos preços exorbitantes. Por que? Falta ação conjunta da Secretaria de Cultura com a Secretaria de Turismo do DF. Parafraseando o ‘Wladi’: o Brasil não é a oficialidade! Podemos comprovar isso na reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, de hoje: enquanto o famigerado ‘G8’ decide se aceita, ou não, o Brasil, considerado ‘repibliqueta’, em seu seleto grupo, cientistas do PADETEC (Parque de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Ceará) desenvolvem suas pesquisas, obtendo excelentes resultados, fabricando o leite de batata (doce) e o pão com quitosana (também com farinha de batata doce). Enquanto o Mundo caminha para problemas como falta de áreas cultiváveis e vontade para cultivo de produtos destinados a alimentar o Planeta -- tendo em vista ser mais rentável suprir os grandes centros econômicos com combustíveis e/ou biocombustíveis --, os nosso pesquisadores cearenses saem na frente com essas alternativas maravilhosas. Bravo!
Apesar da importantíssimo trabalho dos nossos heróicos pesquisadores, com seus produtos que podem substituir, perfeitamente, a tradicional farinha de trigo, as nossas áreas de pesquisas científicas/tecnológicas ainda carecem de recursos. Imagine se eles tivessem recursos!!!!
O Brasil é tão rico que podemos nos dar ao luxo de dizer que “a gente não quer só comida” ...
Então, vamos esbravejar: “diversão e arte, para qualquer parte”!.
(em Brasília, o não-outdoor, seria retirado por vadiagem)
(em Brasília, Manequinho seria preso por ‘atentado ao pudor’)
Carmen Coutinho é jornalista em Brasília e colaboradora deste Blog
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